terça-feira, 12 de julho de 2011

Vale e Petro seguem como as mais citadas nas carteiras recomendadas de julho

12 de julho de 2011 • 16h33Por: Nara Faria
SÃO PAULO - As principais blue chips negociadas na bolsa brasileira seguem como as ações mais citadas nas carteiras recomendadas por bancos e corretoras em 2011. Assim como nos outros meses do ano, os papéis preferenciais classe A da Vale (VALE5) foram os mais recomendados em julho, sendo citados em 24 dos 37 portfólios monitorados pela InfoMoney - em junho, essas ações foram vistas em 22 das 37 carteiras compiladas.
A segunda posição foi mantida pelos papéis PN Petrobras (PETR4), recebendo 17 recomendações em julho, a mesma quantidade de junho. Em terceiro lugar aparecem as ações preferenciais do Itaú Unibanco (ITUB4), com 16 indicações, uma a mais que o mês anterior.
Ao todo, 37 carteiras de bancos e corretoras foram utilizadas para este levantamento. Os portfólios selecionados foram: Amaril Franklin, Ativa, Banif, Bank of America Merrill Lynch, BB Investimentos, BNP Paribas, Bradesco (2 carteiras), Citigroup, Coinvalores, Fator, Geração Futuro, Geral, Gradual, HSBC, Itaú Top 5, Link, Magliano (2 carteiras), Omar Camargo (2 carteiras), PAX, Planner, Santander, SLW (3 carteiras), Socopa, Souza Barros, Spinelli, TOV, Um Investimentos, Votorantim, Walpires, Win Trade e XP (2 carteiras).
Entre todas as carteiras publicadas pela InfoMoney em julho, nesta compilação apenas não foram considerados os portfólios com sugestões de ações que tenham perspectiva de pagamento de proventos.
Vale: cenário do setor permanece positivo
As ações da Vale continuam no topo das recomendações no mês de julho diante de um cenário ainda bastante positivo para o setor de mineração, com o preço do minério de ferro, cobre e níquel mantendo-se em movimento de alta. Além disso, para a SLW  Corretora, a companhia segue na esteira dos bons resultados no primeiro trimestre de 2011 e na perspectiva de resultados ainda melhores para o segundo trimestre, previsto para ser divulgado no dia 28 de julho.
Para a estrategista da Ativa Corretora, Mônica Araújo, outro motivo que mantém o otimismo em relação aos papéis da Vale, que há sete semanas seguidas apresentam as maiores altas, é a linha de gestão do novo presidente, Murilo Ferreira, que não mostrou grandes alterações em relação à vitoriosa administração anterior de Roger Agnelli.  "Do ponto de vista político, pouca coisa mudou com relação à sinalização de estratégia da companhia nesse primeiro mês completo de mandato do Sr. Murilo Ferreira, mantendo o objetivo declarado no início da gestão de gerar valor para os acionistas da empresa", explica Araújo.

Já a Geral Investimentos destaca que a empresa encontra-se com um valuation bastante atrativo em comparação aos seus pares internacionais. Além disso, o caixa destinado para o médio e longo prazo (em torno de US$ 24 bilhões) deve deve ser trasformado em dividendos para os acionistas, devido à dificuldade de entregar os projetos marcados para daqui dois ou três anos em função de gargalos existentes no setor.
"Consequentemente, a oferta por minério tende a continuar escassa nos próximos dois a três anos, mantendo os preços em patamares elevados", explica a corretora por meio de seu relatório.
OPA da Valefert e recompra de ações
Entre as notícias sobre a companhia que mexeram com as ações durante o mês de junho, destaca-se o anúncio da OPA (Oferta Pública de Aquisição) da totalidade das ações de emissão de sua subsidiária, a Vale Fertilizantes (FFTL4). O valor por ação ofertado pela Vale foi de R$ 25, o que colaborou para uma disparada de quase 25% nos papéis da Valefertno pregão posterior ao anúncio - já que esses ativos haviam fechado a sessão anterior a R$ 18,90.
Além disso, o programa de recompra das ações da companhia, anunciado no final de junho, também animou os investidores. Segundo a Gradual Investimentos, o valor pode atingir US$ 3 bilhões, e "sinaliza a leitura da Vale de que o desconto de suas ações pelo mercado é excessiva". Um dia depois ao anúncio, as ações da mineradora figuraram entre as principais altas do pregão.
Petrobras: planos de negócios animam investidoresO setor de petróleo e gás tem passado por um período conturbado e de grande volatilidade devido à aversão ao risco que voltou à tona com as dificuldades financeiras vividas na Zona do Euro.
No entanto, no mercado interno, as atenções continuam voltadas para o pré-sal e para os investimentos na Petrobras, o que mantém as ações da empresa em segundo lugar entre as mais citadas nas carteiras recomendadas. "Além disso, a companhia está para anunciar seu plano de negócios para  os próximos quatro anos, que o mercado aguarda com grande expectativa", analisa a corretora SLW em relatório. 
Segundo a corretora, a notícia de que o BG Group elevou suas estimativas sobre as reservas que detém na bacia de Santos, as quais aPetrobras é a sua principal parceira, colabora com a visão otimista sobre o potencial da companhia.
"Além disso, nota-se que as ações da estatal estão descontadas em relação aos seus peers, abrindo espaços para as oportunidades de compra", explica a equipe da analistas da Um Investimentos, comandada pelo analista Gustavo Hon.
Itaú Unibanco se mantém no topoOs papéis do Itaú Uninanco apresentaram alta de 1,9% em junho, desempenho consideravelmente acima do Ibovespa no mesmo período - o índice recuou 3,43% no mês -, fato que colaborou para que as ações da companhia permanecessem no terceiro lugar entre as mais recomendadas nas carteiras de julho.
De acordo com Mônica Araújo, da Ativa, esse desempenho acima do índice deve-se a um menor temor sobre a possibilidade de novas medidas macroprudenciais que, com a desaceleração do crédito, tornaram-se menos prováveis. Para a corretora, o Itaú Unibanco deverá sustentar bons resultados em 2011, alinhado com a visão do próprio banco, que projeta evolução entre 16% e 20% para sua carteira de crédito este ano. 
Além disso, se por um lado o aumento da taxa de juros preocupa o mercado, por outro a notícia deve favorecer os resultados do Itaú Unibanco, na opinião da Citi Corretora. Este favorecimento deve ocorrente via aumento dos "spreads" e resultados de intermediação financeira, explica o Citi. Diante deste cenário, os analistas do banco esperam que o ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) do banco seja de 25% nos próximos anos e que 40% das sinergias da fusão entre o Itaú e o Unibanco sejam capturados ainda em 2011.