São Paulo, 23 - Enquanto a bolsa oscila próximo à estabilidade, as atenções do mercado nesta terça-feira se voltam para a Vale, após a notícia publicada no jornal Valor Econômico de que a mineradora teria adotado um novo sistema de preços para o minério de ferro, o que implicaria em um reajuste de 114%.
Às 11h12, as ações PNA e ON da Vale subiam 2,92% e 3,77%, entre as maiores altas do índice, enquanto o Ibovespa registrava ganho de 0,37% no mesmo horário, a 69.272 pontos, com giro de R$ 1,45 bilhão e projeção de R$ 8,13 bilhões para o fechamento.
As especulações sobre o reajuste do minério vêm ganhando força nos últimos dias. Em relatório, o Credit Suisse avaliou que a Vale pressiona pela adoção do sistema de indexação de preços de minério de ferro da consultoria especializada em commodities Platts (veja nota publicada ontem, às 17h52).
O volume com Vale PNA somava R$ 454 milhões, o maior do mercado e mais do dobro do negociado com Petrobras. "Ninguém vai querer ficar de fora de Vale, pelo menos até abril, quando a questão do reajuste do minério deve ser definida", diz um operador. Itaú e Socopa lideravam as compras do papel preferencial da mineradora, enquanto XP Investimentos e Finabank apresentavam a maior posição líquida vendida.
As notícias sobre o reajuste puxam ainda as ações da Bradespar (+3,22%), que tem participação relevante em Vale, e da MMX Mineração (+2,36%). As siderúrgicas CSN e Usiminas, que possuem ativos de mineração, também pegam carona na notícia e sobem 2,31% e 0,86%, respectivamente.
Entre as quedas, as ações PNB da Copel caem 1,49% após a divulgação do balanço, ontem à noite. A estatal paranaense de energia obteve lucro líquido de R$ 180 milhões no quarto trimestre de 2009, 0,2% acima do resultado registrado no mesmo período de 2008. O resultado ficou abaixo do esperado pelo mercado por conta de aumento de custos no período, de acordo com um analista.
(Vinícius Pinheiro)
Fonte: Bovespa