Por: Equipe InfoMoney
18/05/10 - 20h15
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SÃO PAULO - Depois de um mês de abril marcado pela cautela ante a situação da crise fiscal na Europa, os investidores diminuíram o otimismo com a renda variável, mostrando maior preocupação com os mercados europeus e emergentes. É o que mostra a pesquisa com gestores de fundos do Bank of America Merrill Lynch do mês de maio, divulgada nesta terça-feira (18).
De acordo com a pesquisa, 30% dos gestores afirmaram estar overweight em ações (esperando um desempenho acima da média do mercado global), frente a 52% no último mês. Foram entrevistados 202 gestores de fundos, com patrimônio total sob gestão de US$ 530 bilhões. Nas pesquisas regionais, foram 170 gestores, com US$ 341 bilhões em ativos.
"A pesquisa de maio mostra um 'voo' para os Estados Unidos, puxado pela incerteza na Europa e pelo outlook de crescimento positivo à economia norte-americana", declarou Michael Hartnett, estrategista chefe do BofA Merrill Lynch. "O estudo mostra que os investidores estão temerosos com a Europa, estimulados pelas preocupações com as dívidas soberanas e as deterioradas perspectivas de crescimento econômico", completou Gary Baker, chefe do departamento de análise das ações europeias do BofA.
Europa e emergentes
No Velho Continente, as últimas informações sobre a crise fiscal seguem trazendo temor aos gestores, influenciando negativamente as perspectivas para o futuro. De acordo com o BofA, 42% deles acreditam que a economia global deverá se fortalecer nos próximos 12 meses, ante 61% em abril. No mesmo sentido, as projeções para os ganhos das empresas também sofreu contração. Em maio, apenas 47% dos gestores dizem que os lucros das companhias deverão melhorar no próximo ano, enquanto esse número estava em 67% em abril.
Na pesquisa regional, o pessimismo se confirma com a Europa, uma vez que o números de participantes que acreditam em maior desvalorização do euro aumentou para 46% dos gestores consultados, ante 23% no resultado anterior. Ademais, 30% dos gestores afirmaram estar underweight em ações europeias, sendo que no quarto mês deste ano eram apenas 13%. Este foi o maior patamar já registrado pela pesquisa neste item.
A tensão trazida pelos mercados europeus parece também ter afetado as perspectivas globais. Nos mercados emergentes, que até então chamavam atenção dos gestores por boas perspectivas, os índices também registraram queda em maio. Segundo a pesquisa, o sentimento positivo em relação aos mercados emergentes caiu para o seu menor nível desde o início de 2009. O número de gestores que mostraram estar overweight aos papéis emergentes foi para 19% neste mês, bem abaixo dos 31% apurados em abril.
Além disso, o total de gestores consultados que acreditam que os mercados emergentes possuem um outlook favorável para lucros corporativos ficou em 23%, comparado com os 34% atingidos um mês atrás. O estudo indicou, porém, que os gestores dos mercados emergentes estão mais bearish (pessimistas, com perspectivas de perdas) com a China do que em qualquer outro mês desde fevereiro de 2009. A pesquisa aponta que 29% dos consultados esperam que a economia chinesa se enfraqueça nos próximos 12 meses, enquanto que este total estava em 5% no mês passado.
Apesar do estudo não ter mencionado diretamente o Brasil, que está incluído entre os emergentes, as perspectivas para a economia brasileira, até o momento, se mostram cada vez mais otimistas. Nesta semana, a CNI (Confederação Nacional das Indústrias) elevou sua projeção de crescimento para a economia brasileira em 2010. Agora, a entidade espera por uma alta de 6% no PIB (Produto Interno Bruto) nacional ao final deste ano, ante a alta de 5,5% prevista anteriormente.
Vale destacar também que, segundo o último relatório Focus, do Banco Central, a economia brasileira terá crescimento de 6,3% em 2010, pouco acima do avanço de 6,26% que estava previsto na edição anterior do boletim.
Nos Estados Unidos otimismo é maior
Enquanto há cautela com a Europa e países emergentes, nos EUA os gestores se mostraram mais confiantes. De acordo com a pesquisa, 66% dos consultados espera que o dólar tenha a maior valorização entre as moedas internacionais. Além disso, o estudo mostrou que a diferença entre a confiança com os lucros das empresas norte-americanas e europeias chegou ao maior patamar em sete anos.
Do total de gestores, 33% acredita que o outlook para os lucros das empresas nos EUA é mais favorável, enquanto que 41% destaca que o cenário é menos favorável aos ganhos corporativos na Zona do Euro. "Este spread de 74 pontos percentuais é o maior desde julho de 2003", revelou o estudo. Além disso, 54% dos gestores regionais norte-americanos que foram consultados pela pesquisa dizem esperar por crescimento de dois dígitos aos ganhos das companhias nos EUA, enquanto que em abril este número estava em 50%.
Política monetária
Com perspectivas não muito positivas para o crescimento da economia global neste ano, devido principalmente à crise fiscal da Europa, as projeções em relação à política monetária se voltam para a manutenção das taxas no curto prazo. Dos gestores europeus consultados, 90% dizem que o BCE (Banco Central Europeu) irá manter os juros da Zona do Euro em seu atual patamar até o final deste ano. Na cena norte-americana, 25% dos getores esperam pela manutenção da Fed Funds Rate entre 0% e 0,25% ao ano até abril de 2011.
"Estes números indicam que houve uma queda no número de gestores projetando uma inflação global maior daqui a um ano, passando para 35% do total de gestores em relação aos 46% vistos em abril", concluiu a pesquisa do BofA.
De acordo com a pesquisa, 30% dos gestores afirmaram estar overweight em ações (esperando um desempenho acima da média do mercado global), frente a 52% no último mês. Foram entrevistados 202 gestores de fundos, com patrimônio total sob gestão de US$ 530 bilhões. Nas pesquisas regionais, foram 170 gestores, com US$ 341 bilhões em ativos.
"A pesquisa de maio mostra um 'voo' para os Estados Unidos, puxado pela incerteza na Europa e pelo outlook de crescimento positivo à economia norte-americana", declarou Michael Hartnett, estrategista chefe do BofA Merrill Lynch. "O estudo mostra que os investidores estão temerosos com a Europa, estimulados pelas preocupações com as dívidas soberanas e as deterioradas perspectivas de crescimento econômico", completou Gary Baker, chefe do departamento de análise das ações europeias do BofA.
Europa e emergentes
No Velho Continente, as últimas informações sobre a crise fiscal seguem trazendo temor aos gestores, influenciando negativamente as perspectivas para o futuro. De acordo com o BofA, 42% deles acreditam que a economia global deverá se fortalecer nos próximos 12 meses, ante 61% em abril. No mesmo sentido, as projeções para os ganhos das empresas também sofreu contração. Em maio, apenas 47% dos gestores dizem que os lucros das companhias deverão melhorar no próximo ano, enquanto esse número estava em 67% em abril.
Na pesquisa regional, o pessimismo se confirma com a Europa, uma vez que o números de participantes que acreditam em maior desvalorização do euro aumentou para 46% dos gestores consultados, ante 23% no resultado anterior. Ademais, 30% dos gestores afirmaram estar underweight em ações europeias, sendo que no quarto mês deste ano eram apenas 13%. Este foi o maior patamar já registrado pela pesquisa neste item.
A tensão trazida pelos mercados europeus parece também ter afetado as perspectivas globais. Nos mercados emergentes, que até então chamavam atenção dos gestores por boas perspectivas, os índices também registraram queda em maio. Segundo a pesquisa, o sentimento positivo em relação aos mercados emergentes caiu para o seu menor nível desde o início de 2009. O número de gestores que mostraram estar overweight aos papéis emergentes foi para 19% neste mês, bem abaixo dos 31% apurados em abril.
Além disso, o total de gestores consultados que acreditam que os mercados emergentes possuem um outlook favorável para lucros corporativos ficou em 23%, comparado com os 34% atingidos um mês atrás. O estudo indicou, porém, que os gestores dos mercados emergentes estão mais bearish (pessimistas, com perspectivas de perdas) com a China do que em qualquer outro mês desde fevereiro de 2009. A pesquisa aponta que 29% dos consultados esperam que a economia chinesa se enfraqueça nos próximos 12 meses, enquanto que este total estava em 5% no mês passado.
Apesar do estudo não ter mencionado diretamente o Brasil, que está incluído entre os emergentes, as perspectivas para a economia brasileira, até o momento, se mostram cada vez mais otimistas. Nesta semana, a CNI (Confederação Nacional das Indústrias) elevou sua projeção de crescimento para a economia brasileira em 2010. Agora, a entidade espera por uma alta de 6% no PIB (Produto Interno Bruto) nacional ao final deste ano, ante a alta de 5,5% prevista anteriormente.
Vale destacar também que, segundo o último relatório Focus, do Banco Central, a economia brasileira terá crescimento de 6,3% em 2010, pouco acima do avanço de 6,26% que estava previsto na edição anterior do boletim.
Nos Estados Unidos otimismo é maior
Enquanto há cautela com a Europa e países emergentes, nos EUA os gestores se mostraram mais confiantes. De acordo com a pesquisa, 66% dos consultados espera que o dólar tenha a maior valorização entre as moedas internacionais. Além disso, o estudo mostrou que a diferença entre a confiança com os lucros das empresas norte-americanas e europeias chegou ao maior patamar em sete anos.
Do total de gestores, 33% acredita que o outlook para os lucros das empresas nos EUA é mais favorável, enquanto que 41% destaca que o cenário é menos favorável aos ganhos corporativos na Zona do Euro. "Este spread de 74 pontos percentuais é o maior desde julho de 2003", revelou o estudo. Além disso, 54% dos gestores regionais norte-americanos que foram consultados pela pesquisa dizem esperar por crescimento de dois dígitos aos ganhos das companhias nos EUA, enquanto que em abril este número estava em 50%.
Política monetária
Com perspectivas não muito positivas para o crescimento da economia global neste ano, devido principalmente à crise fiscal da Europa, as projeções em relação à política monetária se voltam para a manutenção das taxas no curto prazo. Dos gestores europeus consultados, 90% dizem que o BCE (Banco Central Europeu) irá manter os juros da Zona do Euro em seu atual patamar até o final deste ano. Na cena norte-americana, 25% dos getores esperam pela manutenção da Fed Funds Rate entre 0% e 0,25% ao ano até abril de 2011.
"Estes números indicam que houve uma queda no número de gestores projetando uma inflação global maior daqui a um ano, passando para 35% do total de gestores em relação aos 46% vistos em abril", concluiu a pesquisa do BofA.