sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Cenário Econômico Semanal – 24 a 28/Janeiro

Agência Enfoque




Cenário Econômico Semanal


A última semana de janeiro foi marcada pela divulgação de importantes índices na economia dos Estados Unidos e também no Brasil. O destaque, lá fora, ficou para os dados do Produto Interno Bruto do país, enquanto por aqui números finais da inflação chamaram a atenção. Além disso, o Fomc decidiu pela manutenção da taxa de juros americana.
Um fator que contribuiu para as perdas acumuladas pelas bolsas na semana foi a tensão no Egito, originadas pelas restrições aos direitos e restrição à liberdade no país. Uma onda de protestos violentos já causou uma série de mortes.





Cenário Externo


A semana começou tranqüila, sem a divulgação de indicadores na segunda-feira, com dados do mercado imobiliário chamando a atenção no dia seguinte. Pela manhã, a S&P e a Case-Shiller informaram que seu índice de casas, das dez maiores cidades americanas, caiu 0,4% em outubro do ano passado. Pouco mais tarde, ainda na terça-feira, foi a vez da FHFA divulgar seu índice de preço de casas, que ficou estável em novembro, mas caiu 4,3% em um ano.
A semana contou também com a divulgação de índices regionais de atividade. No distrito de Richmond, em janeiro, houve recuo para 18 pontos, enquanto o índice nacional do Fed de Chicago, na média dos últimos três meses, recuou para 0,22 pontos.
Um dos indicadores mais esperados da semana foi sobre a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) de manter os juros em 0% e 0,25% e também a continuidade do programa de compra de títulos até o terceiro trimestre de 2011.
A economia dos Estados Unidos registrou no quarto trimestre crescimento de 3,2%, informou o Departamento de Comércio do país. O resultado veio levemente abaixo do esperado, porém, superou o crescimento de novembro, de 2,6%. No ano, os EUA acumularam aumento de 2,9% do PIB.
O índice que mede o custo que os empregadores americanos têm com o pagamento do salário de seus funcionários apresentou no último trimestre do ano passado um avanço de 0,4%, mesmo valor do período anterior. Os dados foram divulgados pelo Departamento de Trabalho do país.
Com isso, os índices americanos acumularam perdas. No caso do Dow Jones, a queda foi de 0,4% aos 11.823,7 pontos, equanto o S&P 500 perdeu 0,5% em cinco dias, aos 1.276,38 pontos.





Veja gráficos abaixo:










Cenário Interno


A semana começou com a divulgação do relatório Focus. No documento, analistas e investidores do mercado financeiro elevam pela sétima vez a estimativa de inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com isso, a estimativa de inflação subiu para 5,53% ante a expectativa anterior de 5,42%. Já a taxa de câmbio deve ficar em R$ 1,75 no final do ano. O mercado também estima uma taxa básica de juros de 12,25% ao ano e queda na dívida líquida do setor público para 39,30% em comparação ao PIB.

No mesmo dia, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio revelou que foi de US$ 680 milhões - média diária de US$ 136 milhões - o superávit da balança comercial brasileira nos cinco dias úteis (17 a 23) da terceira semana de janeiro de 2011. A corrente de comércio (soma das exportações e importações) alcançou US$ 7,864 bilhões, com média de US$ 1,572 bilhão por dia útil.
Entre os índices de inflação, destaques para o Índice Nacional de Custo da Construção - M (INCC-M) registrou, em janeiro, taxa de variação de 0,37%, abaixo do resultado do mês anterior, de 0,59%. Nos últimos 12 meses, o índice registrou variação acumulada de 7,42%.
Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve variação de 0,76% em janeiro, resultado superior ao de dezembro (0,69%). Considerando os últimos doze meses, situou-se em 6,04%, também acima dos doze meses imediatamente anteriores (5,79%).
A confiança do consumidor na economia brasileira manteve-se praticamente estável em janeiro deste ano, em relação ao mês anterior. O Índice de Confiança do Consumidor, da Fundação Getulio Vargas (FGV), passou de 121,7 pontos em dezembro de 2010 para 121,6 pontos neste mês.
O Índice de Preços ao Consumidor na cidade de São Paulo registrou na terceira medição de janeiro alta de 1,03%, após subir 0,86% no período anterior, informou nesta quinta-feira a Fipe. O grupo Educação apresentou forte aceleração, passando de 2,29% para 4,27% na semana passada.
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) variou 0,79%, em janeiro. Em dezembro, o índice variou 0,69%. O IGP-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Por aqui, os mercados foram mais penalizados, com o Ibovespa somando perdas de 3,5% na semana, aos 66.698 pontos.





Confira o gráfico, além das maiores altas, baixas e das ações mais negociadas de semana:





Ibovespa





As maiores altas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
USIMINAS
USIM3
23,12
4,76%
EMBRAER
EMBR3
13,52
0,52%
ELETROBRAS
ELET3
22,23
0,45%
MRV
MRVE3
14,10
0,21%





As maiores baixas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
MARFRIG
MRFG3
13,35
-6,05%
LOJAS AMERIC
LAME4
13,55
-5,11%
JBS
JBSS3
6,42
-4,89%
ALL AMER LAT
ALLL3
14,14
-4,78%
B2W VAREJO
BTOW3
28,00
-4,44%





Mais negociadas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VOLUME
SEGMENTO
OGX PETROLEO
OGXP3
R$ 17,96
1.441.565.056,00
Exploração e/ou Refino
VALE
VALE5
R$ 51,05
1.383.373.472,00
Minerais Metálicos
PETROBRAS
PETR4
R$ 26,67
1.367.168.192,00
Exploração e/ou Refino
ITAUUNIBANCO
ITUB4
R$ 36,29
562.652.008,00
Bancos
BRASIL
BBAS3
R$ 30,36
523.452.464,00
Bancos





Dólar:


Após operar em tendência de baixa desde o início do ano, o dólar comercial registrou nos últimos dias uma reversão de trajetória, principalmente nos dois últimos dias da semana, quando a moeda registrou ganhos.
Com isso, a divisa americana registrou ganhos na semana de 0,7% a R$ 1,6850.


Veja gráfico abaixo:





Dólar





Enfoque Informações Financeiras






Santander eleva preço-alvo da Anhanguera com base em seus projetos de expansão

Por: Equipe InfoMoney
28/01/11 - 17h22
InfoMoney


SÃO PAULO - O Santader se mostrou muito otimista em relação à Anhanguera Educacional (AEDU3). A possibilidade de maiores ganhos fez com que os analistas do banco elevassem o preço-alvo das ações da empresa, considerada por eles como a melhor posicionada no setor, com um potencial de retorno de 40%, mesmo com a recente revisão.


Para Bruno Giardino e Daniel Gewehr, a situação da empresa do ramo educacional é muito atrativa e, por isso, a recomendação decompra foi mantida, com elevação do preço-alvo das ações para o final do ano, passando de R$ 40,00 para R$ 52,00, o que corresponde a um potencial hipotético de valorização de 40,9% frente o fechamento anterior.


A empresa deve continuar com a atratividade no setor, com prêmio superior aos seus pares. Para os analistas, a Anhanguera é a principal companhia a atuar em M&A (Mergers and Acquisitions) - termo em inglês para fusões e aquisições - contando com 21 instituições e mais de 107.000 estudantes universitários desde 2006, incluindo cursos à distância. 


Expansão
Após oferta de ações que possibilitou a captação de R$ 844 milhões e processo de integração de novos alunos, a Anhanguera Educacional passou a ter as condições necessárias para promover uma expansão rumo a novas áreas, além das sete grandes cidades em que está presente.



Atualmente a companhia mantém instituições de ensino em apenas 4 das 15 grandes cidades do País. Uma expansão para locais de fácil acesso para cidades menores, além de aumentar a área de atuação da empresa, também atrairia novos alunos. Para os analistas do banco, uma área potencialmente vantajosa para a empresa seria o Nordeste, com grandes cidades como Salvador, Fortaleza e Recife e até mesmo localizações futuras como Manaus.


Outro ponto bem avaliado pelo Santander foi a aquisição, em dezembro de 2010, da totalidade do capital social da Sociedade Educacional Plínio Leite, mantenedora do Centro Universitário Plínio Leite (UNIPLI), por um valor estimado de R$ 41 milhões e contando com 7.390 alunos. Para Giardino e Gewehr, essa aquisição faz parte da fase Anhanguera 3.0, uma acelaração do programa de crescimento anunciado em 2009. Com esse programa, os analistas apostam em aumento de 220.000 alunos até 2015. Esse processo acrescentou R$ 6,00 no preço-alvo da ação.


Para o sucesso dessa expansão, os analistas apostam no aumento das matrículas, sobretudo entre estudantes de baixa renda (as chamadas classes C e D, que correspondem a cerca de 80% do mercado acessível entre 18 a 24 anos). No período entre 2004 e 2008 as matrículas no ensino superior cresceram 85% entre alunos provenientes de famílias com renda mensal de até três salários mínimos. Um maior alcance desse mercado potencial deve favorecer o crescimento da empresa, com impacto direto no desempenho de suas ações.


Projeções dos analistas
A expectativa para o avanço da taxa composta de crescimento anual de vendas líquidas é de 29% no período de 2009 a 2012, com alavancagem operacional e controle de custos levando a um crescimento anual do Ebitda (geração operacional de caixa) de 32%. O lucro líquido deve crescer 53% no mesmo período.



"Se a Anhanguera atingir seu objetivo de longo prazo de 1 milhão de estudantes, nosso preço-alvo passaria a R$ 62,80 por ação", afirmaram os analistas em relatório, evidenciando as boas perspectivas para a empresa e para o setor.


Essas perspectivas são otimistas em função do bom momento que vive o setor. Para os analistas, o mercado educacional é muito atrativo no País porque possui retornos elevados, sobretudo com as isenções de impostos concedidas pelo PROUNI (Programa Universidade para Todos), levando a um retorno muito superior a outros setores. Além disso, pelo fato de ser pouco penetrado, possui uma vasta capacidade de crescimento. No Brasil as taxas de matrículas chegam a 24% contra 47% e 64% em países como Chile e Argentina.