domingo, 6 de março de 2011

Cenário Econômico Semanal – 28/Fevereiro a 04/Março

Agência Enfoque




Cenário Econômico Semanal




Os mercados acionários iniciaram a semana dando pouca importância para os protestos e reações violentas do governo da Líbia. Com o passar dos dias, a situação no país africano foi se agravando, com o petróleo mais uma vez subindo e prejudicando os mercados internacionais

No Brasil, a reação foi diferente, com a bolsa acumulando alta no decorrer dos dias. Um dos motivos é o fato da Petrobras ter um peso grande no Ibovespa e o outro foi a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de elevar os juros para 11,75% ao ano.

A agenda econômica foi bastante movimentada, com grande destaque para os dados do mercado de trabalho americano. Os números, mesmo positivos, não tiveram força para evitar um desempenho fraco, com a queda revertida nos últimos negócios do período.





Cenário Externo


O primeiro indicador do mercado de trabalho da semana foi divulgado na segunda-feira. De acordo com o Departamento de Trabalho do país, a renda dos trabalhadores americanos em janeiro teve alta de 1% no primeiro mês do ano, o que representa o maior aumento em um ano e meio. Ao mesmo tempo, os gastos dos consumidores registraram avanço de 0,2%.

Na quarta-feira pela manhã, a consultoria Challenger, Gray & Christmas, Inc. informou o aumento de demissões, excluindo de cargos do governo e de instituições sem fins lucrativos, em fevereiro. No período, os cortes ficaram em 50.702 postos, contra 38.519 em janeiro.
Pouco mais tarde, foi divulgado que o setor privado norte-americano registrou em fevereiro criação de 217 mil postos de trabalho, informou a consultoria ADP. O setor de serviços foi responsável pela abertura de 202 mil vagas, ao passo que 15 mil postos foram gerados no setor de produção de bens. Em janeiro, o número de vagas abertas foi revisado de 187 mil para 189 mil.
Na quinta-feira, o Departamento de Trabalho informou a pouco que a produtividade no país, excluindo o setor agrícola, apresentou avanço de 2,6% no 4º trimestre de 2010. O resultado foi o mesmo da pesquisa de fevereiro, em relação ao mesmo período.

Finalmente, na sexta-feira, foi divulgado que o mercado de trabalho norte-americano criou em fevereiro 192 mil vagas, o maior nível desde maio do ano passado. O aumento do número de postos fez com que a taxa de desemprego encurtasse no período, de 9% para 8,9%.

No período também foram divulgados indicadores de atividade econômica. O Chicago PMI, por exemplo, saltou 68,8 pontos em janeiro para 71,2 pontos em fevereiro. No caso do ISM do setor manufaturas, subiu para 61,4 pontos, maior nível desde maio de 2004. Já o ISM de serviços subiu para 59,7pontos.

Também mereceu a atenção dos investidores o discurso de Ben Bernanke, que destacou a dificuldade do mercado de trabalho gerar emprego e também falou dos riscos de inflação devido à alta do petróleo. A mesma preocupação esteve presente também no Livro Bege, divulgado na tarde de quarta-feira.

Com isso, o Dow Jones acumulou alta de 0,3% aos 12.169,9 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 0,1% aos 1.321,5 pontos.





Confira os gráficos de longo prazo:










Cenário Interno


A semana no Brasil foi marcada por um novo aumento da taxa Selic, para 11,75%, por decisão unânime do Copom. O aumento foi de 0,5 ponto percentual e ficou dentro do que o mercado esperava para a taxa referencial de juros.
Além disso, a economia brasileira avançou 7,5% em 2010, resultado do crescimento de 6,7% no valor adicionado e 12,5% nos impostos. Nessa comparação, a agropecuária (6,5%), a indústria (10,1%) e os serviços (5,4%) cresceram. Assim, segundo as informações das Contas Nacionais Trimestrais, em 2010, o PIB em valores correntes alcançou R$ 3,675 trilhões. O PIB per capita ficou em R$ 19.016, apresentando uma alta de 6,5%, em volume, em relação a 2009 (R$ 16.634).

No início da semana, a projeção dos analistas do mercado financeiro para a inflação oficial neste ano subiu pela 12ª semana seguida. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,79% para 5,80%. Há quatro semanas, a projeção estava em 5,64%. Para 2012, a estimativa permanece em 4,78%. As informações constam do boletim Focus, publicação semanal divulgada pelo BC. 
Dentro deste cenário, o Ibovespa acumulou alta de 1,00% aos 68.029 pontos.





Confira o gráfico de longo prazo, além das maiores altas, baixas e as ações mais negociadas da semana:





Ibovespa



As maiores altas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
USIMINAS
USIM5
20,80
11,83%
USIMINAS
USIM4
28,02
7,36%
CEMIG
CMIG4
28,87
7,32%
OGX PETROLEO
OGXP3
20,25
6,58%
PORTX
PRTX3
3,93
5,65%





As maiores baixas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
CYRELA REALT
CYRE3
15,90
-6,47%
KLABIN S/A
KLBN4
5,93
-4,66%
MRV
MRVE3
13,40
-3,94%
DURATEX
DTEX3
15,96
-3,27%
TELEMAR
TNLP3
33,80
-2,93%





Mais negociadas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VOLUME
SEGMENTO
PETROBRAS
PETR4
R$ 29,08
2.815.309.440,00
Exploração e/ou Refino
VALE
VALE5
R$ 49,05
2.622.815.680,00
Minerais Metálicos
OGX PETROLEO
OGXP3
R$ 20,25
1.247.271.952,00
Exploração e/ou Refino
ITAUUNIBANCO
ITUB4
R$ 37,34
982.619.920,00
Bancos
PETROBRAS
PETR3
R$ 33,65
820.837.728,00
Exploração e/ou Refino





Dólar:


Na semana que antecede o antecede o carnaval, o dólar comercial encerrou com importante desvalorização. A decisão do Copom de elevar os juros no meio da semana influencia a maior  entrada de dólares no país. Nem mesmo as ações do Banco Central foram capazes de conter a desvalorização da divisa.

Com isso, o dólar comercial encerrou o período em queda 1,1% a R$ 1,6450.


Confira o gráfico de longo prazo:


Dólar





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