sexta-feira, 30 de julho de 2010

Colunista InfoMoney: primeiros passos do investidor em ações

Por: Paulo Roberto Esteves de Barros Souza
30/07/10 - 17h41
InfoMoney


Nos primeiros passos na bolsa de valores, o investidor deve ter claro o que é uma ação, quais os seus riscos e como o investimento em ações pode interagir com suas metas financeiras. Ouço muita gente afirmar que prefere investir em imóveis, pois existe um lastro físico que dá maior segurança na hora de aplicar o dinheiro. Complementando o raciocínio, muitos ainda veem a bolsa quase como um cassino, onde se “aposta” em empresas e a ação é uma espécie de aposta.

Bem, tal idéia é equivocada. A ação na verdade representa uma fração do capital social de uma empresa, ou seja, ação é um “pedaço” de uma companhia aberta. Tome, por exemplo, uma siderúrgica: sua ação será uma parcela das instalações industriais, escritórios, depósitos, estoques, equipamentos, capital humano, know how, marcas e patentes, participação de mercado, etc.

Portanto, podemos entender o investimento em ações como uma excelente forma de participação do desenvolvimento econômico do país e como importante alternativa de diversificação da poupança individual com foco na acumulação de capital no longo prazo.
"Muitos ainda veem a bolsa
quase como um cassino;
tal ideia é equivocada"

Por outro lado, devemos compreender e refletir sobre os riscos do investimento em ações. Quando se investe em caderneta de poupança, por exemplo, o aplicador está colocando dinheiro em um ativo de renda fixa, onde ele consegue mensurar seu retorno antecipadamente (no caso da poupança: 6% ao ano mais TR). Já no caso do investimento em ações, a modalidade é de renda variável, o que significa que o retorno é incerto, e inclusive pode ser negativo em determinados períodos de tempo.

Consciente da natural volatilidade das bolsas frente a outras alternativas de investimento, o aplicador deve ter em mente que não deve alocar valores que poderá necessitar no curto prazo em ações. Em prazos curtos de tempo, as bolsas são muito suscetíveis ao noticiário macroeconômico e aos próprios movimentos de fluxos de recursos. Já quando se investe em ações no longo prazo, o tempo trabalha a favor para que os fundamentos das empresas se concretizem e consequentemente ocorra a valorização das ações.

Ilustrando o raciocínio, nos últimos 30 anos o PIB brasileiro cresceu a uma taxa média anual de 2,7% e o Ibovespa apresentou uma rentabilidade média anual de 34,3% em termos reais. Ou seja, não só a bolsa espelha o natural crescimento econômico do país, como tem o poder de amplificar a sua valorização ao longo do tempo.

A questão do tempo, talvez até por um fator cultural, deve ser reforçada aqui no Brasil. Enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, se vive em uma economia relativamente estável há muito tempo, o investidor daquele país está acostumado ao planejamento financeiro de longo prazo. Já no Brasil, vivemos um mundo de “ciranda” financeira e de hiperinflação por um bom período e de certa forma, uma economia estável ainda é um “mundo” novo para a gente.
Ou seja, enquanto nos Estados Unidos, os casais há décadas estão acostumados a montar uma carteira de ações para um filho recém-nascido, antevendo os gastos da universidade para dali a quase duas décadas, só recentemente os brasileiros passaram a incorporar efetivamente o mercado acionário como uma alternativa plausível de poupança visando uma meta no longo prazo (faculdade do filho, complementação da aposentadoria, compra de um imóvel).

Pão de Açúcar tem preço-alvo e recomendação reduzidos pelo JP Morgan

Por: Juliana Pall Farias
30/07/10 - 16h38
InfoMoney


SÃO PAULO - O fraco desempenho no segundo trimestre e a sinalização negativa trazida pelo adiamento da conclusão da associação com a Casas Bahia levaram o JP Morgan a revisar para baixo suas projeções para o Pão de Açúcar (PCAR5). A recomendação para as ações, que antes era overweight (expectativa de que nos próximos seis a doze meses a ação performe acima da média das ações dentro do universo de cobertura), passa para neutra. E o preço-alvo para o final de 2011, que era de R$ 81, foi cortado para R$ 64.

No mesmo sentido, os ADRs tiveram a recomendação reduzida de overweight para neutra e o preço-alvo caiu de US$ 85 para US$ 68. "Nós não adicionaríamos as ações do Pão de Açúcar [ao portfólio] neste momento dada a falta de visibilidade, e nós acreditamos que a ação vai andar de lado até o final do terceiro trimestre", dizem em relatório os analistas Andrea Teixeira, João Mamede e Felipe Oliveira.

Com a queda de 20% no lucro por ação entre abril e junho deste ano, as projeções para este parâmetro no acumulado de 2010 e 2011 foram ainda reduzidas em 28% e 25%, respectivamente.

Casas Bahia
E não só o resultado do segundo trimestre é destacado como fator negativo. O JP Morgan vê com maus olhos a postergação da conclusão da associação com a Casas Bahia, uma vez que "levanta questões sobre a qualidade da carteira de crédito (com potencial baixas contábeis no futuro) e sobre o nível geral de lucratividade à frente".

Ainda que o acordo entre Pão de Açúcar e Casas Bahia traga boas perspectivas num horizonte de longo prazo, o banco reduziu de R$ 3 bilhões para R$ 2,5 bilhões a sinergia esperada deste negócio, destacando que o montante ainda supera o guidance das empresas, de R$ 2 bilhões.

Desconto frente aos pares
A equipe de analistas diz ainda que os investidores exigirão um prêmio para investir nas ações do Pão de Açúcar, dado que outras large caps do setor varejista, entre elas Lojas Renner (LREN3) - top pick do banco - e Natura (NATU3) , trouxeram surpresas positivas em seus balanços.

Assim, o desconto de 11% que as ações PCAR5 apresentam atualmente em relação a seus pares na América Latina é tido como justificado pelo JP Morgan.

Cenário Econômico Semanal – 26 a 30/Julho

Agência Enfoque




Cenário Econômico Semanal

A última semana de julho foi marcada por uma agenda econômica bastante movimentada, com a divulgação de importantes indicadores da economia dos Estados Unidos, com o destaque para o Produto Interno Bruto americano.

Nos EUA, os números tiveram rumos distintos durante o período, com alguns sendo positivos e outros negativos. Este cenário fez com que os índices acionários de Wall Street chegassem à sexta-feira praticamente estáveis em relação ao fechamento da última semana.

No Brasil, a situação foi diferente, com o Ibovespa registrando ganhos em todas as sessões. No entanto, a alta acumulada do principal índice acionário brasileiro foi modesta, porém suficiente para voltar a casa dos 67 mil pontos, patamar que não era atingido desde o início de maio.





Cenário Externo


A semana começou com a leitura de junho do Chicago Fed National Activity Índex, que  recuou para -0,63 pontos, contra 0,21 do levantamento anterior. O mercado estimava resultado de -0,7. A queda foi relacionada pela deterioração da produção e de indicadores ligados ao setor de emprego.
Já as vendas de casas novas nos EUA, em junho, tiveram forte alta de 23,6% para um total de 330 mil unidades. Os dados foram revelados pelo Departamento de Comércio do país e superaram as estimativas, que apostavam em 310 mil unidades. No mês anterior, o índice havia registrado queda expressiva de 32,7% para 300 mil unidades.

Na terça-feira, o índice de preços de casas S&P Case Shiller avançou 4,61%, superando as estimativas. Já a Confiança do Consumidor, da Conference Board, caiu para 50,4 pontos.
Um dos piores resultados da semana foi do de pedidos de bens duráveis. De acordo com o Departamento de Comércio, o indicador recuou 1%, contra alta de 1% de maio. Só que o destaque do dia ficou para a divulgação do Livro Bege. O documento, que traz o relato da atividade econômica no país, é elaborado pelos escritórios regionais do Federal Reserve e mostrou uma situação menos otimista para o país.

A economia americana perdeu força no segundo trimestre do ano. É o que aponta a primeira prévia do número do Produto Interno Bruto do país, que avançou 2,4% no período. O resultado é inferior a média de 4,4% dos últimos seis meses. O mercado estimava crescimento do PIB de 2,5% no segundo trimestre.

Já os custos do emprego nos país subiram 0,5% no 2º trimestre do ano, informou Escritório de estatísticas de Trabalho. A remuneração, que corresponde a 70% dos custos, subiu 0,4% no período, enquanto outros benefícios aumentaram 0,6%.
 Pouco mais tarde, o índice composto de condições de negócios na região de Chicago, o Chicago PMI, surpreendeu os analistas e avançou em julho para 62,3 pontos, contra 59,1 de junho e projeção de 56 pontos.
Já a Confiança do Consumidor, apurada pela Universidade de Michigan e a agência de noticias Reuters subiu para 67,8 pontos em julho. No mês passado, o resultado havia sido de 66,5 pontos. Já o mercado estimava 67 pontos.

Neste sentido, o Dow Jones ganhou 0,4% na semana aos 10.466,1 pontos. Já o S&P 500 perdeu 0,1% aos 1.101,58 pontos.





Confira os gráficos de longo prazo:











Cenário Interno


No Brasil, a semana começou com destaque para o Boletim Focus, que mostrou que analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa da inflação oficial para este ano, pela terceira vez seguida. A projeção para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) foi reduzida de 5,42% para 5,35%. Já para 2011, a previsão foi mantida em 4,80%. Para a taxa Selic, a pesquisa mostra que a projeção no fim deste ano passou de 12,00% ao ano para 11,75%. Para o final de 2011, a estimativa permaneceu em 11,75%.
Além disso, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de 22 de julho de 2010 registrou variação de -0,14%, 0,01 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa divulgada na última apuração. Quatro das sete capitais pesquisadas registraram decréscimos em suas taxas de variação. As informações são da FGV.

A inflação na cidade de São Paulo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), acelerou para 0,19% na terceira prévia de julho. Na apuração anterior, o índice havia ficado em 0,12%. Em relação ao mesmo período do mês anterior, junho, o IPC havia registrado deflação de 0,08%.

Para o IGP-M, que avançou 0,15% em julho, após subir 0,85% em junho, e da Ata do Copom, que entre outras informações mostrou que a entidade destaca que são decrescentes os riscos para a consolidação de um cenário de aumento da inflação. Esses riscos, afirma o comitê, são derivados da expansão da demanda doméstica por bens e serviços, em descompasso com a oferta.

Mesmo tendo acumulado alta em todas as sessões, o Ibovespa teve ganho de apenas 1,8% na semana, aos 67.515 pontos.





Confira o gráfico de longo prazo, além das maiores altas, baixas e as ações mais negociadas do período:





Ibovespa



As maiores altas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
NATURA
NATU3
46,00
13,84%
LOJAS RENNER
LREN3
59,02
13,50%
SOUZA CRUZ
CRUZ3
80,60
9,76%
CESP
CESP6
26,82
8,19%
EMBRAER
EMBR3
11,43
7,93%





As maiores baixas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
TELEMAR
TNLP3
32,90
-17,75%
TELEMAR
TNLP4
25,83
-9,24%
P.ACUCAR-CBD
PCAR5
57,50
-8,51%
TELEMAR N L
TMAR5
45,91
-7,90%
USIMINAS
USIM3
51,11
-7,41%





Mais negociadas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VOLUME
SEGMENTO
VALE
VALE5
R$ 42,69
2.185.633.792,00
Minerais metálicos
PETROBRAS
PETR4
R$ 27,88
1.106.574.016,00
Exploração e/ou refino
ITAUUNIBANCO
ITUB4
R$ 39,37
831.304.704,00
Bancos
BMFBOVESPA
BVMF3
R$ 13,00
659.200.864,00
Serviços Financeiros Diversos
OGX PETROLEO
OGXP3
R$ 18,52
648.878.048,00
Exploração e/ou refino





Dólar:


Com uma boa procura por papéis brasileiros, a cotação do dólar comercial no país encerrou a semana com leve desvalorização. A divisa americana teve relativa oscilação, mas encerrou o período com recuo de 0,2%. A moeda encerrou vendida a R$ 1,756 e comprada a R$ 1,754.


Confira o gráfico:


Dólar


Indicadores EUA - 10h55

EUA: Universidade de Michigan: Confiança do Consumidor: 67,8; previsão: 67

Fonte: Bloomberg

Não há mais indicadores relevantes nos EUA hoje

Indicadores EUA - 10h45

ISM: Gerentes de compras Chicago: 62,3; previsão: 56

Fonte: Bloomberg

Próximos Indicadores

10h55
 Univ. de Michigan: Confiança do Consumidor

Indicadores EUA - 9h30

PIB: anualizado (T/T): 2,4%; previsão: 2,6%;
Consumo pessoal: 1,6%; previsão: 2,4%
PIB: Índice de preços: 1,8%; previsão: 1,1%
Principais gastos pessoais (T/T): 1,1%; previsão: 1,0%
Índice custos c/ pessoal: 0,5%; previsão: 0,5%

Fonte: Bloomberg

Próximos indicadores

10h45
ISM: gerentes de compras de Chicago

10h55:
Univ. de Michigan: Confiança do Consumidor