quinta-feira, 14 de abril de 2011

Ágora reduz preço-alvo para Lojas Americanas, com pressão sobre varejo online

Por: Equipe InfoMoney
14/04/11 - 10h55
InfoMoney



SÃO PAULO - Os analistas da Ágora Corretora reduziram o preço-alvo para as ações da Lojas Americanas (LAME4) e forneceram nova recomendação de manter para as ações da B2W (BTOW3). As modificações acontecem por conta da incorporação dos resultados do quarto trimestre do ano passado às projeções, bem como do aumento de investimentos e da concorrência.


Para as ações da Lojas Americanas, segue a recomendação de compra, mas o preço-alvo passou de R$ 20,70 para R$ 19,80. Esse novo valor representa um upside (potencial teórico de valorização) de 44,42% em relação à cotação do último fechamento.


Já as ações da B2W tiveram sua recomendação rebaixada de compra para manter, com preço-alvo de R$ 26,60. O upside a partir deste valor é de 22,58%, também calculado com base na cotação do fechamento anterior.


ProjeçõesAs novas projeções dos analistas indicam um lucro líquido de R$ 310 milhões no acumulado deste ano para a Lojas Americanas. A receita líquida de 2011 é estimada em R$ 11,297 bilhões, enquanto que a expectativa para é de que o Ebitda (geração operacional de caixa) seja de R$ 1,580 bilhão. Para a B2W, as projeções de resultado em 2011 apontam para um lucro líquido de R$ 71 milhões, com receita líquida de R$ 4,694 bilhões e Ebitda de R$ 609 milhões.


Lojas AmericanasSegundo a analista Juliana Vasconcellos, “o cenário para o varejo físico é promissor”, ao contrário do que acontece com o varejo online. Assim, as novas estimativas para a Lojas Americanas não trazem muitas novidades, tendo como principal alteração uma postura mais agressiva da empresa na sua expansão neste ano, com previsão de 123 novas lojas.


Além disso, a estratégia adotada para este crescimento é elogiada pela equipe. “Vemos um risco limitado em termos de crescimento para a Lojas Americanas devido ao seu modelo de negócios baseado na conveniência, com lojas pequenas e portfólio de produtos flexível”, afirmam os analistas.


Por outro lado, a subscrição da Lojas Americanas no aumento de capital da B2W é alvo de críticas. Na visão dos analistas, o fato da companhia subscrever a totalidade de seus direitos mais qualquer sobra da operação de aumento de capital não representa “o melhor uso de seu capital”. A equipe da Ágora destaca ainda que mesmo após essa operação, “a B2W deverá representar cerca de 20% do valor de mercado da Lojas Americanas”.


B2WAo contrário da confiança no varejo físico, os analistas consideram que no varejo online, “existem muitas incertezas”. Desta forma, a postura com os papéis da B2W é mais cautelosa. Para os analistas, as indicações de aumento da agressividade neste caso “poderiam penalizar as margens e capital de giro, com nenhuma garantia de que o crescimento das receitas será bom o suficiente para compensar esses efeitos”. Nesse sentido, a equipe afirma que o principal competidor da B2W “parece estar fazendo mais com menos”.


A expectativa era de que a recuperação da B2W começasse antes dessa intensificação no cenário competitivo. Ademais, a despeito da redução nas margens, a companhia “não tem conseguido acelerar o seu crescimento”. Desta forma, no curto prazo, a principal preocupação dos analistas é a “recuperação do crescimento das receitas e de seus efeitos colaterais (minimização de margens e deterioração do capital de giro)”.


Para os analistas, nesse horizonte mais curto o aumento de capital resolve o problema da B2W. A estrutura de capital fica fortalecida e a empresa passa a ter uma melhor condição para competir. Para as ações, a projeção é de que “o lucro líquido por ação em 2011 deverá ter um impacto positivo de 13% com o aumento de capital”, decorrente principalmente do avanço de 60% do lucro líquido com as economias com juro. “Entretanto, isso vai criar valor para a B2W apenas se [a empresa] for bem sucedida em recuperar um crescimento forte e sustentável, enquanto simultaneamente gera caixa”, afirmam.