sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Cenário Econômico Semanal – 13 a 17/Setembro

Agência Enfoque




Cenário Econômico Semanal


Em semana de alta volatilidade dos mercados acionários globais, a Bolsa de Valores de São Paulo fechou em queda na tarde desta sexta-feira, descolada dos principais índices financeiros dos Estados Unidos, que terminaram o dia no azul. Apesar da queda de hoje, porém, a Bolsa Paulista acumulou ganhos no período que se encerra hoje.





Cenário Externo


A semana começou com a divulgação da corrente de comércio dos EUA. Na segunda-feira, o departamento de Tesouro norte-americano divulgou que, em agosto, o déficit do Tesouro foi de US$ 91 bilhões, resultado US$ 164 bilhões de receitas e US$ 255 bilhões de despesas no período.
Também foi divulgado o resultado das compras de título de longo prazo por estrangeiros, que atingiram total líquido de US$ 61,2 bilhões em julho. No mês anterior, o saldo foi de US$ 44 bilhões.

Na semana, o mercado conheceu também as vendas do varejo do país. Segundo o Departamento de Comércio, as vendas subiram 0,4% em agosto, após alta de 0,3% em julho. Exceto autos, houve avanço de 0,6%, no mesmo período.

Já os estoques de negócios registraram em julho avanço de 1%, o resultado mais elevado para o indicador em dois anos, segundo o órgão.
Além disso, o preço dos produtos importados pelos EUA também subiu, e registrou alta de 0,6% em agosto, a maior desde abril. De acordo com o Departamento de Trabalho do país, os produtos exportados subiram 0,8% no período, o maior ganho desde abril.
Outro dado importante revelado pelo governo norte-americano, o déficit em conta corrente do país cresceu para US$ 123,3 bilhões no segundo trimestre do ano. Com o resultado, o saldo negativo atingiu 3,4% do PIB do país, a maior porcentagem desde o quarto trimestre de 2008. 

Em contrapartida, as condições de negócios na região de Nova York registraram em setembro queda para 4,1 pontos, contra 7,1 pontos de agosto. As informações são do Banco Central de Nova York. Na Filadélfia, porém, as condições gerais de negócios apresentaram uma ligeira melhora nos primeiros dados de setembro, indo de -7,7 para -0,7 pontos. No entanto, os dados ainda mostram um cenário negativo, de acordo com o escritório regional do Federal Reserve.
Já a produção industrial cresceu 0,2% em agosto, ao passo que a capacidade utilizada da indústria do país norte-americano recuou no período, para 74,7%.
Destaque ainda para dados da inflação nos EUA. Em agosto, os altos custos com energia pressionaram os preços. Com isso, o índice de preços ao produtor avançou 0,4%, ao passo que o núcleo do índice, que exclui os gastos com energia e alimentos, avançou 0,1%. Apesar do aumento, os resultados vieram abaixo do esperado. Para o indicador cheio, as apostas do mercado chegavam a 0,7%, enquanto o núcleo 0,1%.
Para o índice de preços ao consumidor, a alta em agosto foi de 0,3%, puxado pelos custos com energia. Segundo Departamento de Trabalho, somente os preços dos produtos de energia tiveram alta de 2,3% no período, após subirem 2,6% em julho. Já os custos com alimentos subiram 0,2%, o maior resultado desde abril. Com isso, o núcleo do CPI, que exclui estes custos, ficou estável.
Outro indciador importante, a confiança do consumidor norte-americano registrou em setembro queda para 6 6,6 pontos, contra 68,9 pontos de agosto,  informou nesta sexta-feira pesquisa realizada pela Universidade de Michigan. Segundo o órgão, o resultado é o mais baixo desde agosto do ano passado, e veio muito abaixo do esperado, de 70 pontos.
No mercado de trabalho, o mercado conheceu apenas o resultado dos novos pedidos de auxílio desemprego, que na semana passada recuaram em 3 mil, para 450 mil.
Com isso, o Dow Jones acumulou alta de 1,4% na semana, e fechou aos 10607 pontos, ao passo que o S&P também teve + 1,4%, aos 1125 pontos.





Veja gráficos abaixo:










Cenário Interno


No Brasil, destaque para relatório Focus divulgado pelo Banco Central. Na nova pesquisa com analistas de mercado sobre as perspectivas da economia brasileira, houve redução na expectativa do IPCA de 2010 de 5,07% para 4,97%. Para 2011, a aposta foi elevada para 4,9%.
No mesmo dia, a FGV anunciou que o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) do mês de agosto apresentou variação de -0,44%. Com este resultado, o indicador acumula alta de 3,75%, no ano e 3,99%, nos últimos 12 meses.
Já o IPC-S de 15 de setembro apresentou variação de 0,31%, 0,14 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada na última divulgação. Este foi o maior resultado desde a terceira semana de maio de 2010, quando o índice apresentou alta de 0,47%.
Além disso, o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) variou 1,12%, em setembro. A taxa apurada em agosto foi de 0,46%. O IGP-10 é calculado com base nos preços coletados entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
Outro destaque foi o IPC da Fipe, que avançou 0,21% na segunda prévia de setembro, contra 0,15% da primeira medição do mês. Segundo a fundação, os custos maiores dos alimentos e do vestuário pesaram no resultado final.
Desta forma, a Bovespa terminou a semana com alta acumulada de 0,4%, aos 67089 pontos.





Veja gráfico diário abaixo, seguido de tabela com as maiores altas e baixas do período, bem como relação dos ativos mais negociados:





Ibovespa



As maiores altas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
B2W VAREJO
BTOW3
31,40
8,84%
LOJAS AMERIC
LAME4
15,49
8,63%
LIGHT S/A
LIGT3
23,42
6,36%
ECODIESEL
ECOD3
0,95
4,40%
JBS
JBSS3
7,53
4,29%





As maiores baixas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
LLX LOG
LLXL3
9,19
-14,91%
PETROBRAS
PETR4
26,44
-3,92%
KLABIN S/A
KLBN4
4,98
-3,49%
GERDAU MET
GOAU4
29,10
-3,00%
TELEMAR N L
TMAR5
46,17
-2,80%





Mais negociadas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VOLUME
SEGMENTO
VALE
VALE5
R$ 41,87
3.554.454.496,00
Minerais metálicos
PETROBRAS
PETR4
R$ 26,46
3.370.828.064,00
Exploração e/ou refino
OGX PETROLEO
OGXP3
R$ 20,19
1.154.706.416,00
Exploração e/ou refino
PETROBRAS
PETR3
R$ 30,05
830.376.176,00
Exploração e/ou refino
ITAUUNIBANCO
ITUB4
R$ 38,60
749.302.824,00
Bancos





Dólar:


O dólar comercial fechou em alta na tarde desta sexta-feira, dia de indefinição dos mercados acionários globais, que após manha de ganhos passaram a cair puxados por dados negativos da economia dos EUA.
Para conter a desvalorização da moeda norte-americana, o Banco Central voltou a atuar fortemente no mercado à vista de câmbio, comprando dólares. Ao longo de toda esta semana, a entidade realizou todos os dias dois leilões diários.
Desta forma, a divisa terminou o pregão de hoje com alta de 0,17%, cotada a R$ 1,7190. Na semana, a moeda fechou praticamente zerada, com queda de 0,10% em relação à última sexta-feira.


Confira o gráfico:


Dólar





Enfoque Informações Financeiras






Citi vê momento desfavorável aos frigoríficos, mas mantém recomendações

Por: Equipe InfoMoney
17/09/10 - 08h36
InfoMoney


SÃO PAULO - Embora mantenha inalterada sua recomendação de compra aos papéis da Minerva (BEEF3) e de manutenção aos de Marfrig (MRFG3) e BR Foods (BRFS3), as perspectivas do Citi sobre o setor alimentício não são das mais animadoras.

“Apesar de, no lado da demanda, a indústria de alimentos ainda mantenha bons fundamentos, tanto para as exportações como no mercado  interno, há alguns ventos desfavoráveis provenientes dos custos de produção e do câmbio que podem resultar em pressões sobre as margens no curto prazo”, avaliam Carlos Albano e Marcio Kawassaki, analistas que assinam o relatório do banco.

Pressões e queda nas exportaçõesA equipe do Citi avalia que com a recente apreciação do real, as exportações deverão ver suas receitas em contração, na divisa nacional, ao mesmo tempo em que ocorrerá uma escalada nos preços dos grãos e do gado durante o segundo semestre deste ano. “Esses efeitos devem ter um impacto negativo sobre os números dos produtores brasileiros do setor alimentício durante os próximos trimestres”.

Além disso, a dupla de analistas também ressalta a queda observada no volume das exportações durante o mês de agosto – de 3% nas aves e 6% nas carnes bovinas, na passagem mensal. “Os números de agosto devem reduzir o momentum favorável vivido pelas exportações brasileiras”, comentam.

No entanto...Por fim, uma ressalva positiva no setor de carnes: “os preços da carne estão subindo acima dos preços do gado em ambos os mercados (doméstico e norte-americano), o que deve compensar parte da pressão sobre as margens esperadas para os frigoríficos”.

Indicadores EUA - 10h55

EUA: Universidade de Michigan:Confiança do Consumidor: 66,6; previsão: 70

Fonte: Bloomberg

Indicadores EUA - 9h30

EUA: CPI: Índice preços ao consumidor (M/M): 0,3%; previsão: 0,3%
EUA: CPI: exceto alimentos/energia (M/M): 0,0%; previsão: 0,1%
EUA: CPI: Índice preços ao consumidor (A/A): 1,1%; previsão: 1,1%
EUA: CPI: exceto alimentos/energia (A/A): 0,9%; previsão: 1,0%

Fonte: Bloomberg

Próximos Indicadores:

10h55
Univ de Michigan: Confiança do Consumidor