sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Cenário Econômico Semanal – 17 a 21/Janeiro

Agência Enfoque




Cenário Econômico Semanal


Em semana marcada pela agenda fraca e por ser mais curta nos Estados Unidos, os principais índices financeiros do Brasil e de Wall Street acumularam ganhos/perdas no período que se encerra hoje.





Cenário Externo


Após o feriado do dia de Martin Luther King, na segunda-feira, os mercados acionários dos Estados Unidos tiveram uma terça-feira de ganhos em Nova York. Na pauta da jornada, a divulgação de importantes indicadores da economia americana.
O destaque ficou para o índice de atividade da região de Nova York, o Empire State Index, que registrou 11,92 pontos em janeiro, contra 9,9 pontos de dezembro de 2010. Os números são do escritório regional do Federal Reserve.
Pouco mais tarde, foi divulgado que o índice do mercado imobiliário da National Association of Home Builders (NAHB) registrou em janeiro 16 pontos, o mesmo valor que havia sido apurado do levantamento do mês anterior.
No dia seguinte, o destaque ficou para a construção de casas novas nos Estados Unidos, que apresentou em dezembro queda de 4,3% para um taxa anualizada de 529 mil. Já as permissões para a construção apresentaram alta de 16,7%, para um total de 635 mil, o maior nível desde março passado, ao passo que as vendas de casas existentes dispararam mais de 12% em dezembro. Segundo a Associação de Corretores de Imóveis do país, com a alta registrada, o volume de casas vendidas passou para 5,28 milhões, muito acima dos 4,88 milhões esperados.
Outro indicador importante, os novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos registraram queda de 37 mil na semana, para 404 mil. As revalidações do benefício, por sua vez, recuaram em 26 mil, para 3,86 milhões.
Além dissonte, a Conference Board informou que a expansão da economia americana deve seguir, apesar de que ainda existam alguns ventos contrários no médio prazo. Com isso, a entidade informou que o índice dos indicadores antecedentes avançou 1% em dezembro.
Assim, o Dow Jones acumulou ganhos de 0,7% na semana, e fechou aos 11871 pontos. Já o S&P teve baixa de 0,9%, e fechou o período com 1282 pontos.





Veja gráficos abaixo:










Cenário Interno


No Brasil, a semana contou com a divulgação de índices de inflação e da balança comercial.o Destaque, porém, foi a Decisão do Copom, anunciada na quarta-feira.
Pela primeira vez desde julho do ano passado, os juros básicos da economia voltaram a subir. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC) elevou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual. Com isso, o índice subiu de 10,75% para 11,25% ao ano. Esta foi a primeira reunião do Copom do governo Dilma Rousseff.
A decisão fez a taxa Selic voltar ao nível de março de 2009. Em comunicado enviado à imprensa, o BC indicou que o aumento é apenas o início de uma série de ajustes nos juros básicos.
Além disso, o IPC-S de 15 de janeiro de 2011 apresentou variação de 1,06%, 0,14 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada na última divulgação. Nesta apuração, cinco das sete classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimos em suas taxas de variação, com destaque para Educação, Leitura e Recreação (1,46% para 2,43%) - que registra o reajuste dos cursos formais (1,93% para 3,81%) e Transportes (0,91% para 1,49%) - dada a influência dos recentes reajustes captados pelo item tarifa de ônibus urbano (0,84% para 2,71%).
Já a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) foi de 0,49% em janeiro deste ano, taxa inferior à registrada no mês anterior, que havia sido de 1,27%. A redução do IGP-10, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), foi influenciada pela queda na inflação de dois sub-índices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
Seguindo trajetória de alta, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) variou 0,63%, no segundo decêndio do mês de janeiro. No mês anterior, para o mesmo período de coleta, a variação foi de 0,75%. O segundo decêndio do IGP-M compreende o intervalo entre os dias 21 do mês anterior e 10 do mês de referência.
Destaque ainda para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior, que anunciou que a balança comercial brasileira registrou saldo positivo de US$ 496 milhões, com média diária de US$ 99,2 milhões, nos cinco dias úteis (10 a 16) da segunda semana de janeiro de 2011. A corrente de comércio (soma das exportações e importações) totalizou US$ 7,270 bilhões, com média de US$ 1,454 bilhão por dia útil.
Desta forma, a Bovespa acumulou perdas de 2,6% na semana, e terminou aos 69133 pontos.





Veja gráfico abaixo, seguido de tabela com as maiores altas e baixas do período, bem como relação das mais negociadas:





Ibovespa





As maiores altas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
BRASKEM
BRKM5
20,30
5,18%
TELEMAR
TNLP3
37,20
4,58%
KLABIN S/A
KLBN4
5,97
3,29%
VIVO
VIVO4
57,37
2,08%
CCR RODOVIAS
CCRO3
47,60
1,28%





As maiores baixas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
SABESP
SBSP3
40,66
-10,34%
CEMIG
CMIG4
27,48
-7,32%
GERDAU MET
GOAU4
26,90
-6,92%
SANTANDER BR
SANB11
20,98
-6,76%
GERDAU
GGBR4
22,58
-6,69%





Mais negociadas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VOLUME
SEGMENTO
VALE
VALE5
R$ 52,51
3.524.860.544,00
Minerais Metálicos
PETROBRAS
PETR4
R$ 27,05
2.350.343.936,00
Exploração e/ou Refino
ITAUUNIBANCO
ITUB4
R$ 37,21
1.197.951.752,00
Bancos
OGX PETROLEO
OGXP3
R$ 18,77
1.062.885.632,00
Exploração e/ou Refino
BRADESCO
BBDC4
R$ 31,60
753.462.648,00
Bancos





Dólar:


O dólar comercial fechou em leve alta nesta sexta-feira, na direção oposta à da Bovespa, e após caminhar de lado praticamente a semana inteira.
Depois de operar entre máxima de R$ 1,6740 e mínima de R$ 1,6680 nesta sessão, a moeda norte-americana terminou com +0,06%, cotada a R$ 1,6730. Na semana, a divisa acumula queda de 0,7%.


Veja gráfico abaixo:





Dólar





Enfoque Informações Financeiras






Analistas do Santander recomendam compra de Vale e Gerdau

Por: Equipe InfoMoney
21/01/11 - 16h16
InfoMoney


SÃO PAULO – Após se reunirem na 15° Conferência Anual da América Latina, analistas do Santander enfatizam peso acima da média no segmento de mineração em comparação ao de siderurgia em 2011. Os destaques individuais ficam para Vale e Gerdau, ambas com recomendação de compra.


aposta no setor de mineração se deve principalmente ao forte aumento do preço à vista de minério de ferro, cotado atualmente em US$ 180 por tonelada, conforme explicado por Felipe Reis e Alex Sciacio. Por causa disso, ambos levantam ainda a possibilidade dos resultados trimestrais das mineradoras surpreenderem positivamente.


Ao mesmo tempo, as siderúrgicas devem registrar desempenhos operacionais mais baixos que o estimado nos próximos dois trimestres, devido ao impacto negativo da redução nos volumes de vendas. A queda nos preços do aço e a apreciação do minério de ferro e do carvão são outros fatores que podem contribuir para resultados mais fracos, de acordo com os analistas do Santander.


ValePara o Santander, os fundamentos da Vale continuam bons e as ações devem ser beneficiadas pelo forte momento dos preços do minério de ferro. Em termos operacionais, o guidance da empresa para o volume de vendas do produto em 2011 continua em 310 milhões de toneladas, alta em relação aos 290 milhões estimados em 2010.


Apesar da Vale afirmar que não haverá mudança na administração da empresa, os investidores focam na possível substituição do CEO (Chief Executive Officer) Roger Agnelli. Dessa forma, segundo o Santander, a principal preocupação em relação à companhia é o risco de intervenção política. 


Gerdau
Única siderúrgica brasileira dentre as três cobertas pelo Santander cuja recomendação é de compra, a Gerdau deve colocar em prática uma estratégia clara para erradicar as importações de aços longos no Brasil, segundo o Santander, visto que ainda não há nenhum sinal de recuperação nas operações dos Estados Unidos. Os analistas projetam que as margens Ebitda (relação entre Ebitda e receita líquida) consolidadas nos próximos dois trimestres devem ser de aproximadamente 12%.



CSN
Em relação à CSN, o Santander acredita que os principais desafios no curto prazo são manter a participação no mercado de siderurgia, além de apresentar volumes extras de minério de ferro, já que "a geração de caixa operacional está cada vez mais dependente das operações" ligadas à commodity. A recomendação é de manutenção das ações.



Usiminas
Sobre a Usiminas, estima-se que a empresa registrará Ebitda (geração operacional de caixa) trimestral em torno de R$ 400 milhões no quarto trimestre de 2010 e no primeiro trimestre de 2011, o que pressiona a projeção para o acumulado neste ano, de R$ 3,4 bilhões. "Acreditamos que existe risco de baixa significativo para nossa estimativa do Ebitda de 2011 (aproximadamente 20%)", ressaltam os analistas.



Por outro lado, a expectativa é que a decisão da empresa de proceder à venda de sua participação na Ternium aconteça em breve, assim como a expansão da capacidade de aço bruto na planta de Ipatinga. Levando em consideração ambos os pontos, o lado negativo ganha e a corretora reitera a recomendação de Abaixo do Mercado para a empresa.


Confira as recomendações
 EmpresaCódigo Preço-Alvo* (R$) Upside** (%)
Vale(VALE3)74,0039,62%
Gerdau(GGBR4)29,0023,19%
CSN(CSNA3)31,508,88%
Usiminas(USIM3)22,5014,67%

Possíveis operações para 21/01/2011

NATU3
Condição de entrada: rompimento dos R$ 43,90
Condição de stop: rompimento dos R$ 47,05.
Motivo da operação: Rompimento de fundo de suporte do congestionamento.
Tipo da operação: Swing  trade curto.
Objetivo imediato: Próximo dos R$ 40,00.



ITUB4
Condição de entrada: rompimento dos R$ 36,95
Condição de stop: rompimento dos R$ 40,45.
Motivo da operação: Rompimento de fundo anterior com cruzamento de MACD e aumento no volume.
Tipo da operação: Swing  trade curto.
Objetivo imediato: Próximo dos R$ 35,00.

Com perspectiva otimista, BTG Pactual eleva preço-alvo da Santos Brasil

Por: Equipe InfoMoney
20/01/11 - 16h20
InfoMoney


SÃO PAULO - O BTG Pactual está otimista em relação à Santos Brasil (STBP11), acreditando que o momentum visto pela empresa no segundo semestre de 2010 deve continuar em 2011. As ações da empresa permanecem como top pick no setor de transportes.


Segundo os responsáveis pelo relatório, Rodrigo Góes, Thiago Macruz e Felipe Nüssli, a companhia deve apresentar resultados positivos nos próximos exercícios e por isso, o preço-alvo para 12 meses foi elevado de R$ 29,00 para R$ 36,00 por ação, o que representa um potencial hipotético de valorização de 41,18% em relação ao pregão anterior. A recomendação para os ativos da empresa é de compra.


Projeções
Os analistas aumentaram a projeção para o crescimento do volume em 201, dada a atual taxa de execução. Segundo eles, o volume deve aumentar em 12%, contra a estimativa anterior de 8%.



Essa perspectiva, somada ao aumento tarifário médio de 8,5% e uma moderada expansão de margens, pode proporcionar à empresa um crescimento no Ebitda (geração operacional de caixa) em torno de 24% no ano, o que equivale a R$ 411 milhões. 


Segundo a análise do BTG, a geração de caixa deve ser significativa nos próximos anos, impulsionando a dívida líquida atual de R$ 465 milhões para R$ 80 milhões positivos em caixa até 2012.  Os analistas apostam nesse movimento, o que diminuiria a necessidade da Santos Brasil em expandir seus múltiplos. 

Goldman Sachs rebaixa recomendação da Porto Seguro para venda

Por: Equipe InfoMoney
20/01/11 - 16h52
InfoMoney


SÃO PAULO - O Goldman Sachs decidiu rebaixar a recomendação das ações da Porto Seguro (PSSA3) para venda. O Goldman Sachs acredita que a companhia está sendo negociada com prêmio excessivo em relação aos grandes bancos, de 20%, embora estes sejam mais líquidos e tenham também perspectivas de crescimento no longo prazo. Desse modo, a instituição aponta que pode encontrar potencial de valorização mais interessante em outros lugares dentro do universo de cobertura. 


Com esse cenário em mente, os analistas Carlos Macedo, Jason Mollin e Wesley Okada rebaixaram o preço-alvo de 12 meses da PSSA3 para R$ 25,40, o que representa uma possível desvalorização de 6,96% frente ao último fechamento. Apesar de também ter rebaixado o preço-alvo dos ativos da SulAmerica (SULA11) para R$ 22,20 - valorização hipotética de 10,72% - a recomendação foi mantida em neutra.


O Goldman Sachs continua com visão positiva para o setor de seguros em 2011, especialmente por causa do ciclo de aperto monetário. O aumento nas taxas de juros eleva a contribuição dos lucros financeiros para as empresas e, para a equipe do banco, o ajuste deve ter um impacto mais efusivo na segunda metade do ano.


No entanto, embora as seguradoras trabalhem em ciclos bastante relacionados às taxas de juros, que confere a elas maior flexibilidade para subscrever riscos (aceitar mais perdas), há também a desvantagem de diminuir a sensibilidade das empresas ao preço. E, a longo prazo, a competição mais agressiva pode entrar em cena, limitando os ganhos anteriormente obtidos com as taxas de juros altas, reduzindo a expansão de ganho por ação.


Perspectivas
Para o quarto trimestre as perspectivas em relação às empresas refletem crescimento, porém com elevação das despesas. O cenário macroeconômico também foi ajustado para incorporar a expectativa de maior inflação em 2011 e 2012, bem como a manutenção do real valorizado frente ao dólar. 



Para a SulAmerica, o cenário é um pouco mais otimista, com expectativa de elevação no lucro financeiro da companhia, tendência que não deve ser observada para a Porto Seguro. As projeções de lucro por ação em relação às duas empresas também divergem: os analistas elevaram a estimativa de lucro por ação da SulAmerica em 3,4% em 2010, enquanto para a Porto Seguro a projeção foi reduzida em 6,1%. Já em 2011 as duas companhias devem ganhar menos. O Goldman Sachs revisou as projeções para baixo em 8,9% e 5,4%, respectivamente.


Banco do Brasil: grande competidor
Para os analistas, o Banco do Brasil deve atuar como o grande competidor do setor. O banco tradicionalmente opera com o objetivo de ter market share de 20% em todos os segmentos de atuação- atualmente ele ocupa 14% desse mercado com a parceria com a Mapfre. A alta dos juros pode levar a prêmios menores por parte das companhias e isso é potencializado quando um player do setor adota uma postura agressiva na busca por maior exposição no mercado.

Apesar de haver pouco espaço para sustentar essa política, os analistas acreditam que será o caminho escolhido pelo Banco do Brasil e não restará alternativa a Porto Seguro e outras seguradoras a não ser seguir tal tendência, de modo que a rentabilidade no setor, como um todo, deverá cair.


Consolidação da saúde
O setor privado de saúde é bem fragmentado no País, mas as exigências e regulações por parte da ANS (Agência Nacional de Saúde) estabelecidas a partir de 2008 devem ajudar na consolidação do setor.



A SulAmerica está bem posicionada e tem boas perspectivas para se beneficiar desse movimento no setor. Com R$ 1 bilhão em excesso de capital, a companhia tem a possibilidade de fazer aquisições para complementar seu crescimento orgânico. Segundo os analistas, a já anunciada aquisição da Dental Plan pode ser o primeiro passo. Um primeiro alvo seria a Tempo Participações.


Apesar de ser um desenvolvimento positivo para a empresa, o impacto no preço das ações dependerá do valor pago pelos ativos da companhia, segundo o Goldman.