São Paulo, 13 - A cotação da celulose vendida no mercado chinês, principal responsável pelo aumento da demanda pela commodity desde meados do ano passado, mantém tendência de volatilidade no começo de julho. Após apresentar trajetória constante de elevação até o início do mês passado, o preço da celulose de fibra curta tem oscilado nas últimas semanas, segundo levantamento semanal divulgado pela consultoria Foex.
O indicador divulgado hoje aponta queda de 0,92% em relação à semana passada, para US$ 834,99 por tonelada. Graças à queda, de US$ 7,76 no período, a cotação da celulose vendida na China voltou aos níveis apurados no começo de maio. O resultado, entretanto, ainda apresenta elevação de 26,11% em relação ao patamar do começo do ano.
A volatilidade dos preços nas últimas semanas indica que o mercado procura o ponto de estabilidade para a cotação da celulose na China, após o insumo ter valorização superior a 100% desde o começo de 2009, quando foi registrado o período mais adverso da crise para o setor. Segundo relatório divulgado pela Link Investimentos na semana passada, após a divulgação de pesquisa da Foex, a estabilidade da commodity ocorre porque o preço "já se encontra em patamares bastante elevados, e o mercado, até certo ponto, encontrou um equilíbrio entre a oferta e a demanda de celulose."
A despeito do desempenho dos preços internacionais no mercado chinês, os fabricantes brasileiros de celulose de fibra curta (caso do eucalipto) ainda constatam um cenário ascendente de preços na Europa e nos Estados Unidos. A cotação da celulose de fibra curta na Europa, principal mercado consumidor mundial, teve leve valorização de 0,01% (US$ 0,11), para US$ 920,00 por tonelada, confirmando novo recorde de preços do pós-crise. A última leve correção do indicador ocorreu no começo de maio.
Nos Estados Unidos, onde a demanda é principalmente por celulose de fibra longa, a cotação da commodity também apresentou valorização na última semana: +0,21% (US$ 2,17), para US$ 1.020,00 por tonelada. O resultado também reitera o recorde na região para a celulose de fibra longa acima de US$ 1.000 por tonelada, dando sequência a uma trajetória de aproximadamente oito meses de alta.
O Brasil registra aumento de vendas para as três regiões neste ano. Segundo dados da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), as vendas para a China cresceram 23% entra janeiro e maio, sobre igual período do ano passado, para US$ 503 milhões (preço FOB) - a entidade não divulga a venda por regiões em volume comercializado. A receita com exportações para a Europa cresceu 77,1% no período, para US$ 845 milhões. Na América do Norte, a alta foi de 44,3%, para US$ 332 milhões.
(André Magnabosco)
Fonte: AE Broadcast