São Paulo, 24 - O misto de notícias internacionais contribui para manter a Bovespa operando de lado nesta segunda-feira. O sentimento de desconfiança entre os investidores internacionais quanto aos desdobramentos da crise europeia ajuda a pressionar o Ibovespa, enquanto o anúncio de que a China adiou a adoção de novas medidas restritivas favorece as ações de empresas ligadas a commodities.
Às 11h57 o principal índice da Bolsa paulista registrava valorização de 0,20% aos 60.382 pontos. Na máxima alcançou 60.733 pontos (+0,79%) e na mínima 59.815 pontos (-0,74%). No mesmo horário, o Dow Jones caía 0,46% e o S&P 500 registrava baixa de 0,21%.
"O dia deve continuar sem direção definida, apesar da disposição para subir vista ainda na primeira hora do pregão", avalia o economista da Legan Asset Fausto Gouveia. O profissional ressalta que investidores locais têm demonstrado apetite para comprar, de olho em pechinchas.
OGX
As ações da OGX subiam 3,35% e lideravam as maiores altas do Ibovespa, reagindo positivamente à notícia de nova descoberta de petróleo em campos explorados pela empresa. Desta vez foi na seção santoniana do poço 1-OGX-11D-SPS, prospecto Natal, localizado no bloco BM-S-59. A OGX detém 100% de participação neste bloco.
Segundo a empresa, até o momento, foi identificada uma coluna de hidrocarboneto em torno de 42 metros com net pay (área com óleo de fato) de aproximadamente 34 metros. O poço continuará sendo perfurado até a profundidade total estimada de 6.100 metros.
Operadores citam ainda que a venda de 40% do campo de petróleo offshore Peregrino, na Bacia de Campos, pela companhia de petróleo norueguesa Statoil para a Sinochem, quarta maior petroleira da China, por US$ 3,07 bilhões, ajuda a valorizar a OGX.
Outra empresa do grupo, a MMX também figura na lista de maiores altas do Ibovespa, com valorização de 1,85%. Segundo profissionais do mercado a melhora deve-se à expectativa de que Eike Batista negocie uma nova mina. Há especulações também sobre uma nova parceria, desta vez com a Ferrous Resources, como destacou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo no final de semana.
LLX, por sua vez, avançava 1,70% na esteira de boas notícias de outras empresas do grupo, também figurando entre as maiores altas do Ibovespa.
Aéreas
As companhias aéreas também faziam parte da lista de maiores altas do Ibovespa. TAM subia 2,20% e Gol avançava 1,97%, ambas recuperando-se das baixas registradas na semana passada.
Também figuravam no grupo de maiores altas Cosan ON (+2,07%) e BM&FBovespa (+1,72%).
Blue chips
Petrobras PN recuava 0,22%% e ON 0,58%, em dia de alta no preço do petróleo na Nymex eletrônica. A cotação do insumo avançava em torno de 0,20%, para a casa dos US$ 70,00 o barril.
A estatal deu o primeiro passo para o processo de capitalização na semana passada, ao convocar uma assembleia de acionistas para autorizar o aumento de capital. A empresa vai pedir permissão para emitir até 5,6 bilhões de novas ações, volume que, a preços atuais, representaria captação de R$ 160 bilhões.
Segundo comunicado distribuído sexta-feira, a assembleia será no dia 22 de junho. Os acionistas terão de votar proposta para ampliar o número de ações, hoje em 8,7 bilhões - o estatuto atual da companhia estabelece um limite de emissão de 200 milhões de novas ações. O estatuto também limita o aumento de capital em R$ 60 milhões. A Petrobras propõe que o limite seja alterado para R$ 150 bilhões.
Em entrevista em Madri, porém, o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, disse que o cronograma pode ser revisto caso a crise ganhe força.
Vale PNA registrava ganhos de 0,15% e ON subia 0,17% em dia em que os metais operaram com direções divergentes na London Metal Exchange (LME).
As siderúrgicas operam em alta com Gerdau (+1,51%), Gerdau Metalúrgica (+1,36%), CSN (+0,76%), Usiminas PNA (+1,34%) e Usiminas ON (+1,16%).
As empresas de construção operam em alta com Agre (+1,43%), PDG (+0,28%), Gafisa (+0,09%), Rossi (0,08%) e Cyrela (0,21%). A exceção fica por conta de MRV, que recua 0,69%, devolvendo parte dos ganhos registrados na semana passada.
Na lista de maiores quedas do Ibovespa destaque para as empresas de varejo como Lojas Renner (-1,17%), Lojas Americanas (-1,08%), Pão de Açúcar (-1%) e Natura (-0,86%). Também compunham a lista Telesp PN (-1,42%), CCR (-0,91%) e CESP PNB (-0,86%).
(Beth Moreira)
Fonte: AE Broadcast