sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Randon, EzTec e Localiza são as small caps mais citadas em carteiras para dezembro

08 de dezembro de 2011 • 21h01Por: Nara Faria

SÃO PAULO -  Depois de retomar em novembro a liderança entre as small caps, a Randon (RAPT4) novamente perdeu votos nas carteiras de recomendações para o mês de dezembro. Com isso, os papéis da fabricante de autopeças dividiram o primeiro lugar no ranking com os ativos da EzTec (EZTC3) e Localiza (RENT3) nos portfólios mensais para o último mês do ano.

Tendo como base os papéis que compõem o SMLL (Índice de Small Caps da BM&F Bovespa), as ações do Randon somaram quatro votos nas carteiras recomendadas para  dezembro, três citações a menos que nas carteiras do mês passado. Já os papéis da Localiza tiveram um voto a mais que no mês anterior, sendo citadas em quatro portfólios, enquanto a EzTec manteve os mesmo quatro votos registrados nas carteiras do mês anterior. Com isso, as três dividiram a primeira colocação em carteiras no período.

Ao todo, 22 carteiras de bancos e corretoras foram utilizadas para este levantamento. Os portfólios selecionados foram: Amaril Franklin, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Citigroup, Geração Futuro, Geral, Gradual, HSBC, Itaú BBA, Novinvest, Omar Camargo (2 carteiras), PAX, Rico, Socopa, Souza Barros, TOV, Um, Walpires e XP (2 carteiras). 

Entre todas as carteiras publicadas pela InfoMoney em dezembro, nesta compilação apenas não foram considerados os portfólios com sugestões de ações que tenham perspectiva de pagamento de proventos.

Randon: divergência sobre crescimento reduz votos
Apesar de permanecer na liderança, a Randon reduziu a quantidade de citações em carteiras para dezembro. A estrategista da Ativa Corretora, Mônica Araújo, uma das corretoras que optou por retirar as ações da companhia da carteira para esse mês, explica que a decisão deve-se a perspectiva de que para ano de 2012, as estimativas do mercado para a produção de veículos pesados são bastante divergentes.

Segundo a corretora, as previsões mais otimistas estimam uma pequena elevação de 5% do volume, enquanto as mais pessimistas já esperam por queda superior a 15% no ano.

"Optamos por uma projeção mais conservadora em função da antecipação da demanda em 2011 e da postergação das férias coletivas do setor de dezembro de 2011 para janeiro para 2012, bem como pelo cenário de menor expansão da atividade econômica no mercado interno, o que acabou determinando em nossa decisão para retirar RAPT4 da nossa carteira de longo prazo", explica a estrategista.

Mais otimista, a equipe de análise da Gradual Investimentos, afirma que a forte demanda por veículos pesados e implementos deve sustentar crescimento do lucro da empresa. "A divisão de autopeças também deve apresentar vendas crescentes para atender a programação de produção da indústria de veículos comerciais", explica a corretora em relatório.

A equipe da corretora também acredita que, com receita líquida acumulada de R$ 3,5 bilhões nos primeiros dez meses de 2011, o guidance de R$ 4,1 bilhões de faturamento para o ano poderá ser superado pela companhia.

EzTec: margens elevadas garantem a atratividade
As margens elevadas e conservadora estrutura de capital, somada a um banco de terrenos consistente com sua estratégia de crescimento, o que lhe garante vantagens competitivas em seu setor de atuação, na opinião da equipe de análise da Geral Investimentos.

Projeções elevadas de lançamentos e vendas, além de expectativa de crescimento de seu lucro e de suas margens são apontadas pela corretora como outro fator considerável para a preferência da companhia para compor a carteira para dezembro.

Rico Corretora afirma ainda que os resultados da companhia referentes ao terceiro trimestre de 2011 revelam que a empresa está em uma situação confortável para alcançar sua diretriz para o exercício entre R$ 1,0 e R$ 1,2 bilhão. "A empresa continua mostrando solidez nas margens e rentabilidade na operação. Além disso, conta com um colchão de liquidez, algo raro entre as empresas do setor", explica a corretora em relatório.

Localiza se beneficia com cenário interno
Perspectivas de crescimento de frota, flexibilidade financeira e ativos sendo negociados com múltiplos mais baixos que sua média histórica, são alguns dos motivos apontados para a inclusão da companhia nas carteiras mensais, na opinião de Fernando Siqueira e Hugo Rosa, da Citi Corretora

Para a Geral Investimentos, a Localiza tem como estratégia forte o crescimento orgânico, com objetivos de ganhos de market share em um mercado que ainda é bastante pulverizado. Além disso, o crescimento da empresa tem forte correlação com o PIB (produto Interno Bruto), apresentando um histórico de crescimento de cinco a seis vezes o PIB brasileiro. "Ademais, com uma perspectiva de ciclo de crescimento econômico para o país, a companhia ainda será bastante beneficiada pelos eventos da Copa do Mundo e as Olimpíadas, bem como pela tendência cada vez maior de terceirização de frotas das empresas, na busca por eficiência operacional", completa a corretora.

"Continuamos acreditando na capacidade operacional e financeira da empresa para manter um ritmo de crescimento elevado para os próximos trimestres. Além disso, a inclusão dos papéis da empresa na prévia da carteira do Ibovespa deve trazer fluxo para o papel no curto prazo e reforça nossa recomendação de compra", concluem os analistas da Rico Corretora.

Outras recomendações 
Com duas recomendações, ainda foram citadas nas carteiras de outubro os ativos da Lojas Marisa (AMAR3), LLX (LLXL3), GOL (GLLL4), M. Dias Branco (MDIA3), Iochpe-Maxion (MYPK3), OdontoPrev (ODPV3) e Valid (VLID3).

Ainda foram citadas uma vez nas carteiras de dezembro: Brookfild (BISA3), BR Properties (BRPR3), Comgás (CGAS5), Drogasil (DROG3), Fertilizantes Heringer (FHER3), Grendene (GRND3), JHSF (JHSF3), Klabin (KLBN4), Le Lis Blanc (LLIS3), Mills (MILS3), Multiplus (MPLU3), OHL Brasil (OHLB3), Marcopolo (POMO4), Suzano (SUZB5), TAM (TAMM4), Tecnisa (TCSA3) e Totvs (TOTS3). 

Ao todo, foram 28 small caps citadas pelos analistas neste mês. Cabe mencionar que, segundo a BM&F Bovespa, "as empresas que, em conjunto, representarem 85% do valor de mercado total da bolsa são elegíveis para participarem do índice MLCX (Mid Large Caps). As empresas que não estiverem incluídas nesse universo são elegíveis para participarem do índice SMLL. Não estão incluídas empresas emissoras de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) e empresas em recuperação judicial ou falência".

Vale mencionar que a lista de empresas que compõem a lista de small caps deve passar por alterações para os quatro primeiros meses de 2012, considerando que que o Ibovespa já divulgou a prévia da carteira teórica do SMLL válida para o período de janeiro a abril do próximo ano.