Por: Anderson Figo
06/01/11 - 16h00
InfoMoney
SÃO PAULO - Otimista com o setor de seguros no Brasil, o HSBC iniciou a cobertura dos papéis da Brasil Insurance (BRIN3), com recomendação de compra. Ressaltando que a companhia deverá agregar ainda mais valor através de suas aquisições, o banco estabeleceu um preço-alvo de R$ 2.575,00 aos ativos da empresa para o final de 2011, o que representa um potencial de valorização de 38,4% em relação ao fechamento desta quarta-feira (5).
De acordo com o analista Paulo Ribeiro, a Brasil Insurance "oferece uma opção atrativa de investimento para apostar na crescente penetração de seguros no Brasil". Na análise de Ribeiro, as operações da companhia possuem base em fatores estruturais eeconômicos favoráveis, sem os riscos de subscrição assumidos pelas seguradoras.
Mercado favorável
A principal atividade da companhia, presente em nove estados brasileiros e com 34 escritórios, é a intermediação de seguros, formada por mais de 20 corretoras. Entre os serviços oferecidos estão os seguros de saúde, odontológicos, de automóveis e de riscos de engenharia. Além disso, a empresa oferece outros produtos, de valor agregado e conveniência, sendo a avaliação de risco, avaliação patrimonial, processamento de sinistros, vistoria de veículos e reboque apenas alguns deles.
Este nicho de mercado, segundo o HSBC, é benéfico para as ações da empresa, uma vez que a Brasil Insurance é pioneira no ramo de intermediação de seguros no País. "A Brasil Insurance deve gozar de uma vantagem por seu pionerismo, pois ela adquire e consolida corretoras, no mercado altamente fragmentado de corretoras no Brasil", disse Ribeiro.
Aquisições
Segundo o analista do HSBC, a companhia deverá se utilizar dos recursos obtidos através de seu IPO (Oferta Pública de Ações), bem como das altas taxas de geração de caixa, para financiar suas aquisições nos próximos três anos. "As aquisições são parte do DNA da Brasil Insurance, sua razão de ser. E é vital para sua avaliação, na qual é importante entender não apenas o impacto estratégico das aquisições, mas também seus impactos contábeis", avaliou Ribeiro.
O analista explica que nem todas as aquisições são criadas da mesma forma. Segundo ele, elas podem ser realizadas através de três maneiras distintas, sendo a compra da corretora como um todo, incluindo a administração, bem como a compra apenas da carteira de negócios, a qual seria integrada em uma das unidades operacionais existentes, ou ainda o investimento em novos canais de distribuição através de acordos com redes de varejo para acesso à sua base de clientes para produtos mais padronizados.
Mudança de foco no longo prazo
Apesar de reconhecer a importância das aquisições para as operações da Brasil Insurance, o HSBC já vê uma mudança de foco da companhia no longo prazo. Daqui a três anos, segundo Ribeiro, o ritmo de compras pela empresa deverá desacelerar, à medida que a companhia mudar seu foco para o aumento na distribuição de caixa através de um alto índice de distribuição de dividendos, considerando as necessidades limitadas de capital.
"Com a maior participação de mercado, vem um crescente poder de colocação de preços (que deve ajudar a sustentar as taxas de comissões) e melhorias de eficiência, além de diversificação geográfica e de produtos", disse o analista.
Riscos
Mesmo demonstrando grande otimismo em relação a Brasil Insurance nos próximos anos, o HSBC não descartou a presença de riscosao preço-alvo estabelecido para o final deste ano. Entre eles, Ribeiro destacou possíveis medidas regulatórias, concorrência acima da expectativa, maiores preços a serem pagos por aquisições e o processo de integração menos eficiente em novas aquisições, levando menores sinergias de receitas e custos.