sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Morgan Stanley corta preço-alvo da CSN, devido ao baixo retorno de investimentos

05 de janeiro de 2012 • 16h00Por: Equipe InfoMoney

SÃO PAULO - Por conta dos investimentos de retornos questionáveis da CSN (CSNA3), como na Transnordestina e na Usiminas (USIM3;USIM5), além do contínuo atraso na entrega de minério de ferro, o Morgan Stanley manteve a recomendação equal-weight (desempenho em linha com o mercado) para as ações da siderúrgica.

O banco, entretanto, reduziu o preço-alvo estimado para as ações no final do ano, de R$ 18,60 para R$ 17,80, o que configura um potencial de valorização de apenas 11,25% em relação ao fechamento de quarta-feira (4). Além disso, o banco diminuiu a estimativa de Ebitda (geração operacional de caixa) da companhia para 2012 em 4,82%, de 7,63 para R$ 7,28 milhões.

Investimentos de baixo retorno
Segundo o analista Bruno Montanari, os investimentos nas ações da Usiminas  podem levar a um overhang dos papéis da CSN (diluição do capital das ações, provocando uma desvalorização dos ativos). "Nós estimamos que a empresa terá uma perda de R$ 870 milhões caso decida concluir o processo de compra de 15,9% das ações da Usiminas aos preços correntes no mercado", avalia.

Para Montanari, mesmo que a compra das participações da Camargo Correa (CCIM3) e da Votorantim na siderúrgica pareçam ser um movimento estratégico para a CSN, a consolidação da empresa na Usiminas dependerá ainda de outros fatores. Com a entrada da Ternium no controle do grupo da Usiminas, por exemplo, a CSN terá uma influência limitada na companhia. 

O investimento no projeto da Transnordestina, onde a companhia alocou a maior parte do seu Capex (despesas de capital em investimentos), apresenta baixa TIR (Taxa Interna de Retorno), avalia o analista. "Nós acreditamos que esse projeto seja muito limitado, e dado os diversos atrasos e às revisões do capex para o projeto, nós acreditamos que a TIR gerada será de somente 2%", projeta. Segundo o analista, o orçamento da ferrovia, de R$ 5,4 bilhões, será revisto novamente para cima, com um aumento entre R$ 6,6 bilhões a R$ 6,7 bilhões.

Ação sem catalisador imediato
Desse modo, o analista apresenta duas ressalvas em relação à companhia: a alocação de capital em investimentos de baixo retorno e a dificuldade na execução de projetos. De acordo com Montanari, os ativos da CSN só se valorizariam caso a companhia desenvolva seus projetos de crescimento da exploração de aço a tempo e dentro do orçamento.

Porém, baseado no contínuo atraso da expansão da produção de minério de ferro, os investidores provavelmente não irão pagar um preço alto pelos papéis da companhia até que ela prove estar de volta ao front de crescimento, acredita.

Carteiras Recomendadas: confira as melhores e piores performances em 2011

02 de janeiro de 2012 • 18h00Por: Renato Rostás

SÃO PAULO - A turbulência nas economias maduras e no mercado financeiro global durante 2011 afetou duramente a bolsa brasileira durante todo o ano. Enquanto o Dow Jones, por exemplo, um dos principais índices que acompanha a Nyse (New York Stock Exchange), subiu 5,53% no período, o Ibovespadespencou 18,11%, chegando a 56.754 pontos.

Considerando apenas o mês de dezembro, com um volume financeiro reduzido e poucas notícias durante grande parte dos 30 dias, o benchmark nacional recuou0,21%, fechando perto da estabilidade. Foi o segundo mês no vermelho depois da disparada do índice registrada em outubro, de 11,49%.

Dezembro foi tempo de pessimismo principalmente nas primeiras semanas, quando o acordo apresentado por Alemanha e França na cúpula de líderes da Zona do Euro não convenceu os investidores de que a crise da dívida no continente seria resolvida. A maior integração fiscal, apesar de já ter começado com vários países - com destaque para Itália e Espanha -, precisará de um comprometimento maior das maiores nações do bloco, segundo analistas.

Carteiras performam no positivo
Apostando em ações defensivas para se proteger do cenário externo turbulento, a média das carteiras compiladas pelo Portal InfoMoney trouxe rentabilidade positiva, acima do apresentado pelo índice brasileiro. As 24 seleções tiveram ganhos de 1,04%1,25 ponto percentual acima do Ibovespa.

Tanto o mês foi focado em proteção que as quatro maiores altas de dezembro ficaram com Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 57,99, +16,03%), Eletrobras (ELET6, R$ 26,85, +14,06%), CPFL Energia (CPFE3, R$ 26,02,+13,62%) e AES Eletropaulo (ELPL4, R$ 36,50, +12,97%), todas elétricas, com geração previsível de receitas e ótimas pagadoras de dividendos. No ano, o IEE, que segue o setor, encerrou em alta de 9,46%.

Na ponta vendedora, os destaques foram papéis de economia interna, relativos ao consumo cíclico, especialmente as imobiliárias. Apesar do atual arrefecimento da política monetária, o nível de oferta de crédito no sistema financeiro do País continua em um ritmo mais contido, o que também fez com que algumas incorporadoras alcançassem apenas o piso de suas projeções para 2011. As principais quedas ficaram com Gafisa (GFSA3, R$ 4,12, -23,28%), Rossi (RSID3, R$ 8,00, -19,76%) e Brookfield (BISA3, R$ 4,95, -16,67%).

Ibovespa X Média das Carteiras Recomendadas em 2011
  Jan Fev Mar Abr  Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Acum. 2011
Ibovespa -3,9% +1,2% +1,8% -3,6% -2,3% -3,4% -5,7% -3,9% -7,4% +11,5% -2,5% -0,2% -18,1%
Média das
Carteiras
-3,8% +1,3% +3,0% -0,4% -1,1% -1,3% -5,7% -2,1% -5,8% +7,7% -0,1% +1,0% -7,2%
Diferença +0,1 p.p. +0,1
p.p.
+1,2 p.p. +3,2 p.p. +1,2 p.p. +2,2 p.p. +0,1 p.p. +1,9 p.p. +1,6 p.p. -3,8 p.p. +2,4 p.p. +1,3 p.p. +10,9 p.p.

SLW dispara com portfólio seguro
A SLW, que já era a primeira colocada no ranking anual, estendeu os ganhos de suas top picks adicionando sete empresas de energia ao portfólio, ou 80% dele. Os três desempenhos mais positivos de dezembro estavam presentes na carteira, em uma estratégia de se proteger do mau humor dos mercados que rendeu a ela o terceiro mês na liderança das corretoras.

Até a única ação que não representava investimento defensivo na seleção teve performance positiva durante o período. O Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,97, +7,49%), que aparecia com o maior peso entre os oito papéis, de 20%, teve rendimento bem acima da média do setor. De acordo com o IFNC, que acompanha as financeiras na bolsa, o setor subiu 4,14% em dezembro.

Já a Pax Corretora, que foi a segunda colocada nos 30 dias, se arriscou mais ao manter papéis de Vale (VALE5, R$ 37,82, -3,10%) e Petrobras (PETR4, R$ 21,49, -2,54%), principais componentes do Ibovespa. Mas a AmBev (AMBV4, R$ 67,30, +11,42%), com forte desempenho, bem como a Iochpe-Maxion (MYPK3, R$ 25,25,+13,23%), garantiram a rentabilidade positiva para o portfólio.

Melhores e Piores Performances Mensais de 2011
Mês Melhor Performance Pior Performance
Corretora Rent. Corretora Rent.
Janeiro Amaril Franklin +1,05% XP Investimentos -7,50%
Fevereiro Omar Camargo +5,09% Magliano (alto risco)* -1,42%
Março Souza Barros +7,62% Omar Camargo -1,29%
Abril Spinelli +3,08% Socopa  -6,95%
Maio BB e Amaril Franklin +3,24% Geral -8,34%
Junho Socopa +3,62% Planner e TOV  -5,40%
Julho SLW (Moderado)* -1,43% SLW (Arrojado)* -9,85%
Agosto Walpires +6,52% TOV -7,38%
Setembro SLW (Moderado) +1,36% UM Investimentos -12,02%
Outubro Win +12,14% Bradesco +3,05% 
Novembro Itaú (Top 5) +7,19% XP Investimentos -6,13%
Dezembro SLW (Moderado) +9,66% Gradual -4,83%
*por mudança na metodologia, passamos a adotar a partir de setembro apenas uma
carteira para cada corretora.

Randon e Brookfield pressionam para Gradual
A Gradual Investimentos, no entanto, recomendou aplicação em ações domésticas e acabou vendo sua carteira perder valor após Randon (RAPT4, R$ 8,52,-12,84%) e Brookfield caírem no mês.

Em segundo lugar no lado negativo do ranking, esteve o portfólio Top 5 do Itaú, recuando com a forte queda dos ativos da Cia Hering (HGTX3, R$ 32,46, -15,02%) e da PDG Realty (PDGR3, R$ 5,90,-12,20%).

As duas corretoras estiveram entre as sete que performaram abaixo do benchmark da BM&F Bovespa, e também foram as únicas que apresentaram rendimento negativo durante o último mês do ano anterior.

Com mais de 40 p.p. acima, SLW é campeã
Durante todo o ano de 2011, no entanto, a SLW foi a que conseguiu a maior rentabilidade. A equipe de Pedro Galdi conseguiu um retorno de 23,71% nos 12 meses, ou41,82 pontos percentuais a mais do que o Ibovespa.

A performance ficou bem acima da segunda colocada no Ranking InfoMoney, a Souza Barros, cuja carteira registrou avanço de 4,15% na mesma comparação, 22,26 p.p. sobre o índice. A aposta da corretora foi empapéis mais descontados do que a média do varejo brasileiro, e, para 2012, a corretora é cautelosa em torno de empresas dependentes do mercado externo.

Junto com as escolhas do Itaú, foram apenas três as corretoras que conseguiram performance positiva durante o ano. No entanto, todas as participantes da compilação alcançaram um rendimento acima do benchmark brasileiro, sendo os menos expressivos registrados pela Socopa, 0,58 p.p., e pela UM Investimentos, 0,41 p.p.

Por fim, cabe ressaltar que a média anual das carteiras apresentou queda. Foram 7,21% de perdas durante 2011, ainda assim 10,90 p.p. de diferença positiva do principal índice. 

Desempenho acumulado das carteiras recomendadas pelas corretoras em 2011
Posição Banco/Corretora* Posição
Anterior
Rentabilidade 
acumulada em 2011
Diferença sobre
o Ibovespa
SLW (Moderado) 1º (-) +23,71% +41,82 p.p.
Souza Barros 3º (+1) +4,15% +22,26 p.p.
Itaú (Top 5) 2º (-1) +0,17% +18,28 p.p.
HSBC 6º (+2) -1,54% +16,57 p.p.
Coinvalores 4º (-1) -2,00% +16,11 p.p.
Geral 7º (+1) -2,95% +15,16 p.p.
Geração Futuro 5º (-2) -3,34% +14,77 p.p.
PAX 8º (-) -4,10% +14,01 p.p.
Omar Camargo 9º (-) -7,53% +10,58 p.p.
10º Banco Fator 13º (+3) -8,42% +9,69 p.p.
11º Win Trade 12º (+1) -10,90% +7,21 p.p.
12º XP Investimentos 14º (+2) -12,17% +5,94 p.p.
13º BB Investimentos 11º (-2) -12,81% +5,30 p.p.
14º Ativa 16º (+2) -13,02% +5,09 p.p.
15º Amaril Franklin 15º (-) -13,50% +4,61 p.p.
16º Bradesco 18º (+2) -14,05% +4,06 p.p.
17º Gradual 10º (-7) -14,45% +3,66 p.p.
18º Citigroup 20º (+2) -16,24% +1,87 p.p.
19º Socopa 19º (-) -17,53% +0,58 p.p.
20º UM Investimentos
17º (-3) -17,70% +0,41 p.p.

*por mudança na metodologia, passamos a adotar a partir de setembro apenas uma carteira para cada corretora.
Com isso, o número de carteiras participantes diminuiu do mês passado para este mês.

Metodologia
Para realizar o levantamento de dezembro, a InfoMoney utilizou carteiras de ações recomendadas para o período mensal por 24 corretoras e bancos: Amaril Franklin, Ativa, BB Investimentos, Bradesco, BTG Pactual, Citi Corretora, Coinvalores, Fator, Geração Futuro, Geral, Gradual, HSBC, Itaú BBA, Octo, Omar Camargo, PAX, SLW, Socopa, Souza Barros, TOV Corretora, UM Investimentos, Walpires, WinTrade e XP.

Para avaliar o desempenho no acumulado em 2011, três casas de research foram excluídas por não termos tido acesso às carteiras divulgadas para os meses anteriores: BTG Pactual, Octo, TOV e Walpires.

Importante ainda destacar que:

 1. A InfoMoney considerou a primeira publicação de cada uma destas carteiras nos referidos meses, não levando em consideração eventuais mudanças promovidas pelas corretoras e bancos em suas carteiras recomendadas no decorrer de mês.

2. As cotações consideradas nas comparações de desempenho são as de fechamento do último dia útil de cada mês, considerando sempre a cotação ajustada em um eventual provento que ocorrer no período (dividendo, juros sobre capital próprio, subscrição etc).

3. Utilizando metodologia semelhante à adotada no cálculo da carteira teórica do Ibovespa, o desempenho considerado das carteiras recomendadas em 2011 é cumulativo.

4. A partir de setembro passamos a adotar apenas uma carteira recomendada para cada corretora. Após informarmos as corretoras que possuíam mais de uma carteira no ranking sobre essa nova metodologia, decidimos junto com elas qual o único portfólio que seria utilizado e quais seriam excluídos.