terça-feira, 5 de abril de 2011

Carteiras de ações para 2011 superam Ibovespa, mas não encantam

Por: Thiago Salomão
05/04/11 - 11h22
InfoMoney



SÃO PAULO - Ao final de 2010, algumas corretoras apresentaram suas principais apostas de ações para o ano de 2011. Terminado o primeiro quarto desse ano, vemos que o desempenho médio desses portfólios tem batido o Ibovespa, embora a performance esteja longe de encantar o investidor. Sem contar que mais da metade destas carteiras amargaram perdas nesse período.


No primeiro trimestre, as 10 carteiras de ações recomendadas para o ano monitoradas pela Equipe InfoMoney mostraram um retorno médio de 0,28%, número que, embora modesto, foi 1,32 ponto percentual superior ao desempenho do Ibovespa, que recuou 1,04% no mesmo período. Desses 10 portfólios, seis deles superararam o benchmark da bolsa brasileira. No entanto, apenas quatro tiveram rentabilidade positiva no acumulado dos três primeiros meses de 2011.


Para este levantamento, a InfoMoney utilizou as carteiras dos seguintes bancos e corretoras: Ativa, BB Investimentos, Concórdia, Fator (3 carteiras), Itaú BBA, Planner, SLW e Souza Barros. Priorizamos para essa pesquisar apenas carteiras que buscam obter rendimentos por meio da valorização de seus ativos recomendados, excluindo dessa forma a carteira de dividendos sugerida para 2011 pelo Banco Fator Corretora.


Fator lidera ganhos em 2011...
E por falar na Fator, a corretora de fato conseguiu despontar nesse primeiro trimestre do ano, já que dois de seus três portfólios recomendados registraram as duas melhores performances do período. O destaque principal fica com a carteira "Fator Sustentabilidade", que entre janeiro e março somou um retorno de 8,04%, ficando 7,76 p.p. acima da média dos portfólios monitorados pela InfoMoney e 9,08 p.p. à frente do Índice Bovespa.



Apostando em ações que fazem parte do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, que também é adotado pela corretora como benchmark da carteira), o portfólio da Fator possui 30% de exposição em empresas de telecomunicações e 30% no setor de energia, com todas elas registrando forte valorização nesse trimestre - TIM PN (TCSL4+27,22%), Vivo PN (VIVO4+22,47%), Cemig PN (CMIG4+16,77%), Tele Norte Leste ON (TNLP3+15,48%), Light ON (LIGT3+10,89%) e Copel PNB (CPLE6+7,11%). Outro papel da carteira que também teve um bom rendimento no período foi da Brasil Foods (BRFS3+12,77%). Apenas as apostas da corretora no setor financeiro - BicBanco PN (BICB4-8,86%) e Itaú Unibanco PN (ITUB4-0,62%) - e na Duratex (DTEX3-3,01%) amargaram perdas no período.


Outra carteira sugerida pela Fator aparece na segunda posição do ranking, acumulando rentabilidade positiva de 3,37% entre janeiro e março. Assim como a carteira Fator Sustentabilidade, o portfólio voltado às large caps também se beneficiou com as fortes altas das ações dos setores de telecomunicações e energia, que possuem 15% e 13% de participação na lista, respectivamente. Aliado a isso, um quinto da carteira corresponde aos papéis preferenciais da Petrobras (PETR4), que subiram 5,07% nesses três meses.


O retorno da carteira Large Caps da corretora poderia ter sido melhor, mas acabou sendo prejudicado pela forte queda das ações da PDG (PDGR3-9,84%), BM&F Bovespa (BVMF3-9,55%) e AmBev (AMBV4-8,81%), com cada uma respondendo por 6% da composição da carteira. GOL PN (GOLL4-12,99%) e Lojas Americanas (LAME4-10,68%), com 3% de participação cada, também ajudaram a deteriorar os ganhos do portfólio no trimestre.


Vale mencionar que a carteira de dividendos da Fator, que não entrou no ranking por possuir um objetivo de investimento diferente dos demais portfólios, teve uma performance de 7,28% no primeiro quarto do ano. Também com bastante exposição em geradoras de energia (65% da carteira está alocada em empresas do setor), a lista de sugestões também conta com Comgás (CGAS5,+11,51%) e Telesp (TLPP4+2,82%).


...mas também é destaque de queda
Contudo, não foram apenas louros que os portfólios recomendados pela Fator em 2011 colheram nesse primeiro trimestre. A carteira small caps sugerida para o ano foi duramente penalizada pelas quedas de Contax (CTAX4-22,48%), Log-In (LOGN3-19,23%) e Wilson Sons (WSON11-17,13%) e fechou o período com recuo de 4,17% - 3,41 p.p. abaixo do rendimento médio das carteiras compiladas pela InfoMoney. Nem mesmo as fortes valorizações trimestrais dos papéis da UOL (UOLL4+18,24%) e da Santos Brasil (STBP11+15,97%) conseguiram impedir esse resultado, visto que todos os outros 10 papéis sugeridos perderam valor no período.



Outra carteira recomendada para 2011 que não foi bem nos três primeiros meses do ano foi a da Ativa Corretora, cujo rendimento (-3,52%) foi 3,8 p.p. pior do que a média. Com um portfólio bastante diversificado, o mau desempenho acabou vindo tanto de ações não-listadas no Ibovespa, como Lupatech (LUPA3-27,44%) e Randon (RAPT4-9,28%) quanto de ativos com maior giro de negócios no mercado, como Gerdau (GGBR4-10,69%) PDG e Pão de Açúcar (PCAR4-3,15%). 


Carteiras de 2011 - Desempenho no 1º trimestre
PosiçãoBanco/CorretoraRentabilidadeDif. sobre
o Ibovespa
Fator - Sustentabilidade+8,04%+9,08 p.p.
Fator - Large Caps+3,37%+4,41 p.p.
SLW+2,37%+3,41 p.p.
Souza Barros+0,96%+2,00 p.p.
BB Investimentos-0,09%+0,95 p.p.
Itaú BBA-0,39%+0,65 p.p.
Planner-1,70%-0,66 p.p.
Concórdia-2,09%-1,05 p.p.
Ativa-3,52%-2,48 p.p.
10ºFator - Small Caps-4,17%-3,13 p.p.
Média+0,28%+1,32 p.p.