sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Deutsche Bank rebaixa recomendação de Usiminas e Gerdau; CSN é nova top pick

Por: Thiago C. S. Salomão
07/10/10 - 20h09
InfoMoney


SÃO PAULO - Assim como o Goldman Sachs, o Deutsche Bank atualizou suas premissas para as três grandes siderúrgicas brasileiras por não ver o setor com bons olhos no momento. Tanto o ADR (American Depositary Receipt) da Gerdau (GGBR4) quanto aação preferencial da Usiminas (USIM5) tiveram a recomendação cortada de compra para "manter". O preço-alvo de ambos também foi revisado para baixo.


A única empresa que se salvou foi a CSN (CSNA3), que teve o call de compra para o seu ADR mantido por Rodrigo Barros, analista que assina o relatório do banco, tornando-se dessa forma a top pick do setor siderúrgico. O preço-alvo, de US$ 24, também foi mantido, indicando um potencial de valorização de 40% em relação à cotação de fechamento desta quinta-feira (7).


"As receitas da CSN com minério de ferro desempenham um papel importante na redução da volatilidade dos ganhos, provocada pelos preços do aço", explica Barros. Apesar da redução nas projeções para o aço no mercado interno, o analista elevou as estimativas para os preços do minério de ferro. " A CSN tem sido capaz de implementar o novo sistema de preços em 80% de suas vendas, de acordo com as nossas estimativas", afirma Barros.


Casa de Pedra: associação ao invés de fusãoFortalecendo seu viés positivo, o analista também chama atenção para alguns caminhos alternativos que poderiam ser tomados pela Casa de Pedra, unidade de mineração da CSN. Barros diz que percebeu em sua recente viagem na China que há muitas siderúrgicas interessadas em aplicar na capacidade produtiva do Brasil, com o intuito de ter acesso à produção integrada de minério de ferro. No entanto, para ele, os investidores continuam esperando uma possível fusão da Casa de Pedra com a Namisa.


"Portanto, além da incorporação da Namisa e Casa de Pedra, nossa opinião é que uma alternativa a isso seria uma associação de Casa de Pedra com as siderúrgicas interessadas em investir no Brasil".


Usiminas e GerdauMais expostas ao mercado siderúrgico, Usiminas e Gerdau sofreram com as novas projeções para o prêmio a ser adotado para o preço do aço doméstico frente ao internacional, o que acabará pressionando suas margens. "Assumimos agora que o prêmio doméstico em relação às importações será de 10%, em vez da projeção anterior, que girava entre 15% e 25%", afirma Barros.


Sobre o preço do aço dentro do Brasil, vale a pena mencionar: as siderúrgicas brasileiras diminuíram o prêmio do produto fabricado, com o intuito de reduzir a competição em relação às produtoras estrangeiras, que têm ganhado significativa participação no mercado brasileiro. Utilizando dados do INDA (Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço), Barros mostra que o total de aço plano importado entre janeiro e agosto deste ano é 167% maior do que em comparação com o mesmo período de 2009.


Com isso, o preço-alvo para o ADR da Gerdau passou de US$ 21  para US$ 17, upside de 59,8% frente ao último fechamento. Já para a ação PNA da Usiminas, o target foi reduzido em R$ 10, indo para R$ 32 (upside de 48,6%).


Novas estimativas de lucro para todasO Deutsche Bank também atualizou suas projeções de lucro para 2011, mostrando significativa redução nos números para as três empresas. O lucro esperado por ação da Usiminas passou de R$ 2,91 para R$ 1,25, indicando queda de 57%. Para a Gerdau, a estimativa passou de R$ 2,44 por ação para R$ 1,86 por ação (-23,8%). Por fim, o novo lucro por ação da CSN é de R$ 3,47, projeção 17,2% menor do que a estimativa anterior, de R$ 4,19.