sexta-feira, 8 de outubro de 2010

BofA Merrill Lynch rebaixa recomendação para Marfrig de compra para neutra

Por: Anderson Figo
08/10/10 - 14h27
InfoMoney


SÃO PAULO - O Bank of America Merrill Lynch rebaixou nesta quinta-feira (7) sua recomendação aos papéis ordinários da Marfrig (MFRG3) de compra para neutra. Em linha, o banco também optou por reduzir seu preço-alvo à ação da empresa, que passou de 23,00 para R$ 20,00 ao final de 2011.


Em relatório, os analistas Fernando Ferreia e Isabella Simonato explicam que as novas premissas do banco refletem a perspectiva de que as ações da Marfrig deverão se manter estáveis no curto prazo, em decorrência da revisão para baixo no guidance da companhia e no consenso do mercado acerca dos resultados. "Os resultados continuam a desapontar, visto que os problemas na Argentina e no Uruguai persistem, além dos custos do gado no Brasil", avaliam Ferreira e Isabella.


Os analistas destacam ainda que o fluxo de caixa e a desalavancagem da Marfrig devem permanecer longe dos níveis aceitáveis. "Nós vemos fundamentos para que o segmento de proteínas no Brasil se deteriore ligeiramente no último trimestre deste ano, devido à apreciação do real em cerca de 6% no terceiro trimestre, afetando as margens dos exportadores, assim como a apreciação dos preços do gado no Brasil e nos EUA, pressionando as margens para os fabricantes de produtos industriais com carne de boi, além dos preços dos grãos e  (...) da deterioração das exportações no segmento", argumentam.


Brasil Foods, JBS e Minerva
Enquanto o BofA reduziu suas premissas para a Marfrig, não poupou elogios à Brasil Foods (
BRFS3), mantendo sua recomendação de compra às ações da empresa, com preço-alvo de R$ 17,30 para 2011. O banco acredita que a BR Foods deve seguir performando acima da média do setor, superando a elevação dos preços dos grãos no mercado doméstico, que, porém, começam a impactar os custos da companhia no último trimestre deste ano.


Além disso, os analistas do banco avaliam que as sinergias entre Sadia e Perdigão, que deram origem à BR Foods, devem acelerar no próximo ano, sendo esperado que o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprove a fusão das empresas por volta do segundo trimestre de 2011.


Em relação a JBS (JBSS3) o BofA manteve sua recomendação de compra para a empresa, mas rebaixou o preço-alvo aos seus ativos de R$ 11,00 para R$ 9,50 em 2011. "Continuamos a ver um bom momento para a JBS em 2011, ao passo que as sinergias entre a Bertin e a Pilgrim's Pride se aceleram, além das margens das carnes de boi e de porco nos EUA permanecerem em níveis elevados", disseram Ferreira e Isabella, destacando que uma possível oferta de ações da subsidiária da empresa na economia norte-americana seria um catalisador positivo às ações da JBS aqui no Brasil.


"Para a Minerva (BEEF3) nós elevamos nosso target de R$ 6,50 para R$ 7,50 em 2011, mas mantivemos nossa recomendação underperform (desempenho abaixo da média do mercado), considerando o menor potencial de crescimento em relação às outras ações do setor sob nossa cobertura", afirmam os analistas. O BofA acredita ainda que a Minerva deverá ser mais impactada que seus pares pela apreciação do real e dos preços do gado no Brasil.