segunda-feira, 3 de maio de 2010

Para analistas, acordo da Petro e Açúcar Guarani traz fortes benefícios a ambas

Por: Julia Ramos M. Leite
03/05/10 - 15h52
InfoMoney


SÃO PAULO – A parceria da Petrobras (PETR3, PETR4) com o Grupo Tereos Internacional, anunciada na última sexta-feira (30), foi bem vista por analistas do Bradesco BBI. Segundo o acordo, a Petrobras adquiriu 45,7% da Açúcar Guarani (ACGU3) (subsidiária do grupo) por R$ 1,6 bilhão, ou R$ 5,83 por ação.

Para Auro Rozenbaum e Bruno Varella, a transação é “altamente positiva” para a Açúcar Guarani não só porque coloca a empresa em uma posição estratégica mais forte tendo a Petrobras como parceira, mas também porque a Guarani pode ser um veículo para a estatal se aproveitar da consolidação do setor de etanol, açúcar e bioenergia no País.

“Os acionistas da empresa terão representação no conselho da companhia – que contará com três representantes da Petrobras e três da Tereos”, destaca a corretora. “Da mesma forma, a Petrobras se beneficia do fato de que a Tereos é um dos mais importantes players internacionais no setor de etanol”, apontam os analistas.

“Definitivamente positivo”
Os valores anunciados representam um prêmio de 22,7% sobre o patamar de fechamento dos ativos ACGU3 na sexta-feira, dia em que estas ações dispararam 12,9% por conta dos rumores deste acordo. “A transação é definitivamente bastante positiva para os acionistas minoritários da empresa, já que traz um parceiro forte e complementar, além de um substancial volume de dinheiro”, afirmam os analistas, que mantêm a recomendação de outperform (desempenho 10% ou mais acima do Ibovespa) e preço-alvo de R$ 13,96 para os ativos – um upside de 193,9% sobre o último fechamento.


Entretanto, a transação não está livre de riscos. “O negócio com a Tereos ainda traz incertezas, já que não sabemos o balanço das demais unidades da Tereos que estarão envolvidos no acordo”.