segunda-feira, 3 de maio de 2010

Corretora inicia cobertura da Br Properties com recomendação outperform

Por: Equipe InfoMoney
03/05/10 - 17h18
InfoMoney


SÃO PAULO - A Itaú Corretora iniciou cobertura da Br Properties (BRPR3) com recomendação outperform (acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 17,60 para o final deste ano, representando upside de 41,3% frente ao fechamento de sexta-feira (30). Bom posicionamento no mercado e aquisições sólidas são citados como pontos positivos.

A empresa está bem posicionada no mercado imobiliário de escritórios, que é muito fragmentado e com perfil de alto crescimento, dada a "alta qualidade e localização do seu portfólio, sólido histórico de aquisições, estrutura de capital eficiente para financiar crescimento futuro, e time de gestores experientes", afirma David Lawant, analista da Itaú Corretora.

Pontos positivos
Lawant cita ainda a combinação entre equilíbrio apertado da oferta e demanda nos mercados em que a empresa atua, combinado com um plano de aquisições agressivo, que devem levar a um crescimento no FFO (Funds from Operations, que representam o fluxo de caixa das operações), com maiores margens e volumes.
"A companhia foca em aquisições, desenvolvimento, gerência e venda de propriedades comerciais, a maioria no setor industrial e comercial", explica Lawant. São 57 ativos, com valor de mercado estimado em R$ 2,2 bilhões. A alta fragmentação do setor deve se traduzir em maiores receitas e gerar oportunidades de consolidação para os players mais capitalizados, adiciona o analita.

"Acreditamos que a Br Properties está bem posicionada para capturar aumentos nas receitas de aluguel que esperamos para o mercado como um todo, uma vez que 62% dessas receitas vêm de contratos que tem potencial para renovação a preços de mercado antes de 2011", afirma Lawant, que acredita ainda que a dinâmica atual do setor brasileiro deve permitir que a empresa continue o plano de expansão nos próximos anos, com aquisições de R$ 1,8 bilhão estimadas para 2010.

Múltiplos
O analista afirmou que o valuation da empresa pode se mostrar conservador no médio para longo prazo, uma vez que não considera vendas de ativos, mas apenas a maturação do portfólio atual, mais R$ 1,8 bilhão de capex (gastos com investimentos) adicional para aquisições em 2010.

Riscos
Com relação aos riscos, Lawant lembra que o setor imobiliário no Brasil está altamente relacionado às condições macroeconômicas. Assim, apesar do cenário-base não ter de surpresas negativas nos principais indicadores da economia, caso ocorram estes podem ter impacto negativo nas estimativas.

"Nós não assumimos que as taxas de juros de longo prazo sejam afetadas pela alta nas taxas em 2010, mas se os juros reais de longo prazo subirem e se mantiverem altos por um extenso período, a percepção do investidor de empresas imobiliárias pode ser negativamente afetada", observa Lawant.
Com relação aos riscos específicos da companhia, o analista cita a possibilidade de as aquisições não serem realizadas em exato acordo com o timing e alavancagem das projeções.