sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Bradesco: Goldman reduz preço-alvo, preocupado com drivers no curto prazo

Por: Equipe InfoMoney
04/02/11 - 12h11
InfoMoney


SÃO PAULO - Ao incorporar a divulgação do último resultado trimestral do Bradesco (BBDC4) e as perspectivas macroeconômicas ao seu modelo de análise, o Goldman Sachs reduziu o preço-alvo em 12 meses das ações do banco para R$ 40,50. A mudança reflete a preocupação com o cenário regulatório do País, capaz de impactar negativamente os ganhos no curto prazo.


A recomendação de compra foi mantida, apesar da diminuição do preço-alvo das ações em 0,2%. O Goldman Sachs avalia que a queda acumulada pelos papéis do Bradesco e de outros bancos brasileiros nos últimos três meses é demasiadamente focada no curto prazo, quando podem acontecer mudanças em políticas macroeconômicas com vistas a conter a cessão de crédito no País.


Por quê comprar?
"Nós acreditamos que o impacto das políticas que poderiam realmente ser implementadas pelo governo é pequeno e os fundamentos de longo prazo para o setor continuam muito atrativos. Nós vemos na atual fraqueza uma oportunidade para investidores focados em valor adquirir as ações do Bradesco a múltiplos que a ação não atingia desde a crise de 2008", afirmam os analistas Jason Mollin, Carlos Macedo e Wesleyy Okada em relatório.



Além disso, o guidance dado pelo Bradesco em 2011 vai em encontro das expectativas do Goldman. No ano, é esperado um aumento de empréstimos entre 15% e 19%. As estimativas de expansão de margens do Bradesco são superiores às do Goldman Sachs e as principais diferenças de projeção estão nos segmentos de empréstimos para cartões de crédito e consignados. Neles, o banco norte-americano também é menos otimista, mas não deixa de acreditar em margens resilientes, em expansão durante todo o ano.


Projeção de lucro por ação também cai
As revisões nas estimativas para os próximos balanços, de acordo com os analistas Jason Mollin, Carlos Macedo e Wesley Okada, incorporam as tendências sinalizadas pelo resultado do 4T10. A projeção de lucros por ação foi revista e passou de R$ 3,16 para R$ 3,15 em 2011 e de R$ 3,79 para R$ 3,69 em 2012. Para 2013 a estimativa foi elevada em R$ 0,04, agora em R$ 4,39 por ação.



O crescimento esperado da carteira de crédito neste ano foi elevado para 18,1%, mas para 2012 a projeção caiu para 18,5%. Com base no guidance do próprio Bradesco, o Goldman Sachs ainda elevou suas projeções para a margem líquida com juros neste e no próximo ano, embora o efeito desta revisão tenha sido ofuscado pela maior estimativa com despesas com provisão nos dois anos.


Sobre o resultado
No quarto trimestre, os lucros por ação do Bradesco foram de R$ 0,71, 4,9% acima das estimativas do Goldman Sachs. Os empréstimos cresceram 6,1% na passagem trimestral. 
Apesar disso, foram vistos o aumento de despesas de provisão e custos administrativas sazonalmente maiores, tendência que deve se estender em 2011. 


Segundo o Goldman, os fundamentos mostraram-se bastante sólidos e apontam em uma direção positiva neste ano.