quinta-feira, 3 de junho de 2010

Santander introduz novo preço-alvo e recomenda compra de JBS

Por: Giulia Santos Camillo
03/06/10 - 15h49
InfoMoney


SÃO PAULO – “Você provavelmente comeu os produtos dela… agora é hora de comprar suas ações”. O título do relatório do Santander resume com fidelidade a nova avaliação do banco em relação da JBS (JBSS3), através da qual eleva a recomendação de manutenção para compra dos papéis.

“Na nossa opinião, a JBS oferece uma oportunidade de investimento atrativa”, afirmam os analistas Luis Miranda e Gabriel Vaz de Lima. Exemplo disso é o potencial de valorização de quase 75% implícito no novo preço-alvo calculado pelo banco visando o final de 2011, de R$ 13,50 por ação. Antes, o Santander adotava um target de R$ 11,90 para o final de 2010 em seu modelo de avaliação.

“Nós elevamos nossas estimativas para levar em consideração um mercado de carne mais saudável do que o esperado nos Estados Unidos e premissas macroeconômicas atualizadas”, explicam os analistas. Dessa forma, as projeções para o Ebitda (geração operacional de caixa) foram elevadas em 26% e 3% para 2010 e 2011, respectivamente.

Os novos números implicam um crescimento médio anual do Ebitda de 66% entre 2009 e 2012, com avanços de 10,4% em 2011 e 11,5% em 2012. Vale ressaltar que os dados são calculados em dólares.

Motivos do otimismo
De acordo com Miranda e Lima, a atratividade da JBS reside em quatro pontos principais. O primeiro é a perspectiva positiva para os fundamentos da indústria frigorífica e a expectativa de que a empresa, como a maior do mundo no segmento, beneficie-se dessa tendência.

O segundo ponto leva em consideração as sinergias da aquisição da Pilgrim’s Pride e da Bertin, que devem adicionar 110 pontos-base na expectativa de margem Ebitda (que mede a relação percentual entre Ebitda e receita líquida) de longo prazo.

Em terceiro lugar, os analistas listam a previsão de que a recente oferta de ações deva acelerar o projeto de distribuição direta, que pode elevar em 120 pontos-base as margens da empresa nos próximos três anos.
Por fim, o valuation atrativo da empresa também pesa na avaliação do Santander. Conforme as contas de Miranda e Lima, o múltiplo EV/Ebitda (valor da empresa sobre geração de caixa) da JBS é negociado a 6,1 vezes, 15% abaixo da média histórica, de 7,8 vezes, e com um desconto de 30% em relação à Brasil Foods.

Premissas e riscos
A avaliação do Santander leva em consideração um WACC (Weighted Average Cost Of Capital) de 10,1% e uma taxa de crescimento nominal perpétuo de 2,5%, representando um alvo de EV/Ebitda de 7,9 vezes em 2011. Ao mesmo tempo, o modelo não inclui nos cálculos um possível IPO (Initial Public Offering) da JBS USA.


Entre os riscos ressaltados estão preços acima do esperado do gado e dos grãos, recuperação mais fraca do que o estimado nos Estados Unidos e um câmbio mais forte do que o previsto em 2010.