04/04/11 - 19h20
InfoMoney
Alguns casos do passado também comprovam esta tese. De acordo com Eduardo Favrin, diretor de renda variável do HSBC Global Asset Management, a Cia. Hering (HGTX3
O executivo avalia ainda que tivemos alguma coisa parecida com a Rossi Residencial (RSID3), que, segundo Favrin, também teve de passar por um "re-IPO" tempos depois de sua experiência de abertura de capital. O processo foi responsável por transformar a empresa de mico a small cap bastante procurada pelos investidores, um exemplo emblemático de todo o boom da construção que tem ocorrido nos últimos anos no Brasil.
Escolhendo o mico certo
De acordo com Gustavo Farias, operador da Sol Investimentos, a escolha de um mico com bom potencial de crescimento deve seguir algumas regras. Segundo ele, primeiro é preciso não investir em empresas que estejam em processo de recuperação judicial, fugindo do risco de manipulação do papel. "Se você quiser mexer com estes papéis você acaba não fazendo um investimento, mas sim jogando em um cassino. Não tem como fazer um estudo sobre uma empresa que está indo à falência", disse.
Além disso, o operador lembra que, com a economia indo bem, os credores destas empresas até dão uma folga um pouco maior para elas se recuperarem, mas basta a economia dar uma pequena contraída e vários pedidos de falência serão abertos. "Tem algumas companhias que eu sinceramente não sei como ainda funcionam, como a Tec Toy (TOYB4)", afirma. "Se você quiser investir em um mico com potencial para virar uma boa small cap, primeiro procure por empresas que não estejam em processo de falência e proporcionam bons fundamentos".
Por conta dos elevados riscos que envolvem os micos, o operador da Sol Investimentos disse que não recomenda nenhuma empresa que se encaixe neste perfil. Mesmo assim, analisando os fundamentos por trás das performances de papéis isolados, Farias se arriscou a dizer alguns nomes. "Acho que um mico que possa virar small cap no futuro é a Eucatex (EUCA4
Inepar
Há tempos apontada como uma promessa, a Inepar (INEP4) é outra candidata a se tornar uma small cap constante no radar do mercado. Esta é a visão de Eduardo Cavalheiro, gestor do fundo de small caps da Rio Verde Corretora. "A Inepar é em uma empresa com risco mais elevado, vale menos que R$ 500 milhões, mas tem um grande potencial de negócios pela frente, principalmente por causa da carência de investimentos em infraestrutura no Brasil. Mas é uma empresa que tem um passado turbulento, então oferece risco", destaca Cavalheiro. "A Inepar pode vir a se tornar uma small cap bem conceituada se ela atender a estas expectativas do mercado. Vejo um potencial enorme para ela daqui para frente", completa o gestor.
Mesmo com esta visão positiva sobre a companhia, Favrin, do HSBC, lembra que é preciso cuidado. "Eu evito falar em empresas específicas. Veja bem, é muito difícil você separar sua análise da sua posição – aquilo que você está comprado efetivamente. Então, o cara vai elogiar o papel que ele está comprado. E, talvez, não vai ter uma visão tão positiva em relação ao papel que ele ainda não tenha. Estou falando sob o ponto de vista de um gestor. Por isso, evito falar de nomes em particular", disse.
O diretor do HSBC Global Asset Management, contudo, avalia que teremos vários exemplos nos próximos anos de small caps vencedoras. Só que, por outro lado, segundo o executivo, teremos também aquelas que vão frustrar o mercado. "Você tem os dois lados da moeda. De um lado uma companhia como a Hering, que cresceu fortemente, mas por outro lado companhias das quais eu não vou falar, pois seria anti-ético, mas que frustraram o mercado. Foram empresas que vieram com um discurso, prometeram, mas não entregaram. Você vai ter os dois exemplos", concluiu.
Uma vez mico, sempre mico
Há também quem tenha uma visão totalmente cética sobre um mico se tornar uma small cap bem conceituada. É o caso de William Gonçalves, da Geral Investimentos. "Uma vez mico, sempre mico. Eu vejo que em um mercado bastante especulativo, como o que temos hoje, é bastante difícil um mico virar uma small cap", disse. Ele lembra que existem alguns micos que são "totalmente manipulados. A corretora tem uma alta quantidade de papéis e acaba monitorando a cotação deles. Então, os fundamentos da empresa são deixados totalmente de lado", completa.