quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Em início de cobertura, BofA ML recomenda comprar Mills e ressalta liderança no setor

Por: Equipe InfoMoney
03/02/11 - 16h07
InfoMoney


SÃO PAULO -  O Bank of America Merrill Lynch iniciou a cobertura da Mills (MILS3) com uma visão bastante otimista em relação à companhia. Para Sara Delfim e Renato Mimica, responsáveis pelo relatório do banco, a posição de liderança da empresa e a possibilidade de implantação de inúmeros projetos criam expectativas positivas para o desempenho de suas ações.


Sendo assim, os analistas recomendam a compra dos ativos da empresa, com um preço-alvo de R$ 28,00 ao final do ano, o que representa um potencial de valorização de 33,5%  frente ao fechamento anterior.


Sara e Mimica ainda ressaltam que as ações da empresa devem ter um prêmio acima de seus pares globais - inclusive de nações desenvolvidas - devido às altas taxas de crescimento no Brasil e uma competição muito limitada no setor.


Liderança faz a diferença
A Mills exerce um papel de liderança nos serviços especializados de engenharia, operando com quatro linhas principais de negócio: construção pesada, construção residencial e comercial, serviços industriais e aluguel de equipamentos.



Na visão da dupla do BofA ML, esse papel de liderança deverá fazer a diferença para a empresa, oferecendo uma exposição de alta qualidade a projetos de infraestrutura do País, principalmente tendo em vista os eventos esportivos de 2014 e 2016 - Copa do Mundo de futebol e Olimpíadas - que demandarão serviço especializado.


A companhia também deve se beneficiar com o forte volume de aportes para o setor no Brasil ao longo dos próximos anos. Os  planos de investimentos de R$ 1 trilhão nas áreas de logística, energia, construção civil e residencial, entre outras, são os propulsores dessa visão otimista.


Planos de investimentos
Os analistas acreditam que suas margens operacionais e seu retorno sobre capital investido (de aproximadamente 20%) são sustentáveis ao longo do tempo, devido, principalmente, a sua capacidade de implementar projetos com produtos e engenheiros especializados. O expertise da empresa também é bem avaliado pelo BofA.



Além disso, outros pontos a favor da empresa são a manutenção de bons relacionamentos de longo prazo com empreiteiras importantes, construtoras e grandes empresas e, por fim, seu foco em assistência técnica nos trabalhos pós-construção.


Tudo isso deve favorecer uma maior penetração da empresa, com ganhos de market share, o que deve impactar positivamente suas ações.


Cenários
De acordo com os analistas do BofA, há dois cenários possíveis para o crescimento da empresa. Em um cenário extremamente otimista, mas improvável na visão deles, as receitas podem ultrapassar R$ 30 bilhões em quatro anos, o que equivale a uma média de R$ 7,5 bilhões por ano, supondo uma presença absoluta no mercado.



Em um cenário mais realista, mas ainda positivo para a Mills, as receitas podem chegar a R$ 5 bilhões ou R $ 1,25 bilhão por ano ao longo dos próximos quatro anos. A expectativa real do BofA é que a companhia atinja R$ 1,5 bilhão de receita bruta em 2014, com possibilidade de uma revisão de alta, dependendo da velocidade dos projetos de investimentos, da expansão geográfica da empresa e do potencial em ganhos de mercado. 


Riscos
Ainda que o cenário seja muito otimista para a Mills, é importante ressaltar alguns riscos embutidos em seu plano de investimento. Possíveis atrasos  nos gastos públicos, concentração nos clientes e nos fornecedores e o riscos de execução podem ter algum reflexo adverso sobre a empresa.



Os analistas ainda destacam que alguns projetos ficaram em atraso com as eleições presidenciais de outubro de 2010. Isso deve levar a uma redução nas receitas do quarto trimestre de 2010, estendendo-se no primeiro trimestre de 2011, com queda de 180 pontos-base para a margem Ebitda (margem operacional da empresa) do 4T10 e de 90 pontos-base para a margem do 1T11. Contudo, isso não é motivo para preocupação ou para impactos negativos, uma vez que a situação deve estar totalmente recuperada já no segundo trimestre de 2011, de acordo com as projeções dos analistas.