terça-feira, 9 de novembro de 2010

Goldman Sachs eleva target do Itaú, ressaltando que fusão não foi precificada

Por: Giulia Santos Camillo
09/11/10 - 16h49
InfoMoney


SÃO PAULO – Mesmo com as despesas maiores do que o esperado, a divulgação dos resultados do Itaú Unibanco (ITUB4) foi seguida por uma série de revisões positivas nas recomendações dos papéis; a mais recente delas foi feita nesta terça-feira (9) pelo Goldman Sachs.


Os analistas Jason Mollin, Carlos Macedo e Wesley Okada optaram por elevar em 0,2% o preço-alvo de 12 meses, agora em R$ 52,70 por ação, o que representa um potencial teórico de valorização de 21% frente ao último fechamento. Com o movimento, a recomendação de compra dos papéis foi mantida.


“Nós acreditamos que no quarto trimestre de 2010, quando as despesas de integração declinarem e o foco voltar para os aspectos positivos da fusão de 2008, as ações vão reagir positivamente”, afirmaram os analistas, em relatório. Segundo eles, os ganhos emsinergia da operação ainda não foram completamente precificados, podendo tornar-se um catalisador para as ações do banco.


Resultados do terceiro trimestre
De maneira geral, o destaque do terceiro trimestre foram os maiores custos, impulsionados principalmente pelas despesas com a integração entre Itaú e Unibanco, cuja fusão foi anunciada em 2008. Além disso, as margens também prejudicaram o resultado final, sendo mais fracas em parte devido ao mix de empréstimos, segundo o Goldman Sachs.



Com esses dois fatores pesando no desempenho, o Itaú Unibanco encerrou o período com lucro líquido recorrente de R$ 3,158 bilhões, queda de 4% frente aos R$ 3,298 bilhões reportados no trimestre imediatamente anterior. O lucro por ação atingiu R$ 0,70, 3,2% abaixo da expectativa dos analistas.


Ainda assim, o Goldman Sachs ressalta destaques positivos dos números: o sólido crescimento na carteira de crédito e o crescimento com qualidade das receitas com taxas e serviços.


Estimativas rebaixadas
Apesar da elevação do preço-alvo, os analistas do banco revisaram negativamente as estimativas para os números anuais do Itaú. “No geral, nós reduzimos as projeções de lucro por ação de 2010 a 2012 em 1,8%, 1,2% e 1,2%, para R$ 2,92, R$ 3,82 e R$ 4,52, respectivamente”, informaram Mollin, Macedo e Okada.



No entanto, a equipe mostra-se otimista com os resultados da instituição financeira no próximo ano. “Nós ainda estamos esperando um forte crescimento no lucro por ação do Itaú Unibanco em 2011 e uma melhora no RoE (retorno sobre patrimônio) para acima de 26%”, concluem os analistas.