Por: Anderson Figo
09/08/10 - 11h20
InfoMoney
09/08/10 - 11h20
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SÃO PAULO - Repetindo o resultado dos últimos sete meses, a Vale (VALE5) manteve a liderança nas carteiras recomendadas para o mês de agosto. O segundo lugar ficou novamente com a Petrobras ( PETR4), enquanto o terceiro lugar foi ocupado pela CSN (CSNA3), tomando a posição no ranking da Gerdau (GGBR4), que, por sua vez, ficou apenas na quinta colocação.
As carteiras consideradas este mês, que incluíram bancos e corretoras, foram: Bank of America Merrill Lynch, BB Investimentos, Souza Barros, Citi Corretora, HSBC, Brascan, Link Investimentos, XP Investimentos, Socopa, Planner, Omar Camargo (2 carteiras), Ágora (3 carteiras), Amaril Franklin, Win, Geração Futuro, Spinelli, Banif, PAX, Itaú Corretora, TOV, SLW (3 carteiras), Coinvalores, Fator e Banco Safra.
Dentre as carteiras publicadas pela InfoMoney no mês, nesta amostragem só não foram consideradas aquelas direcionadas às ações com perspectivas de ganho com a distribuição de proventos.
Resultados alimentam boas perspectivas
Os ativos preferenciais da Vale seguem como preferidos dos analistas para agosto, com 22 recomendações entre 29 carteiras compiladas. Vale destacar que, em julho, a mineradora havia conquistado 20 recomendações entre 24 carteiras compiladas. Os resultados da mineradora no segundo trimestre mantiveram a companhia em foco nos últimos dias, alimentando as boas perspectivas.
Sentindo o impacto do novo sistema de precificação do minério de ferro, a Vale registrou lucro líquido de R$ 6,635 bilhões no segundo trimestre de 2010 - um avanço de 344% na base anual. Segundo a companhia, esse foi o seu melhor desempenho operacional e financeiro desde o terceiro trimestre de 2008.
Os números da mineradora animaram os analistas. “Os resultados vieram muito bons, mostrando que o novo sistema de precificação do minério de ferro foi implementado de forma bem sucedida”, afirmou a equipe do Barclays. “Os números reportados justificam os bons fundamentos da empresa e do setor”, destacou, por sua vez, Antônio Ruiz, analista do BB Investimentos.
Grande contribuinte da receita da Vale, o segmento de minério de ferro foi o principal destaque do balanço reportado pela mineradora no segundo trimestre deste ano. “O volume de vendas de minério de ferro ultrapassou as 57 milhões de toneladas e só não foi maior porque, mais uma vez, a Vale teve alguns problemas com embarque no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira”, avaliou Ruiz.
Dando continuidade às repercussões do resultado da Vale, os analistas do Deutsche Bank, do Barclays e do UBS reiteraram suas recomendações para a mineradora – entretanto, enquanto os dois primeiros têm visões mais otimistas sobre o balanço da companhia, o terceiro se mostrou menos entusiasmado com os números do trimestre.
“O valuation está atraente, mas os resultados trouxeram mais perguntas do que respostas”, disse Rene Kleyweg, do UBS. A principal crítica de Kleyweg foram os preços de realização do minério de ferro, que ficaram em US$ 92 – bem abaixo da expectativa do banco de US$ 118 e do benchmark, de US$ 105. “Esse valor não mostra captura de nenhum tipo de prêmio”, afirmou.
Cabe lembrar que, na teleconferência sobre os resultados, o CEO (Chief Executive Officer) e presidente da Vale, Roger Agnelli, explicou que a cifra foi afetada por efeito carry over, de problemas de entrega de volumes no primeiro trimestre que fizeram com que 10 milhões de toneladas no segundo trimestre acabaram vendidas baseadas nos preços do primeiro trimestre, que já estavam em contrato.
Entretanto, os analistas do Deutsche Bank veem os preços anunciados como algo até positivo para a mineradora. “Considerando que os resultados da Vale foram acima do esperado mesmo com os preços do minério abaixo do esperado, acreditamos que os resultados recorrentes do segundo trimestre tenham sido ainda melhores”, afirmaram.
Assim como o UBS, os analistas do Deutsche Bank, Rodrigo Barros e Jorge Beristain, reiteraram sua recomendação de compra aos papéis da Vale, avaliando o resultado trimestral como bastante positivo. “Acreditamos que a Vale é a empresa mais atraente em nosso universo de cobertura, e reiteramos a companhia como nossa top pick”, afirmaram.
Para eles, entre as principais justificativas estão os resultados acima do esperado e o fato de que preço-alvo atual dos ADRs (de US$ 40) tem um potencial de upside atrativo. Além disso, as perspectivas para a demanda de minério de ferro são positivas a partir do quarto trimestre, já que o banco espera medidas de estímulo na China e o fim do ciclo de baixa dos estoques de aço – fatores que devem ser catalisadores das ações até o final do ano.
Petrobras segue na vice liderança
Mantendo a segunda posição no ranking, os papéis da Petrobras receberam 15 recomendações em agosto, uma a mais que o apurado no mês anterior. Para a estatal, as boas perspectivas decorrem do agitado noticiário sobre a companhia, que inclui principalmente a capitalização.
"Enquanto o mercado está temeroso em relação a quais condições serão observadas em relação à capitalização, nós enxergamos tudo isso como uma grande oportunidade", declarou Leonardo Deeke, gestor de renda variável do Paraná Banco Asset Management. A visão, no entanto, deixa de ser exclusiva da gestora e a oportunidade começa a ser percebida por outros agentes de mercado, como mostra a valorização recente que os papéis preferenciais tiveram nos últimos dias.
Outro indicador que alimentou as recomendações para a Petrobras neste mês foi a confirmação pela estatal de que contratou, em junho deste ano, uma operação de Nota de Crédito à Exportação - NCE no montante de R$ 2 bilhões com a Caixa Econômica Federal, por longo prazo, com "taxas e condições atraentes, compatíveis com o mercado".
Segundo a estatal, a companhia tem se empenhado em explorar "todas as oportunidades de financiamento oferecidas pelo mercado financeiro. (...) A empresa se encontra em situação confortável de caixa e a operação se enquadra no curso normal das atividades da Petrobras", completou a companhia em comunicado.
Além disso, entre os destaques que envolveram a empresa recentemente esteve a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à lei que cria a Pré-sal Petróleo, companhia estatal que irá gerenciar as atividades exploratórias na região do pré-sal, o que contribui para aliviar as incertezas dos investidores sobre os investimentos da Petrobras.
Ademais, a companhia desmentiu que possui qualquer pretensão de alterar o "desenho de sua capitalização". Aliado a isso, o preço do barril de petróleo tem mostrado variações positivas nas primeiras sessões deste mês. A queda do dólar em relação a importantes divisas internacionais e as projeções de queda dos estoques da commodity nos EUA colaboraram para a apreciação do barril.
CSN conquista a terceira colocação
A CSN completa o pódio do mês de agosto, com 10 recomendações para seus ativos ordinários. A terceira colocação no ranking das ações mais recomendadas nas carteiras para o oitavo mês do ano foi conquistada pela siderúrgica pela primeira vez neste ano, após ter sido ocupada pelo Gerdau em julho.
Para a companhia, o bom momento ao setor de siderurgia e as perspectivas positivas dos analistas em relação aos resultados do segundo trimestre são os principais drivers das recomendações de agosto. Os analistas do Bank of America Merrill Lynch elaboraram prévia dos resultados do setor de siderurgia. Felipe Hirai e Thiago Loflego, que assinaram o relatório, esperam balanços "fortes", sustentados em maiores preços do aço e uma alta no volume, aliados a custos controlados.
Entretanto, na visão dos analistas, os bons resultados não serão unanimidade no setor. Para eles, CSN e Gerdau devem ser as principais surpresas positivas, enquanto a Usiminas deve revelar números relativamente mais fracos. Em relação à CSN, segundo os analistas, a empresa deverá reportar o resultado mais sólido entre as siderúrgicas da América Latina, com destaque para o negócio de minério de ferro e resultado saudável também no negócio de aço.
No caso do primeiro, eles ressaltam a projeção de margem Ebitda em 67%, ancorada no aumento do preço do minério. Já para o segmento de aço, a expectativa é de que um bom mix de produtos, com 90% das vendas no mercado interno, seja um driver, assim como preços médios ligeiramente maiores. A expectativa é que o lucro por ação fique em R$ 0,53, e o Ebitda (geração operacional de caixa) fique em R$ 1,743 bilhão.
Dentre as carteiras publicadas pela InfoMoney no mês, nesta amostragem só não foram consideradas aquelas direcionadas às ações com perspectivas de ganho com a distribuição de proventos.
Resultados alimentam boas perspectivas
Os ativos preferenciais da Vale seguem como preferidos dos analistas para agosto, com 22 recomendações entre 29 carteiras compiladas. Vale destacar que, em julho, a mineradora havia conquistado 20 recomendações entre 24 carteiras compiladas. Os resultados da mineradora no segundo trimestre mantiveram a companhia em foco nos últimos dias, alimentando as boas perspectivas.
Sentindo o impacto do novo sistema de precificação do minério de ferro, a Vale registrou lucro líquido de R$ 6,635 bilhões no segundo trimestre de 2010 - um avanço de 344% na base anual. Segundo a companhia, esse foi o seu melhor desempenho operacional e financeiro desde o terceiro trimestre de 2008.
Os números da mineradora animaram os analistas. “Os resultados vieram muito bons, mostrando que o novo sistema de precificação do minério de ferro foi implementado de forma bem sucedida”, afirmou a equipe do Barclays. “Os números reportados justificam os bons fundamentos da empresa e do setor”, destacou, por sua vez, Antônio Ruiz, analista do BB Investimentos.
Grande contribuinte da receita da Vale, o segmento de minério de ferro foi o principal destaque do balanço reportado pela mineradora no segundo trimestre deste ano. “O volume de vendas de minério de ferro ultrapassou as 57 milhões de toneladas e só não foi maior porque, mais uma vez, a Vale teve alguns problemas com embarque no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira”, avaliou Ruiz.
Ação | Recomendações |
---|---|
Vale | 22 |
Petrobras | 15 |
CSN | 10 |
Tractebel | 9 |
Lojas Americanas | 8 |
Itaú Unibanco | 8 |
Gerdau | 8 |
Randon | 7 |
OGX Petróleo | 7 |
Vivo | 6 |
Gafisa | 6 |
Telesp | 5 |
CCR | 5 |
Bradesco | 5 |
Dando continuidade às repercussões do resultado da Vale, os analistas do Deutsche Bank, do Barclays e do UBS reiteraram suas recomendações para a mineradora – entretanto, enquanto os dois primeiros têm visões mais otimistas sobre o balanço da companhia, o terceiro se mostrou menos entusiasmado com os números do trimestre.
“O valuation está atraente, mas os resultados trouxeram mais perguntas do que respostas”, disse Rene Kleyweg, do UBS. A principal crítica de Kleyweg foram os preços de realização do minério de ferro, que ficaram em US$ 92 – bem abaixo da expectativa do banco de US$ 118 e do benchmark, de US$ 105. “Esse valor não mostra captura de nenhum tipo de prêmio”, afirmou.
Cabe lembrar que, na teleconferência sobre os resultados, o CEO (Chief Executive Officer) e presidente da Vale, Roger Agnelli, explicou que a cifra foi afetada por efeito carry over, de problemas de entrega de volumes no primeiro trimestre que fizeram com que 10 milhões de toneladas no segundo trimestre acabaram vendidas baseadas nos preços do primeiro trimestre, que já estavam em contrato.
Entretanto, os analistas do Deutsche Bank veem os preços anunciados como algo até positivo para a mineradora. “Considerando que os resultados da Vale foram acima do esperado mesmo com os preços do minério abaixo do esperado, acreditamos que os resultados recorrentes do segundo trimestre tenham sido ainda melhores”, afirmaram.
Assim como o UBS, os analistas do Deutsche Bank, Rodrigo Barros e Jorge Beristain, reiteraram sua recomendação de compra aos papéis da Vale, avaliando o resultado trimestral como bastante positivo. “Acreditamos que a Vale é a empresa mais atraente em nosso universo de cobertura, e reiteramos a companhia como nossa top pick”, afirmaram.
Para eles, entre as principais justificativas estão os resultados acima do esperado e o fato de que preço-alvo atual dos ADRs (de US$ 40) tem um potencial de upside atrativo. Além disso, as perspectivas para a demanda de minério de ferro são positivas a partir do quarto trimestre, já que o banco espera medidas de estímulo na China e o fim do ciclo de baixa dos estoques de aço – fatores que devem ser catalisadores das ações até o final do ano.
Petrobras segue na vice liderança
Mantendo a segunda posição no ranking, os papéis da Petrobras receberam 15 recomendações em agosto, uma a mais que o apurado no mês anterior. Para a estatal, as boas perspectivas decorrem do agitado noticiário sobre a companhia, que inclui principalmente a capitalização.
"Enquanto o mercado está temeroso em relação a quais condições serão observadas em relação à capitalização, nós enxergamos tudo isso como uma grande oportunidade", declarou Leonardo Deeke, gestor de renda variável do Paraná Banco Asset Management. A visão, no entanto, deixa de ser exclusiva da gestora e a oportunidade começa a ser percebida por outros agentes de mercado, como mostra a valorização recente que os papéis preferenciais tiveram nos últimos dias.
Outro indicador que alimentou as recomendações para a Petrobras neste mês foi a confirmação pela estatal de que contratou, em junho deste ano, uma operação de Nota de Crédito à Exportação - NCE no montante de R$ 2 bilhões com a Caixa Econômica Federal, por longo prazo, com "taxas e condições atraentes, compatíveis com o mercado".
Segundo a estatal, a companhia tem se empenhado em explorar "todas as oportunidades de financiamento oferecidas pelo mercado financeiro. (...) A empresa se encontra em situação confortável de caixa e a operação se enquadra no curso normal das atividades da Petrobras", completou a companhia em comunicado.
Além disso, entre os destaques que envolveram a empresa recentemente esteve a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à lei que cria a Pré-sal Petróleo, companhia estatal que irá gerenciar as atividades exploratórias na região do pré-sal, o que contribui para aliviar as incertezas dos investidores sobre os investimentos da Petrobras.
Ademais, a companhia desmentiu que possui qualquer pretensão de alterar o "desenho de sua capitalização". Aliado a isso, o preço do barril de petróleo tem mostrado variações positivas nas primeiras sessões deste mês. A queda do dólar em relação a importantes divisas internacionais e as projeções de queda dos estoques da commodity nos EUA colaboraram para a apreciação do barril.
CSN conquista a terceira colocação
A CSN completa o pódio do mês de agosto, com 10 recomendações para seus ativos ordinários. A terceira colocação no ranking das ações mais recomendadas nas carteiras para o oitavo mês do ano foi conquistada pela siderúrgica pela primeira vez neste ano, após ter sido ocupada pelo Gerdau em julho.
Para a companhia, o bom momento ao setor de siderurgia e as perspectivas positivas dos analistas em relação aos resultados do segundo trimestre são os principais drivers das recomendações de agosto. Os analistas do Bank of America Merrill Lynch elaboraram prévia dos resultados do setor de siderurgia. Felipe Hirai e Thiago Loflego, que assinaram o relatório, esperam balanços "fortes", sustentados em maiores preços do aço e uma alta no volume, aliados a custos controlados.
Entretanto, na visão dos analistas, os bons resultados não serão unanimidade no setor. Para eles, CSN e Gerdau devem ser as principais surpresas positivas, enquanto a Usiminas deve revelar números relativamente mais fracos. Em relação à CSN, segundo os analistas, a empresa deverá reportar o resultado mais sólido entre as siderúrgicas da América Latina, com destaque para o negócio de minério de ferro e resultado saudável também no negócio de aço.
No caso do primeiro, eles ressaltam a projeção de margem Ebitda em 67%, ancorada no aumento do preço do minério. Já para o segmento de aço, a expectativa é de que um bom mix de produtos, com 90% das vendas no mercado interno, seja um driver, assim como preços médios ligeiramente maiores. A expectativa é que o lucro por ação fique em R$ 0,53, e o Ebitda (geração operacional de caixa) fique em R$ 1,743 bilhão.