terça-feira, 6 de julho de 2010

Esperando mais instabilidade, Ativa divulga carteira recomendada para julho


Por: Equipe InfoMoney
05/07/10 - 20h56
InfoMoney

SÃO PAULO – Prevendo mais instabilidade em julho, a Ativa divulgou sua carteira de ações recomendada para o mês."Mantivemos a estratégia de exposição menor em commodities, selecionando ativos com boas perspectivas de longo prazo, e focando setores mais voltados ao mercado interno, que ainda apresentam potencial de ganho", de acordo com Mônica Araújo, analista responsável pela estratégia da corretora.


Para a Ativa, o segundo semestre já começou conturbado. Por um lado, a aversão ao risco continua, com perspectiva de rebaixamento da projeção para o crescimento econômico mundial, e desta vez a China não será capaz de contribuir para a reversão desse prognóstico.


Por isso, a corretora pede atenção para os indicadores econômicos do mês: ao final de julho, será divulgada a primeira prévia do PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano do segundo trimestre. Destaque também para dados de vendas de imóveis nos EUA e na China, pois esses números são "o antecedente de todo o movimento de desaceleração do setor de construção civil", segundo a Ativa. 


Brasil
No cenário interno, espera-se evolução dos indicadores de atividades. No entanto, como o panorama mistura grandes captações (Banco do Brasil e Petrobras) com evento político (eleições), "não se pode esperar mudança significativa da tendência de preço no mercado de equities", declara a Ativa.



No entanto, destaques corporativos, como reajuste do minério de ferro, capitalização da Petrobras ou até mesmo revisão do acordo entre Pão de Açúcar e Casas Bahia pode levar certos ativos a ter comportamento diferente. Espera-se também comprovação de resultados robustos das empresas brasileiras. 


Performance
Em relação ao portfólio anterior, a novidade é a substituição das ações da WEG (
WEGE3) pelos papéis da TIM. A Ativa mostrou que seu portfólio sugerido para junho teve uma variação negativa de 2,75%. Confira a seguir a carteira recomendada para o mês de julho. 


Empresa
Código Peso
BR Malls BRML3 7,3%
Bradesco BBDC4 7,3%
Itaúsa ITSA4 6,3%
Petrobras PETR4 11,3%
MPX Energia MPXE3 4,9%
Vale VALE5 14,3%
Gerdau GGBR4 7,6%
CCR CCRO3 6,7%
NET NETC4 6,4%
Brookfield BISA3 5,6%
TIM TCSL3 5,9%
AmBev AMBV4 5,9%
Tractebel TBLE3 5,3%
PDG Realty PDGR3 5,1%
BR MallsSegundo os analistas, a companhia teve boa performance no mês passado. A empresa adquiriu o controle do Independência Shopping, no qual tinha anteriormente participação de 8%. Além disso, a BR Malls anunciou novo projeto de greenfield, que será inaugurado no segundo trimestre de 2012.


"Nossa visão é de que a BR Malls está bem posicionada no atual cenário macroeconômico, com caixa elevado para aquisições", disse a corretora, que mantém-se otimista em relação ao setor de shopping centers. A corretora também considera que a empresa está relativamente barata em relação a seus pares.


BradescoEmbora tenha tido performance negativa em junho, período em que as ações do setor financeiro como um todo sofreram, a Ativa mantém perspectivas positivas para o Bradesco neste ano, com expectativa de expansão em sua carteira de crédito e da manutenção de sua rentabilidade em patamares "saudáveis".


De acordo com a corretora, a extensa capilaridade proporciona ao banco um bom posicionamento para se aproveitar do cenário de expansão do setor financeiro, que é esperado pela Ativa por conta da combinação da queda da inadimplência com a alta na taxa de juros. Por isso, a recomendação de compra para os papéis do Bradesco.


ItaúsaOs papéis da Itaúsa são vistos pela Ativa como um veículo de compra das ações do Itaú Unibanco (ITUB4), "uma vez que o desconto atualmente praticado da primeira em relação à segunda é de 20%". Com boas perspectivas em relação ao setor, confirmadas no resultado do primeiro trimestre, a Ativa espera manutenção dos bons níveis de rentabilidade do banco, em patamar acima dos concorrentes. 


Além disso, o banco deve continuar com rentabilidade sobre patrimônio elevada, em função também dos ganhos de sinergia decorrentes da fusão entre Itaú e Unibanco. 


Petrobras
O declínio de suas ações no mês de junho refletiu não só a volatilidade do mercado acionário, mas principalmente a insegurança dos investidores com os desdobramentos do processo de capitalização, disse a Ativa. Embora a capitalização tenha passado no Senado e os bancos coordenadores da operação tenham sido definidos, ficaram pontos importantes em aberto, como valor dos barris na cessão onerosa e o valor da capitalização. 


O adiamento da operação para setembro também aumentou a preocupação com o endividamento e a alavancagem da Petrobras, e em última instância com o rating da empresa. Por isso, no curtíssimo prazo as perspectivas continuam negativas. Com as ações pressionadas, de olho nas questões da capitalização, e não nos bons fundamentos da empresa para o longo prazo, a recomendação para as ações da Petrobras continua a ser neutra, segundo a Ativa. 


MPX
A corretora acredita que a companhia ficou sem drivers positivos em um mercado instável e avesso a riscos, por isso as novas quedas apresentadas pelas ações em junho. No entanto, a Ativa ressalta que os papéis estão "profundamente" subvalorizados, mesmo que se leve em conta apenas os ativos de energia elétrica da empresa. Por acreditar que o fluxo de notícias futuras sobre a companhia tende a ser mais positivo, a Ativa optou manter as ações da MPX na carteira recomendada. 



Vale
A Vale deve ficar exposta aos dados mensais da economia chinesa, o que pode acrescentar volatilidade à empresa, já que a expectativa é de desaceleração do crescimento chinês neste segundo semestre de 2010. Algumas notícias de enfraquecimento da demanda, como elevação dos estoques de minério nos portos chineses, prejudicaram as empresas ligadas às hard commodities, e a Vale recuou forte no mês de junho. 



No entanto, a Ativa mantém seu viés positivo para o horizonte de médio prazo, acreditando que 2010 seja marcado por um aumento tanto na produção quanto no volume de vendas de commodities metálicas. 


Gerdau
Apesar do desempenho em junho, a siderúrgica é tida pela corretora como uma das empresas "que mais se beneficia do cenário de expansão do setor imobiliário no Brasil". Espera-se também que as operações internacionais da empresa continuem a se recuperar de maneira gradual. A Gerdau é, então, o veículo de exposição da Ativa ao segmento siderúrgico, em função da perspectiva de recuperação da demanda de aço no mercado doméstico. 



CCR
Embora a Brisa tenha anunciado saída do capital da CCR por dificuldade em incorporar o ativo ao seu balanço, a Ativa mantém visão de que as ações da CCR são "excelente" oportunidade de investimento, além da manutenção da expectativa de que haja aumento do portfólio de concessões administradas pela empresa, por aquisição no mercado secundário. 



NETApesar do início de ano tímido em termos de expansão da base de clientes, a Ativa se mantém otimista com o potencial de crescimento de assinantes da empresa em 2010, o que levaria a continuidade do crescimento de receitas e manutenção de bom nível de rentabilidade operaciona. Por isso, a elevação do preço-alvo para as ações da companhia para junho de 2011 para R$ 28,00. A participação no portfólio ainda se justifica pela recente performance negativa dos papéis.


BrookfieldA empresa continua sendo, na visão da Ativa, um bom veículo de exposição ao setor imobiliário, principalmente por conta de sua alta participação no segmento de média renda. "Adicionalmente, destacamos o valuation atrativo dos papéis da Brookfield em termos relativos, apresentando desconto excessivo de 17% frente às cinco grandes incorporadoras do setor", escreve a Ativa. 


AmBev
Acreditando que a Copa do Mundo deste ano ajude a impulsionar o consumo de cerveja no País, a corretora também lembra que a empresa vem conseguindo implementar seu plano estratégico para 2010. "A companhia afirmou que os investimentos no Brasil em 2010 podem chegar a R$ 2 bilhões na ausência de elevação de impostos", segundo a corretora. A AmBev ainda está sendo negociada com desconto em relação a seus pares internacionais. 



A corretora também aposta no caráter defensivo da empresa, esperando que ela sofra menos com uma uma possível desaceleração do consumo no segundo semestre do ano, devido ao impacto do aumento das taxas de juros.


Tractebel
"Consideramos o investimento em Tractebel o melhor veículo para aproveitar o cenário positivo de aumento de consumo de energia, inflação em alta e baixa volatilidade de fluxo de caixa", salientam os analistas, justificando sua recomendação de compra aos ativos TBLE3.



PDGA Ativa destaca a conclusão do "deal" que incorporou as ações da Agre : "com a unificação das duas companhias, a operação assume um novo porte, entrando em patamares comparáveis aos da Cyrela (CYRE3), até então líder absoluta em termos de lançamentos", diz a corretora. A empresa também muda seu mix de produtos, atuando mais fortemente no segmento de média renda. 


Brookfield
A alta participação no segmento de média renda faz com que a Ativa considere a Brookfield um interessante veículo de exposição ao setor de construção civil, para o qual a visão é otimista. A empresa também segue sendo negociada com desconto em relação aos seus pares, e pois isso a corretora mantém os ativos da companhia na carteira recomendada para julho.