segunda-feira, 19 de abril de 2010

Credit Suisse eleva projeção para minério de ferro e sobe target de Vale e CSN

Por: Giulia Santos Camillo
19/04/10 - 20h28
InfoMoney


SÃO PAULO – Levando em consideração a mudança do mecanismo de precificação do minério de ferro, em conjunto com o desequilíbrio entre oferta e demanda, o Credit Suisse publicou um relatório nesta segunda-feira (19) elevando expressivamente as projeções para o preço do produto e as recomendações para mineradoras brasileiras.

De acordo com os cálculos do banco, os preços do minério de ferro nacional ficarão em média entre US$ 122 e US$ 126 por tonelada métrica seca, o que implica em uma alta de 113% a 120% frente aos níveis acordados em 2009, em bases FoB (Free on Board). Para 2011, a expectativa é de um novo aumento de 6%, ficando entre US$ 129 e US$ 133 por tonelada métrica seca.

Recomendações
Dessa forma, o Credit Suisse elevou o preço-alvo para os ADRs (American Depositary Receipts) da Vale (VALE3, VALE5) de US$ 36 para US$ 42 por ação, prevendo um EV/Ebitda (relação entre o valor da empresa e a geração operacional de caixa) de 4,9 vezes para 2010 e 3,8 vezes para 2011.

Para a CSN (CSNA3), as alterações nas premissas também levaram à elevação do preço-alvo, de R$ 37 para R$ 42 por ação, indicando um EV/Ebitda de 5,8 vezes em 2010 e 4,5 vezes no ano que vem. O banco ainda retomou a cobertura dos papéis da MMX (MMXM3), com um preço alvo de R$ 21 por papel.

Cabe lembrar que o Credit Suisse mostra-se otimista com o setor de mineração brasileiro, recomendando outperform (performance acima da média do mercado) para as três ações supracitadas.

Motivos para a alta
Segundo o relatório do Credit Suisse, há três motivos principais que levam à crença de que o preço do minério de ferro continuará em ascensão. O primeiro deles é a expectativa de redução das exportações indianas devido à estação das monções, que dura de maio a setembro.

Além disso, o banco cita o aumento da demanda de consumidores, excluindo a China, e os problemas de retomada da produção, com as mineradoras enfrentando dificuldades para voltar a operar com capacidade total.

“Vemos uma taxa de utilização de capacidade de 98% para 2010, com uma forte perspectiva de demanda e restrições de oferta, que devem persistir por, pelo menos, os próximos dois anos”, ressalta a equipe do Credit Suisse.