sexta-feira, 30 de abril de 2010

Cenário Econômico Semanal – 26 a 30/Abril

Agência Enfoque




Cenário Econômico Semanal

Em semana marcada pela alta volatilidade dos mercados, gerada pela turbulência causada mais uma vez pela crise na Grécia e pelo Goldman Sachs, o pessimismo se sobressaiu aos resultados positivos da economia norte-americana e pressionou as cotações.





Cenário Interno


Na segunda-feira, dia foi de indefinição, a Fipe divulgou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que subiu para 0,34% na 3º quadrissemana de abril em São Paulo, contra variação de 0,23% no período anterior. Das sete classes de despesas avaliadas, o grupo Alimentação teve o aumento mais expressivo, de 1,46%, seguido de Vestuário e Saúde, com elevação de 0,77% e 0,71%, na ordem.
Em seguida, o mercado conheceu que na quarta semana de abril, entre os dias 19 e 25 (quatro dias úteis), a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 93 milhões (média diária de US$ 23,3 milhões). Esse valor foi resultante de exportações de US$ 3,022 bilhões (média diária de US$ 755,5 milhões) e importações de US$ 2,929 bilhões (média diária de US$ 732,3 milhões), segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Na terça-feira, a Bovespa acompanhou o pessimismo global e terminou no vermelho. Durante o dia, a FGV divulgou que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), composto por cinco quesitos contidos na Sondagem de Expectativas do Consumidor, elevou-se em 3,5% entre março e abril de 2010, ao passar de 111,4 para 115,3 pontos, considerando-se dados com ajuste sazonal.
No pregão de quarta-feira, o mais importante e aguardado da semana, o destaque ficou por conta da Decisão dos Juros pelo BC, que foi anunciada somente após o fechamento do mercado. Após especulações, que previam aumento entre 0,5 p.p. e 0,75 p.p, o Copom anunciou aumento da Selic de 8,75% para 9,5% ao ano.
No dia seguinte, o IBGE divulgou que, em março, a taxa de desocupação (7,6%) estimada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE ficou estável em relação a fevereiro e caiu 1,4 ponto percentual frente a março de 2009, no conjunto das seis regiões metropolitanas investigadas (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre). Regionalmente, em relação a fevereiro, a taxa subiu nas Regiões Metropolitanas do Rio de Janeiro e Porto Alegre, 0,8 ponto percentual em ambas e ficou inalterada nas demais. Na análise anual, a taxa de desocupação recuou 2,3 pontos percentuais em Recife e São Paulo.
Já a FGV informou que o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou em abril variação de 0,77%. No mês anterior, a taxa foi de 0,94%. Os três componentes do IGP-M apresentaram as seguintes trajetórias, na passagem de março para abril: IPA, de 1,07% para 0,72%; IPC, de 0,83% para 0,73% e INCC, de 0,45% para 1,17%.
Nesta sexta-feira, a FGV informou que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas reduziu-se em 1,0% entre março e abril de 2010, ao passar de 116,5 para 115,3 pontos, considerando-se dados com ajuste sazonal.
De acordo com a instituição, o resultado interrompe a série de 14 altas consecutivas do ICI. Apesar da diminuição em relação ao mês anterior, o índice mantém patamar elevado em termos históricos, sendo comparável ao de junho de 2008 (115,4), período anterior à crise internacional.
No final do dia, a Bovespa fechou 0,66%, aos 67530 pontos. Na semana, a Bolsa Paulista acumula -2,9%. No mês, houve desvalorização de 4,2%.





Veja gráfico diário abaixo, seguido de tabela com as maiores altas e baixas do período, bem como relação dos ativos mais negociados:


Ibovespa





As maiores altas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
CESP
CESP6
25,18
5,84%
LOJAS RENNER
LREN3
43,01
4,90%
B2W VAREJO
BTOW3
38,37
4,12%
PDG REALT
PDGR3
15,96
3,42%
KLABIN S/A
KLBN4
5,47
3,40%





As maiores baixas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
FIBRIA
FIBR3
34,49
-11,02%
GERDAU MET
GOAU4
34,04
-7,70%
GERDAU
GGBR4
28,45
-6,60%
USIMINAS
USIM3
54,62
-6,07%
TELEMAR
TNLP4
26,24
-6,02%





Mais negociadas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VOLUME
SEGMENTO
VALE
VALE5
R$ 46,53
3.948.705.536,00
Minerais Metálicos
PETROBRAS
PETR4
R$ 32,80
2.168.770.912,00
Exploração e/ou Refino
OGX PETROLEO
OGXP3
R$ 17,32
1.096.813.248,00
Exploração e/ou Refino
VALE
VALE3
R$ 53,10
793.581.936,00
Minerais Metálicos
ITAUUNIBANCO
ITUB4
R$ 37,70
672.899.792,00
Bancos





Cenário Externo


Fora do Brasil, o período foi de grande movimentação e expectativa. Logo no início da semana, o ministro das Finanças grego disse que o país deverá anunciar em breve novas medidas para reduzir seu déficit público, tão logo sejam concluídas as atuais negociações em Atenas com uma missão conjunta da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, a quem recorreu para ativar um programa de ajuda, informou nesta segunda o ministro das Finanças grego.
No dia seguinte, agentes receberam bem a notícia de que, em abril a Confiança do consumidor atingiu o maior nível desde setembro de 2008, aos 57,9 pontos, segundo informou o Conference Board. No mercado imobiliário, a S&P informou que o índice de preços de imóveis Case-Shiller caiu 0,9% em fevereiro.
Apesar disso, o depoimento do CEO do Goldman Sachs ajudou a pressionar as cotações. Em discurso no congresso norte-americano, Lloyd Blankfein afirmou que a tradução efetuada pela SEC "de fato parece ruim para o público, porém, ao houve fraude". Há quinze dias a Comissão de valores mobiliários dos EUA, (SEC, na sigla em inglês) moveu ação civil contra o banco, acusado de enganar investidores ativos ligados a empréstimos hipotecários.
No mesmo dia, aconteceu o que o mercado chamou de "golpe duplo". A agência de classificação de risco Standard & Poor´s rebaixou a nota da Grécia e de Portugal. A redução da avaliação soberana de longo prazo de Portugal passou de "A+"para"A-". O rating de crédito de curto prazo caiu de "A-1" para "A-2". As notas têm perspectiva negativa, ou seja, é possível que a classificação piore no futuro. Já o rebaixamento da Grécia teve implicações ainda piores porque o país perdeu o grau de investimento pela escala da S & P. O rating de longo prazo caiu de"BBB+"para"BB+".
Na quarta-feira, o otimismo voltou a reinar em Wall Street, puxado pela manutenção da taxa de juros nos EUA, entre 0% e 0,25% ao ano, que sustentou as cotações no azul, impedindo que o pessimismo oriundo das bolsas européias contagiasse os investidores do lado de cá do Atlântico.
Depois de rebaixar a nota da Grécia e de Portugal na terça-feira, foi a vez da Espanha receber a notícia de redução do rating soberano da Standard & Poor´s (S & P), que cortou de AA+ para AA a nota do país europeu, o terceiro em dois dias. Assim como no caso da Grécia, a S&P classificou a perspectiva da Espanha como negativa, o que implica a possibilidade de novo rebaixamento. Além das Bolsas, o euro também sofreu os reflexos da crise de origem na Grécia. Durante a madrugada de quarta-feira a moeda do bloco europeu atingiu o menor valor perante o dólar em um ano, a US$ 1,3190.
Destaque ainda para os novos pedidos de seguro-desemprego anunciados na quinta-feira, que totalizaram 448 mil na semana encerrada no dia 24, ou 11 mil a menos no comparativo com a marca da semana retrasada (459 mil). Nas quatro últimas semanas, porém, houve aumento de 1,5 mil solicitações, para 462,5 mil.
Na sessão de hoje, o Departamento de Comércio anunciou que os gastos dos consumidores norte-americanos aumentaram no ritmo mais rápido em três anos no primeiro trimestre deste ano, impulsionando a economia a uma taxa de crescimento de 3,2%. O aumento de 3,2% em termos reais corrigidos de sazonalidade do produto interno bruto saiu exatamente como o esperado pelo mercado.
Em seguida, a Universidade Michigan apontou que a Confiança do consumidor norte-americano subiu em abril, após forte queda verificada no início do mês. De acordo com o levantamento, o índice subiu para 72,2 pontos, ante 69,5 em meados de abril. Economistas esperavam um aumento para 71 pontos.
Mesmo assim, a investigação ao Goldman Sachs seguiu causando forte impacto no setor financeiro dos EUA nesta sessão, o que acabou por puxar as cotações para o vermelho, apesar dos resultados positivos divulgados.
No final do dia, o Dow Jones terminou com queda acumulada de 1,8% na semana. No mês, porém, o índice teve +1,41%, aos 11008 pontos, aos passo que o S&P perdeu 2,5% na semana e fechou o mês com variação positiva de 1,50%, aos 1186 pontos. Já o Nasdaq perdeu 2,8% na semana, mas acumulou alta de 2,6% no mês de abril.


Confira os gráficos abaixo:


Dow Jones
SP 500
Nasdaq





Dólar:


Na semana, o dólar comercial perdeu forças frente ao período anterior, e fechou em território negativo, mesmo com a baixa instalada na Bovespa. No período, a moeda norte-americana acumulou -1,4%. No mês, houve recuo de 2,4%.


Veja o gráfico abaixo da divisa, que terminou o dia cotada a R$ 1,7380:


Dólar



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