29/03/11 - 10h28
InfoMoney
SÃO PAULO - O guidance da Embraer (EMBR3) em 2011 apontou para números abaixo do esperado pelo JP Morgan, principalmente quando o assunto foi rentabilidade. Decepcionado, o banco que já mostrava preocupações com a sustentabilidade do negócio de E-Jet, reduziu o preço alvo do ADR (American Depositary Receipt) da companhia de US$ 40 para US$ 33.
"Nosso medo primário é que as entregas de E-Jet diminuam depois de 2012 com consumidores a procura de aeronaves mais avançadas e eficientes em combustível, como a Bombardier CSeries e Mitsubishi MRJ", dizem os analistas Joseph Nadol, Seth Seifman e Rica Mendoza em relatório.
Números menos otimistasA recomendação de neutralidade para a ação foi mantida, mas estimativas de ganhos por papel diminuíram em US$ 0,50 para 2011, para US$ 1,95, enquanto a estimativa de 2012 caiu de US$ 3,05 para US$ 2,35. As novas projeções refletem vendas e margens menores, impactadas pelo aumento de salários e a queda na entrega de modelos.
A Embraer fez interessantes progressos de margens no último ano, que estão sendo prejudicados agora com o aumento dos salários no Brasil. A administração fez um acordo com o sindicato que garantiu um aumento de 10% para os funcionários neste ano, aponta o trio de analistas. O reajuste deve resultar em um aumento de despesas de US$ 80 mil neste ano apenas com folha de pagamentos.
O banco ainda se mostra preocupado com os impactos no câmbio nos ganhos da companhia, que já prejudicaram o resultado do quarto trimestre de 2010. A cada US$ 0,10 de apreciação do real, há um ajuste de 30 a 50 pontos base na margem operacional da Embraer.
Altos e baixos
Foi em seu último balanço que a companhia alertou que, após a reavaliação do valor contábil de suas aeronaves em estoque no último trimestre, foi realizado um ajuste que impactou negativamente em R$ 108 milhões a margem bruta da empresa, refletindo a adaptação do valor de mercado de alguns aviões pré-série. O dado foi visto pelo JP Morgan como principal impacto negativo no resultado e, se excluído, teria proporcionado um Ebit (lucro antes de juros e impostos) 6% superior às suas estimativas, ofuscando a queda das vendas e margem brutas.
Fora isso, a empresa continua sua luta contra o aumento de custos. "Há muita alavancagem operacional na Embraer, então a próxima oportunidade para a expansão de margens provavelmente virá com um aumento nas vendas", afirmam os analistas.
A boa notícia é que a venda de jatos particulares deve crescer em uma elevada taxa a partir de 2011. A companhia traz dois novos jatos de tamanho médio ao mercado em 2012 e 2013 e, "acima de tudo, nós vemos um sólido crescimento para o segmento de jatinhos nos próximos anos, devido a uma melhora cíclica e ganhos de market share".
"Nosso medo primário é que as entregas de E-Jet diminuam depois de 2012 com consumidores a procura de aeronaves mais avançadas e eficientes em combustível, como a Bombardier CSeries e Mitsubishi MRJ", dizem os analistas Joseph Nadol, Seth Seifman e Rica Mendoza em relatório.
Números menos otimistas
A Embraer fez interessantes progressos de margens no último ano, que estão sendo prejudicados agora com o aumento dos salários no Brasil. A administração fez um acordo com o sindicato que garantiu um aumento de 10% para os funcionários neste ano, aponta o trio de analistas. O reajuste deve resultar em um aumento de despesas de US$ 80 mil neste ano apenas com folha de pagamentos.
O banco ainda se mostra preocupado com os impactos no câmbio nos ganhos da companhia, que já prejudicaram o resultado do quarto trimestre de 2010. A cada US$ 0,10 de apreciação do real, há um ajuste de 30 a 50 pontos base na margem operacional da Embraer.
Altos e baixos
A boa notícia é que a venda de jatos particulares deve crescer em uma elevada taxa a partir de 2011. A companhia traz dois novos jatos de tamanho médio ao mercado em 2012 e 2013 e, "acima de tudo, nós vemos um sólido crescimento para o segmento de jatinhos nos próximos anos, devido a uma melhora cíclica e ganhos de market share".