Por: Anderson Figo
01/02/11 - 18h10
InfoMoney
01/02/11 - 18h10
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Maior competição
Na visão do JP, a nova regulação do setor não representa um grande impacto na dinâmica das empresas, mas faz com que a indústria de cartões volte mais rapidamente ao seu "normal", com um crescimento saudável. Assim, os analistas avaliam que, especialmente por conta do elevado nível de lucros dos novos players no setor, as pressões competitivas e de preços deverão permanecer por um extenso período de tempo.
Reflexo nos resultadosEm meio ao ambiente mais desafiador, com maior competição, o JP Morgan avalia que os resultados tanto da Redecard quanto da Cielo deverão mostrar números menores no 4T10 e no acumulado do último ano. O banco acredita que os balanços serão caracterizados pelo declínio esperado da MDR líquida (taxa cobrada aos estabelecimentos por operação realizada) e pela significativa pressão na receita de aluguel de equipamentos.
No campo da competição, a equipe do JP acredita que a Redecard deverá ganhar market share no período, revelando ainda um crescimento sequencial nos lucros trimestrais, apesar da perspectiva de redução em torno dos 16% na base de comparação anual. Para a Cielo, o banco prevê uma ligeira redução nos ganhos do 4T10 frente ao trimestre anterior.
"Apesar disso, não acreditamos que o crescimento dos lucros da Redecard na base de comparação trimestral seja sustentável e vemos uma leve redução no primeiro trimestre deste ano frente ao 4T10", destacou a equipe de análise do JP Morgan. A Redecard vai divulgar seus resultados do último trimestre no dia 2 de fevereiro, enquanto que o balanço da Cielo será apresentado em 9 de fevereiro, ambos depois do fechamento do mercado.
Novos cortesCabe ressaltar que o JP Morgan não foi o primeiro a reduzir suas projeções para Redecard e Cielo por conta do cenário de maior competição no setor de cartões. Na última sexta-feira (28), o BB Investimentos promoveu o corte em seu target para ambas as companhias, destacando uma percepção de deterioração além da imaginada no ambiente competitivo para elas.
"O ponto-chave do dilema do prisioneiro é a falta de possibilidade de diálogo entre os envolvidos. Caso pudessem se comunicar, ou melhor, colaborar entre si, os prisioneiros chegariam a uma solução mais vantajosa para ambos. Mas, como estão presos e impossibilitados de falar, imaginam a traição do parceiro e o delatam, gerando um desfecho desvantajoso para os dois. Essa é exatamente a situação a que parecem estar presas Cielo e Redecard", destacou a analista do BB Marianna Waltz.
* Equipe de análise formada pelos analistas Saul Martinez, Mariana Barros, Marina Mansur, Frederic de Mariz, Tien-tsin Huang e Reginald L. Smith.