terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Santander enxerga Ibovespa a 89 mil pontos ao final do próximo ano

Por: Tainara Machado
20/12/10 - 20h53
InfoMoney


SÃO PAULO - O Santander estabeleceu como meta para oIbovespa  em 2011 os 89 mil pontos, o que equivale a um potencial de valorização de 31% em relação ao fechamento do dia 17 dezembro nos próximos 12 meses. Para chegar a esse cenário, Marcelo Audi e Leonardo Milane, analistas responsáveis pelo relatório, utilizaram como premissas uma taxa de crescimento do lucro por ação em dólares de 17,4%. A estimativa se deu base no crescimento do LPA do universo de cobertura do Santander ponderado de acordo com o Ibovespa.


O cenário base ainda envolve um prêmio de risco-País de 150 pontos-base, um retorno esperado do MSCI World de 6,2% e uma taxa de câmbio de R$ 1,85 por dólar até o final do próximo ano. 


Modelo bottom-up
No entanto, embora esse seja o modelo utilizado pelo Santander, o banco julgou interessante ainda estabelecer uma estimativa bottom-up (focada na análise do cenário individual de cada ação para se chegar a um todo). Considerando os preços-alvo das ações estabelecidos pelos analistas setoriais e os respectivos pesos no índice, já incluídos os dividendos estimados para o próximo ano, o Ibovespa poderia atingir 95 mil pontos, um avanço de 39,7% em relação ao patamar de preço atual.  



De acordo com Audi e Milane, o cálculo bottom-up serve como uma verificação do modelo básico para a meta Ibovespa. De acordo com os analistas, nessa análise três setores se destacaram com retornos esperados mais fortes: construtoras (53%), petróleo,gás e petroquímicos (53%) e mineração (47%). Do outro lado, as expectativas mais fracas ficam com energia e saneamenteo (22%) e siderurgia (22%).


Análise de sensibilidade
Observando ainda algumas perguntas desafiadoras que começam a surgir no mercado, os analistas do Santander realizaram análise de sensibilidade da estimativa bottom up para o Ibovespa ao final de 2011 mudando duas das variáveis que compõem o custo de capital próprio de cada empresa: o prêmio de risco de mercado e o prêmio de risco-País.



Isso porque o Santander avalia que seja necessário estudar o comportamento dos ativos caso o comprador de ações brasileiras seja cada vez mais concentrado em novos investidores globais, o que exigiria um custo de capital menor. "Afinal de contas, o Brasil continua a aumentar sua penetração nas ações globais, e os fundamentos econômicos do País continuam aparentemente melhores que os da média global", comentaram os analistas. 


Assim, foram testados, além do cenário base, em que o risco de mercado é de 550 pontos-base e o risco País, medido pelo prêmio dos CDS (swaps de inadimplência no crédito), é de 150 pontos-base, outras possibilidades com a diminuição dessas premissas. A conclusão, segundo o Santander, é que a cada redução de 100 pontos-base no prêmio de risco de mercado, a meta Ibovespa bottom-up sobe, em média, 15,9%. Já a redução de 50 pontos-base no risco-País significa 6,4% a mais, em média, para a meta Ibovespa. 

             Prêmio de risco de mercado


550 pontos base450 pontos base350 pontos base
Risco País150 pontos base95.439109.863128.108
100 pontos base101.766117.158138.091
150 pontos base108.128125.575149.874
Fonte: Santander