Por: Anderson Figo
09/12/10 - 18h15
InfoMoney
09/12/10 - 18h15
InfoMoney
"Embora 2011 ainda sugira manutenção do crescimento em níveis elevados, o modelo parece insustentável no médio prazo", disse a Ativa, ressaltando que vê alguns desafios para a continuidade do forte crescimento interno, como a questão fiscal, a inflação, o crédito e o limite de financiamento. Mesmo assim, a corretora avalia que nenhum destes aspectos deve ser limitador para a performance da economia em 2011.
"A estratégia de alocação de portfólio deverá privilegiar ativos voltados para o mercado interno, setores influenciados pela retomada dos investimentos e ainda empresas ligadas a commodities", destacou a Ativa. A carteira da corretora para o próximo ano inclui, além de Petrobras, Bradesco e Pão de Açúcar, nomes como Randon (RAPT4), Lupatech (LUPA3), Santos Brasil (STBP11), CCR (CCRO3), Tractebel (TBLE3), Gerdau (GGBR4) e PDG Realty (PDGR3).
Bolsa aos 82 mil pontos
Neste sentido, a corretora optou por transpor sua projeção atual para 2011. "Apesar de não acertarmos a tendência para o Ibovespa, que não atingiu os 82 mil pontos de nossa expectativa, a seletividade na escolha de portfólio tanto do top picks quanto dos ajustes realizados ao longo do ano mostrou-se estrategicamente acertada. (..) Considerando o cenário base de premissas macroeconômicas, com risco-País em 150 pontos-base, o nosso target do Ibovespa para dezembro de 2011 é próximo de 82 mil pontos", destacou.
Confira as recomendações da Ativa para 2011:
Petrobras: a corretora vê a companhia com um forte potencial de crescimento das reservas provadas, destacando positivamente a redução dos custos dos investimentos em refino. Entre os riscos, a Ativa chama atenção para o preço do petróleo no mercado futuro e os desafios tecnológicos a serem superados.
Randon: segundo a Ativa, a companhia deverá ser beneficiada por investimentos em infraestrutura, expansão industrial e safra agrícola. Contudo, possíveis aumentos no preço dos metais podem impactar o custo da empresa.
Lupatech: entre os pontos positivos da companhia, a corretora ressaltou a relação próxima à Petrobras, com expectativa de investimento em capacidade produtiva da estatal. No entanto, o que é positivo também pode ser prejudicial à Lupatech, uma vez que a Ativa destaca a elevada dependência da companhia em relação aos negócios da petrolífera como um dos principais riscos para o próximo ano.
Santos Brasil: a empresa possui como destaque favorável em 2011, segundo a Ativa, o fato de deter 49% de market share em Santos, operando 40% do volume dos portos no País. Contudo, a baixa liquidez das ações ainda representa um risco.
CCR: pesa favoravelmente nas perspectivas da corretora a disciplina de investimentos e a meta da CCR de duplicar a geração operacional de caixa com portfólio atual. Mesmo assim, o aumento da concorrência e uma redução no nível da atividade econômica são possíveis pontos negativos para o próximo ano.
Tractebel: um bom driver apontado pela Ativa para o desempenho das ações da Tractebel em 2011 é que o risco na transferência de ativos da Suez está parcialmente neutralizado. Mesmo assim, a corretora vê um maior interesse da empresa por novos empreendimentos como um risco para o próximo ano.
Gerdau: as medidas tomadas pelo governo nacional a fim de dessestimular a importação de aço podem pesar positivamente sobre as ações da Gerdau em 2011, segundo a Ativa. Mas, a recuperação mais lenta dos Estados Unidos pode ainda ser um risco à empresa no período.
Pão de Açúcar: o crescimento da varejista no próximo ano deve ser impactado positivamente pela estratégia de expansão que ela apresenta. Mesmo assim, a corretora avalia que eventuais dificuldades na integração com a Casas Bahia podem representar um risco.
PDG Realty: a captura de sinergias da Agre contribui para a perspectiva da Ativa de que a PDG terá melhores resultados em 2011, enquanto que, por outro lado, a elevação dos custos com mão-de-obra podem afetar negativamente os papéis no próximo ano.
Bradesco: a instituição financeira deve se beneficiar do forte espaço para crescimento do crédito no País, segundo a análise da Ativa, sendo que novas medidas de política monetária tomadas pelo Banco Central seguem representando um risco no próximo ano.