sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Blue chips e small caps dividem espaço na carteira top picks da Ativa para 2011

Por: Anderson Figo
09/12/10 - 18h15
InfoMoney


SÃO PAULO - Apostando na continuidade do forte crescimento econômico doméstico, mas com ressalvas, a Ativa Corretora revelou sua carteira recomendada top picks para o próximo ano. O portfólio conta com nomes de peso no Ibovespa, como Petrobras (PETR4), Bradesco (BBDC4) e Pão de Açúcar (PCAR5).


O ano de 2010 representou a volta da economia brasileira ao seu crescimento elevado, depois da crise iniciada no final de 2008, segundo a Ativa. De acordo com a corretora, esse movimento foi fundamentado em uma oferta abundante de crédito e em um mercado de trabalho extremamente aquecido, alimentado também pelo expansionismo fiscal.


"Embora 2011 ainda sugira manutenção do crescimento em níveis elevados, o modelo parece insustentável no médio prazo", disse a Ativa, ressaltando que vê alguns desafios para a continuidade do forte crescimento interno, como a questão fiscal, a inflação, o crédito e o limite de financiamento. Mesmo assim, a corretora avalia que nenhum destes aspectos deve ser limitador para a performance da economia em 2011.


No próximo ano, a Ativa acredita que, apesar do crescimento menor que em 2010, o mercado deverá ser beneficiado pelo potencial cenário mais benigno no âmbito internacional. Somado a isso, há ainda a possibilidade de uma recuperação das ações de empresas ligadas às commodities. A corretora destaca ainda que o tema investimento deve continuar a representar um fator importante na hora de escolher a seleção de ativos.


"A estratégia de alocação de portfólio deverá privilegiar ativos voltados para o mercado interno, setores influenciados pela retomada dos investimentos e ainda empresas ligadas a commodities", destacou a Ativa. A carteira da corretora para o próximo ano inclui, além de Petrobras, Bradesco e Pão de Açúcar, nomes como Randon (RAPT4), Lupatech (LUPA3), Santos Brasil (STBP11), CCR (CCRO3), Tractebel (TBLE3), Gerdau (GGBR4) e PDG Realty (PDGR3).


Bolsa aos 82 mil pontos
A expectativa da Ativa para o Ibovespa em 2010 era de que o índice fechasse este ano aos 82 mil pontos. Bem abaixo disso, o índice oscila atualmente na casa dos 67 / 68 mil pontos, bastante afetado pelo noticiário negativo vindo da crise fiscal na Europa, que vem derrubando os principais mercados internacionais há alguns meses.



Neste sentido, a corretora optou por transpor sua projeção atual para 2011. "Apesar de não acertarmos a tendência para o Ibovespa, que não atingiu os 82 mil pontos de nossa expectativa, a seletividade na escolha de portfólio tanto do top picks quanto dos ajustes realizados ao longo do ano mostrou-se estrategicamente acertada. (..) Considerando o cenário base de premissas macroeconômicas, com risco-País em 150 pontos-base, o nosso target do Ibovespa para dezembro de 2011 é próximo de 82 mil pontos", destacou.


Confira as recomendações da Ativa para 2011:
Petrobras: a corretora vê a companhia com um forte potencial de crescimento das reservas provadas, destacando positivamente a redução dos custos dos investimentos em refino. Entre os riscos, a Ativa chama atenção para o preço do petróleo no mercado futuro e os desafios tecnológicos a serem superados.


Randon: segundo a Ativa, a companhia deverá ser beneficiada por investimentos em infraestrutura, expansão industrial e safra agrícola. Contudo, possíveis aumentos no preço dos metais podem impactar o custo da empresa.


Lupatech: entre os pontos positivos da companhia, a corretora ressaltou a relação próxima à Petrobras, com expectativa de investimento em capacidade produtiva da estatal. No entanto, o que é positivo também pode ser prejudicial à Lupatech, uma vez que a Ativa destaca a elevada dependência da companhia em relação aos negócios da petrolífera como um dos principais riscos para o próximo ano.


Santos Brasil: a empresa possui como destaque favorável em 2011, segundo a Ativa, o fato de deter 49% de market share em Santos, operando 40% do volume dos portos no País. Contudo, a baixa liquidez das ações ainda representa um risco.


CCR: pesa favoravelmente nas perspectivas da corretora a disciplina de investimentos e a meta da CCR de duplicar a geração operacional de caixa com portfólio atual. Mesmo assim, o aumento da concorrência e uma redução no nível da atividade econômica são possíveis pontos negativos para o próximo ano.


Tractebel: um bom driver apontado pela Ativa para o desempenho das ações da Tractebel em 2011 é que o risco na transferência de ativos da Suez está parcialmente neutralizado. Mesmo assim, a corretora vê um maior interesse da empresa por novos empreendimentos como um risco para o próximo ano.


Gerdau: as medidas tomadas pelo governo nacional a fim de dessestimular a importação de aço podem pesar positivamente sobre as ações da Gerdau em 2011, segundo a Ativa. Mas, a recuperação mais lenta dos Estados Unidos pode ainda ser um risco à empresa no período.


Pão de Açúcar: o crescimento da varejista no próximo ano deve ser impactado positivamente pela estratégia de expansão que ela apresenta. Mesmo assim, a corretora avalia que eventuais dificuldades na integração com a Casas Bahia podem representar um risco.


PDG Realty: a captura de sinergias da Agre contribui para a perspectiva da Ativa de que a PDG terá melhores resultados em 2011, enquanto que, por outro lado, a elevação dos custos com mão-de-obra podem afetar negativamente os papéis no próximo ano.


Bradesco: a instituição financeira deve se beneficiar do forte espaço para crescimento do crédito no País, segundo a análise da Ativa, sendo que novas medidas de política monetária tomadas pelo Banco Central seguem representando um risco no próximo ano.