segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

AES Tietê é a ação mais recomendada nas carteiras de dividendos de dezembro

Por: Thiago Salomão
13/12/10 - 16h20
InfoMoney


SÃO PAULO - Como foi visto durante todo o ano de 2010, as companhias do setor de energia e saneamento lideraram as recomendações dos analistas nas carteiras de dividendos. Em dezembro, o destaque ficou com as ações PN da AES Tietê (GETI4), lembradas em oito dos nove portfólios de bancos e corretoras compilados pela equipe InfoMoney. Logo atrás, aparecem a Eletropaulo (ELPL6) e a Transmissão Paulista (TRPL4), com sete e seis indicações, respectivamente.


As carteiras de dividendos apontam ações com as melhores perspectivas de dividend yield, que é o valor do dividendo pago por ação sobre a cotação dessa ação. Neste mês, foram utilizados os portfólios de Ativa, Bradesco, Coinvalores, HSBC, Magliano, Omar Camargo, Safra, Senso e XP.


Perfil do setor colabora para as recomendaçõesO perfil das companhias do setor de energia por si só já funciona como um importante driver para mantê-las frequentemente entre as mais citadas nas carteiras de dividendos. Com uma estrutura de negócios madura, o que diminui a necessidade de novos investimentos, e com um fluxo de caixa previsível, essas empresas conseguem destinar boa parte do lucro líquido para os acionistas sob forma de proventos, sejam eles dividendos ou juros sobre capital próprio.


É o caso da favorita AES Tietê, que no último mês destinou 100% do seu lucro líquido aos acionistas. "A empresa é uma geradora com perfil estável, tanto pelas características do perfil de contratação da energia assegurada da empresa, quanto pela localização do parque gerador que mantém um fluxo hidráulico e financeiro relativamente constante", afirma o time da Ativa Corretora, que prevê um dividend yield (dividendo pago por ação sobre a cotação da ação) de 10% em 2011.


Por essas empresas possuírem características consideradas defensivas, os bancos e corretoras preferem não utilizar índices de ações como referência para o desempenho de suas carteiras. "É importante ressaltar que sua performance poderá ser abaixo dos principaisbenchmarks, quando é analisada através da evolução dos preços das ações sugeridas, pois o foco é alcançar a rentabilidade através de dividendos e/ou distribuição de juros sobre capital próprio", explica a Coinvalores.


Por conta disso, boa parte dos analistas prefere adotar benchmarks que são mais comuns em investimentos de renda fixa, como por exemplo o CDI (Certificado de Depósito Interbancário)É o que faz a Omar Camargo: no acumulado de janeiro a novembro, o portfólio da corretora já rendeu um yield 11,85%, enquanto que no mesmo período o CDI teve um retorno de 8,75%.


Adiamento da Aneel anima analistas
Os analistas também ressaltam o adiamento de um mês por parte da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para o recebimento das contribuições e sugestões na audiência pública que trata do terceiro ciclo de revisão tarifária do setor elétrico. "O terceiro ciclo de revisão definirá a metodologia que será aplicada para cálculo das tarifas de eletricidade das 63 distribuidoras nacionais entre 2011 e 2014", explica a XP Investimentos.



Segundo a equipe de análise da corretora, esse adiamento é visto com bons olhos, visto que as primeiras notas técnicas emitidas pela agência foram bastante negativas para as empresas de distribuição de energia. "A postergação da audiência e o maior prazo dado aos agentes trouxeram a esperança de que o governo poderá ceder às pressões dos demais agentes de mercado, e promover um ciclo que não seja tão ruim como inicialmente proposto", explica a XP.


Outras empresas
Outras empresas foram mencionadas pelos analistas nas carteiras defensivas do mês de dezembro. As ações da Coelce (COCE5) e da Telesp (TLPP4) receberam cinco indicações cada, enquanto os papéis da Eternit (ETER3) foram lembradas em quatro portfólios.



As ações que receberam dois votos neste mês foram: Comgás (CGAS5), Cemig (CMIG4), CPFL Energia (CPFE3), Redecard (RDCD3) e Tractebel (TBLE3). Já as que foram lembradas somente uma vez foram: Souza Cruz (CRUZ3), Tegma (TGMA3), AmBev (AMBV4), Bradesco (BBDC4), Cielo (CIEL3), Equatorial (EQTL3), Telemar (TNLP4), Vale (VALE5), Lojas Renner (LREN3), Cremer (CREM3) e Light (LIGT3).


Sendo lembradas em apenas um dos nove portfólios compilados pela InfoMoney, aparecem as ações de:  AmBev (AMBV4), Bradesco (BBDC4), BM&F Bovespa (BVMF3), Cielo (CIEL3), Equatorial (EQTL3), Eternit (ETER3) e Telemar (TNLP4).