Por: Thiago C. S. Salomão
16/11/10 - 16h06
InfoMoney
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Ao todo, 29 carteiras de bancos e corretoras foram utilizadas para este levantamento. Os portfólios selecionados foram: Ágora (3 carteiras), Ativa, Banif, BB Investimentos, Brascan, BTG Pactual, Citi Corretora, Coin, Fator (2 carteiras), Geração Futuro, HSBC, Itaú, Link Investimentos, Omar Camargo (2 carteiras), PAX Corretora, Planner, Safra, SLW (3 carteiras), Socopa, Souza Barros, Spinelli, TOV e Win.
Entre todas as carteiras publicadas pela InfoMoney em novembro, nesta compilação apenas não foram considerados os portfólios com sugestões de ações que tenham perspectiva de pagamento de proventos.
Consumo em alta & PCAR5 em destaque
O setor de consumo completou em novembro 12 meses na liderança das carteiras recomendadas, impulsionado pelas perspectivas otimistas para a economia brasileira, que também alimentam as análises favoráveis às companhias do setor financeiro, por conta da expectativa de continuidade na expansão do crédito.
Na última versão do Relatório Focus, do Banco Central, o mercado manteve suas projeções de forte crescimento da economia brasileira neste ano, indicando em sua última publicação que o PIB (Produto Interno Bruto) nacional deve crescer 7,60% em 2010. Aliado a isso, a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada nesta sexta-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou que as vendas cresceram 0,4% na passagem de agosto para setembro e 11,8% em relação ao nono mês de 2009.
Diante desse cenário, a preferida dos analistas nesse setor é o Pão de Açúcar (PCAR5). Segundo a Brascan Corretora, a companhia tem grande capacidade de tirar proveito da situação confortável do Brasil. Considerando as projeções de que a empresa capture a ampliação do poder de compra das classes C, D e E, e também a associação da Globex (GLOB3) com a Casas Bahia, a rede de supermercados "deverá gerar sinergias positivas e elevar o portfólio de produtos da companhia, já no quarto trimestre”.
Setores | Recomendações |
---|---|
Consumo e Varejo | 46 |
Financeiro | 32 |
Imobiliário e Construção | 28 |
Energia e Saneamento | 28 |
Petróleo e Gás | 28 |
Industrial | 22 |
Mineração | 22 |
Siderúrgico | 17 |
Siderúrgico | 15 |
Telecomunicações | 16 |
Transporte | 11 |
Papel e Celulose | 8 |
Petroquímico | 3 |
Tecnologia e Internet | 2 |
A equipe de análise do BTG Pactual demonstra o mesmo ponto de vista. Para ela, o Pão de Açúcar apresenta a melhor relação risco/retorno das empresas do setor presente no universo de cobertura do banco. No segmento alimentício, eles destacam que a empresa segue ganhando participação de mercado, além de também avaliarem os impactos das concorrentes Carrefour e Wal-Mart como limitados.
"Nossa visão de longo prazo para o Grupo Pão de Açúcar permanece justificadamente positiva, e nós enxergamos o momento atual como um ótimo ponto de entrada para investidores atentos ao potencial de ganhos de sinergias e ao momentum favorável para o segmento de varejo alimentício", concluem os especialistas do BTG.
Setor financeiro é o segundo mais lembradoMantendo a mesma posição do mês passado, o setor financeiro apareceu como o segundo mais recomendado pelos analistas nas carteiras mensais divulgadas por bancos e corretoras. A quantidade de indicações, no entanto, mostra uma grande diferença. Nesse mês de novembro, as empresas desse setor foram lembradas por 32 vezes, 12 a menos do que o total visto em outubro.
Dessas 32 indicações, o destaque ficou com as ações preferenciais do Itaú Unibanco (ITUB4), que responderam por 12 dessas sugestões. Boa parte dessas sugestões estavam relacionadas ao resultado trimestral do banco, que foi divulgado no dia 3 de novembro. O balanço mostrou que o lucro líquido da instituição somou R$ 3,03 bilhões entre julho e setembro, cifra que, embora tenha sido 33,8% maior do que o número reportado no mesmo período de 2009, ficou abaixo do que esperavam os analistas.
Apesar de não ter empolgado grande parte dos analistas, os números foram considerados sólidos por boa parte dos avaliadores. OUBS, por exemplo, elevou o preço-alvo esperado para as ações ao final de 12 meses, indo de R$ 44,10 para R$ 55, revisando também a recomendação do ativo, que passou de neutra para compra, segundo relatório assinado por Alcir Freitas.
Já o Bank of America Merrill Lynch tem a ação como uma de suas top picks do setor financeiro da América Latina. Vale ressaltar que ambas as instituições não participaram da compilação feita pelo Portal InfoMoney.
Construção, energia e petróleo e gás dividem a terceira posição
Fechando o pódio, aparecem empatados os setores de construção civil, energia e saneamento e petróleo e gás, ambos com 28 recomendações. Lideraram as recomendações nesses respectivos setores as ações de PDG Realty (PDGR3), Tractebel (TBLE3) e Petrobras (PETR4), presentes em 7, 8 e 14 das carteiras recomendadas compiladas pela InfoMoney.
Para a PDG, a expectativa gira em torno da divulgação do resultado do terceiro trimestre da empresa, previsto para esta terça-feira (16) após o fechamento do pregão. É o que explica a equipe do HSBC, que espera ver um desempenho favorável em relação ao número de vendas e de lançamentos da empresa durante o período, assim como também ganhos adicionais de escala. No mesmo sentido, o time de analistas do Banif ressalta também os fortes resultados preliminares reportados pela construtora.
Para a Tractebel, os analistas do Banif usam a mesma justificativa para explicar a recomendação aos ativos da empresa. Segundo a análise do banco, a maior quantidade de eletricidade alocada nesses três meses e a possibilidade de lucros adicionais no mercado spot (à vista) justificam o otimismo. Já a Planner Corretora destaca que a companhia observa um baixo risco regulatório, sendo assim uma boa alternativa de posicionamento no setor elétrico.
Por fim, a volta da aparição dos papéis PN da Petrobras nas carteiras recomendadas deve-se sobretudo à conclusão de seu processo de capitalização, que chegou ao final em outubro. Vale mencionar que, após o término de sua oferta de ações, os ativos da estatal sofreram cortes de recomendação por diversos analistas. Os principais motivos giravam em torno da diluição provocada pela grande quantidade de ativos ofertados ao mercado e do alto prêmio com que estes papéis estavam sendo negociados, além de também o risco político envolvendo as eleições presidenciais.