terça-feira, 5 de outubro de 2010

Itaú reduz preço justo e rebaixa recomendação de Petrobras a market perform

Por: Equipe InfoMoney
05/10/10 - 11h24
InfoMoney


SÃO PAULO - Retomando a cobertura dos papéis da Petrobras (PETR4) após o final do período de silêncio decorrente do processo de capitalização, a analista da Itaú Corretora, Paula Kovarsky, reduziu a recomendação da empresa de outperform (desempenho acima da média do mercado) para market perform (desempenho em linha com a média do mercado).


O corte na sugestão foi feito tendo em vista a diminuição no preço justo calculado para os papéis, com horizonte do final de 2011. As novas estimativas são de R$ 38,20, valor 29% menor do que a projeção anterior.


RazõesO preço justo menor tem diversos motivos. Dentre eles, a corretora ressalta a diluição resultante do processo de capitalização e acompra de 5 bilhões de barris a US$ 8,51, dois dólares acima do valor do estimado como justo pela analista. 


As estimativas levam em consideração ainda as adaptações às novas normas contábeis e um custo médio ponderado do capital mais alto, como forma de relfexo à nova estrutura de capital.


Além disso, a analista excluiu de seu modelo o campo de Júpiter e reduziu o valuation de Iara, atitude que se segue à divulgação do relatório da consultoria Gaffney Cline.


Prêmio grande demais?
Segundo Paula, a "saga da capitalização acabou", porém os papéis da Petrobras são negociados com múltiplos acima das principais petrolíferas do mundo. Ao se levar em conta o P/L (preço em relação ao lucro estimado) para 2011, a companhia apresenta prêmio de 34% em relação às demais.



Apesar de acreditar que a companhia mereça esta diferença, a analista ressalta que "os últimos dois anos reduziram a boa vontade do mercado em relação à Petrobras e o apetite dos investidores para pagar prêmios significativos".


Ainda há diversos pontos positivos
Embora tenha cortado a projeção e ressaltado o prêmio excessivo, Paula acredita avalia que o crescimento de reservas e o potencial de produção da Petrobras "são os melhores da indústria de petróleo, mesmo com ajustes para baixo".



Como a maioria dos investidores institucionais ficou underweight (exposição abaixo do peso de mercado) no setor de petróleo e gás e não prestou muita atenção ao processo da capitalização, "quando resolverem rever sua posição no setor, devem fazê-lo com uma mente fresca e serão capazes de se voltar para fundamentos e para o potencial de apreciação de 39%".


O único problema é que, no curto prazo, a analista não espera uma reação do tipo. Ao menos, segundo ela, não até que a economia dos Estados Unidos comece uma recuperação sustentável.