terça-feira, 31 de agosto de 2010

Queda recente das ações do BB abriu "ponto de entrada interessante", diz BTG

Por: Equipe InfoMoney
31/08/10 - 13h51
InfoMoney


SÃO PAULO - Diante da recente desvalorização pela qual passaram os papéis do Banco do Brasil (BBSA3), o BTG Pactual reforça sua recomendação de compra, enxergando um atrativo ponto de entrada nas ações e vislumbrando poucos riscos que acarretariam em desvalorização.

“Desde quando o BB informou seu resultado do segundo trimestre, em 16 de agosto, as ações caíram mais de 7%, fornecendo um ponto de entrada interessante, em nossa opinião”, assinalam Eduardo Nishio e Eduardo Rosman, analistas do BTG. “Com isso, vemos poucos riscos de queda das ações”.

A dupla vê as ações BBAS3 com um desconto de cerca de 25% frente aos pares domésticos do banco, com base no múltiplo que relaciona a cotação atual da ação com a expectativa de lucros para 2011. "BB é um dos bancos mais 'baratos' dentro do nosso universo de cobertura, negociando abaixo/em linha com a maioria dos bancos de pequeno e médio porte".

CEO: reação em excessoOutro ponto a impulsionar a avaliação positiva da dupla decorre da entrevista cedida pelo CEO do banco ao Valor Econômico na última semana, que, a despeito de ter revelado uma maior necessidade de financiamento dos bancos em geral e uma possível corrosão do RoE (retorno sobre o capital) em decorrência de seu plano de expansão, foi alvo de uma reação exagerada por parte dos investidores, segundo os analistas.

Eles observam que, embora o executivo tenha apontado uma maior necessidade de levantar capital, “enfatizou que o próximo follow-on provavelmente será menor do que o ocorrido neste ano”. Quando à expansão, “não acreditamos que o BB faça nenhuma fusão e aquisição de grande relevância no curto prazo”, creem.

Correção: impacto diminutoAdemais, quanto à decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) de obrigar os bancos a pagarem correção monetária dos planos Bresser, Verão e Collor I e II, Nishio e Rosman avaliam que, à época dos planos, o patrimônio das poupanças do BB era menor do que grande parte de seus pares, reduzindo os impactos. “Nosso entendimento”, seguem, “é de que o BB já realizou provisões para lidar com esta primeira rodada de encargos, como a maioria dos bancos”.

Alerta e contrapartida“Acreditamos que as próximas eleições poderiam adicionar alguma volatilidade para as ações. Mas destacamos que, apesar da frequente mudança de gestão na história do banco, os ROEs alcançaram os níveis de seus maiores concorrentes”, conclui o BTG.