quinta-feira, 1 de julho de 2010

Bank of America Merrill Lynch inicia cobertura de JBS, com sugestão de compra


Por: Equipe InfoMoney
01/07/10 - 17h31
InfoMoney

SÃO PAULO – Citando valuation atrativo e fundamentos sólidos, o Bank of America Merrill Lynch iniciou a cobertura do frigorífico JBS (JBSS3), com a recomendação de compra e um preço-alvo de R$ 11 por ação, que implica em um upside de cerca de 46% em relação aos níveis atuais.


A JBS mostra-se como melhor aposta em seu setor na América Latina, na opinião do Bank of America. Entre os pontos positivos, a empresa possui planos de expansão nos Estados Unidos, local que representa 76% das receitas totais da companhia. Além disso, os analistas afirmam que as margens do setor seguem avançando como resultado de maiores preços da carne e de seus subprodutos. Vale lembrar que a JBS é a companhia brasileira com o maior alcance na região, entre seus os concorrentes nacionais.


No mercado brasileiro, a tendência também é de queda nos preços do gado, o que deve beneficiar as margens da empresa.


Os analistas Fernando Ferreira, Isabella Simonato e Alessandro Arlant destacam ainda que a empresa deve ganhar, ainda este ano, com as sinergias das recentes aquisições da Bertin e Pilgrim's Pride em 2009. Para 2010, é esperado um Ebitda (geração operacional de caixa) de R$ 3,9 bilhões, com uma margem Ebitda avançando 2,9 pontos percentuais em relação ao ano passado, chegando a 6,7%. 


Recentemente, a estratégia da JBS tem sido baseada na diversificação de produtos e mercados. A companhia está presente no Brasil, Estados Unidos, Austrália, Argentina, Chile e Europa. “Em nossa opinião, a diversificação geográfica garante as vantagens de se evitar barreiras sanitárias, aumentar as vendas para diferentes mercados, diversificação de moedas”, completam os analistas.


O Bank of America Merrill Lynch acredita que as ações da empresa estão abaixo da performance do mercado em relação aos concorrentes brasileiros e globais, no último semestre, tornando o preço de seus papéis bastante atrativos. Do ano passado até agora, as ações da JBS perderam mais de 21%, enquanto o setor brasileiro ficou em baixa de 4%.


RiscosApesar da visão positiva para a companhia, os analistas apontam também alguns riscos que podem prejudicar as ações. Entre eles, está o próprio processo de fusões e aquisições - apesar de reconhecerem o risco, os analistas acreditam que isto possa melhorar as estratégias de distribuição da JBS.


Além disso, a não-execução de partes da estratégia de expansão da empresa, a volatilidade de seu setor de atuação , ganhos de sinergia abaixo do esperado e o recuo dos preços do gado. 


Minerva
A corretora também iniciou, na véspera, a cobertura da Minerva (
BEEF3), com a sugestão de “underperform” e um preço-alvo de R$ 6,50 por papel, implicando uma queda de 3% em relação aos níveis correntes.


Mesmo afirmando que os fundamentos de crescimento em longo prazo da empresa são positivos devido ao bom momento do mercado brasileiro, a visão negativa deve-se a pouca diversificação geográfica da companhia em relação aos seus pares e pela boa performance de suas ações nos últimos 3 meses em relação aos concorrentes no mercado doméstico.


Também preocupa os analistas a pouca transparência da empresa na divulgação de ganhos e perdas em seus resultados. "Acreditamos que o desconto nas ações da companhia é justificado, devido a sua menor diversificação de produtos e geográfica, menores sinergias em relação aos seus pares e menor liquidez dos ativos", completam os analistas.