quinta-feira, 3 de junho de 2010

Spinelli aposta no varejo, mas planeja operar em todos os segmentos

Por: Equipe InfoMoney
02/06/10 - 20h35
InfoMoney


SÃO PAULO - "O negócio da Spinelli é ser corretora", afirmou durante entrevista à InfoMoney Marcos Amaral, responsável por operações e pela área comercial. Terceira colocada no Ranking InfoMoney de corretoras na categoria Desempenho Geral, Amaral acredita que o posicionamento vem do foco da instituição no varejo e da busca por atender o cliente de acordo com as demandas que ele apresenta. 

Além de investimentos no home broker, que é próprio, a Spinelli também pretende em breve começar a captar investidores internacionais, após passar por processo de adequação para esse serviço. Além disso, uma das últimas inovações da corretora foi a criação de uma mesa de derivativos, com profissionais aptos a desmistificar esse produto para os clientes.

Além de Desempenho Geral, a InfoMoney premiou neste 3º Ranking de Corretoras outras cinco categorias (Home Broker, Atendimento, Operacional, Conteúdo e Ferramentas e Custo-Benefício), cujos vencedores podem ser conhecidos na edição que está nas bancas da Revista InfoMoney - Invista.

Confira a íntegra da entrevista a seguir:

Portal InfoMoney: Em primeiro lugar, gostaria de saber como a Spinelli recebeu a notícia de que estava entre as três corretoras mais bem avaliadas na categoria Desempenho Geral? Quais os diferenciais que o senhor destacaria na atuação da corretora?
Marcos Amaral: Estamos focados no segmento de varejo, sempre procurando modernizar nossas ferramentas, o atendimento, focando bastante o cliente final. Esse é a preocupação que a Spinelli tem: atender o cliente de acordo com as demandas que ele apresenta. E, claro, é com uma enorme satisfação que recebemos essa notícia de estar entre as três primeiras corretoras nessa categoria.

Quais são as maiores apostas da Spinelli? A corretora ficou muito bem colocada nas categorias Home borker, Conteúdo e Ferramentas e Atendimento. A corretora realmente costuma focar mais nesses três segmentos?
A Spinelli tem no DNA a questão de ter sua atuação centrada no varejo. Com 56 anos de existência, a nossa ideia é permanecer com foco nesses clientes. No que tange ao home broker, queremos não apenas estar neste patamar do ranking, mas queremos melhorar nossa posição. Acho que a Spinelli em 2008 subiu muito em relação à concorrência, tanto que ganhou o prêmio de melhor home broker. A concorrência correu atrás, então ficamos numa posição um pouco inferior em 2009, mas já estamos com avanço de ferramentas, produtos diferenciados, focando sempre nas necessidades finais do cliente.

Por outro lado, a corretora também quer crescer em outros segmentos. Reestruturamos todo o nosso private banking, em que queremos oferecer atendimento diferenciado a cliente de média e alta renda, focando sempre em fundos de investimento. Vale lembrar que pelo ranking da bolsa somos a corretora que tem mais fundos de investimento no mercado. E estamos desenvolvendo uma parceria com uma gestora de recursos para distribuição de fundos terceiros. Criamos também uma mesa de derivativos, com bastante foco em produtos para pessoa física.

Temos também ferramentas de DMA (acesso direto ao mercado, na sigla em inglês), apropriadas aos diversos segmentos e apropriada a investidores pessoa física e institucionais. E por fim estamos nos preparando para receber clientes internacionais. O diferencial é o atendimento, é perceber as necessidades que cada segmento de mercado tem e procurar criar o produto adequado.

O senhor mencionou que pretender receber clientes internacionais. O que a Spinelli precisa mudar ou criar para atrair esses investidores?
Na verdade, a Spinelli precisava do básico, desde a parte documental, como cadastro apropriado, a contratos, a parte de roteamento de ordens e até mesmo mostrar para o mercado internacional que a corretora é adequada para receber esse tipo de público. O processo começou em dezembro do ano passado e já está em fase de finalização.

Os derivativos ainda assustam um pouco a pessoa física. Como a Spinelli trabalha para explicar o que é o produto e os riscos que ele oferece? Além disso, existe boa demanda por essa classe de produtos?
A demanda existe e de fato os derivativos assustam um pouco, até porque muitas vezes quem os oferece não tem um conhecimento adequado do produto. Então não há o cuidado de mostrar todos os riscos embutidos nesse tipo de operação.

Agora, os derivativos são amplos. Podemos ter derivativos protegidos, que limitem perdas ou alavanquem lucros e é necessário que haja adequação a cada perfil de cliente. A nossa primeira preocupação foi com a contratação de profissionais especializados nesse segmento. Depois, quisemos efetivamente treinar as pessoas que estarão em contato com os clientes, para avaliar se o cliente tem perfil para esse tipo de produto. Quando falamos de derivativos, estamos falando desde operações de hedge mais simples até os mais sofisticados.

Eu acho que existe uma mística em torno dos derivativos, mas se forem bem trabalhados e bem canalizados para cada perfil de cliente, eles podem trazer um grande sucesso, não só para o investidor como também para a corretora.

A corretora já oferece uma plataforma de negociação para o iPhone. A Spinelli pretende expandir essa ferramenta para outros modelos de celular?
Nós temos versões mobile para qualquer aparelho que utilize Java. Desse modo, o cliente pode ver cotações, enviar ordens e conferir análises. Em breve, também teremos essa ferramenta para telefones que utilizem a linguagem Android.

Quais ferramentas podem ser oferecidas quando o home broker é próprio?
Temos procurado observar as demandas, as necessidades dos clientes e levar a ele o que ele está pedindo. As mais diversas ferramentas podem ser oferecidas, desde uma plataforma operacional mais amigável, análise técnica, seja própria ou de terceiros, operações com opções, com derivativos, enfim, o universo de oferta de produtos e serviços é muito grande. Claro que tudo isso depende do custo-benefício. Existe uma briga muito grande por preço. Por isso, colocamos novas ferramentas à medida que a clientela exige e reconhece, através do preço que é pago, aquilo que está sendo desenvolvido.

Como foi o desempenho da corretora até aqui? A instabilidade gerada pela crise na Europa afetou os negócios?
Como não temos atuação muito forte no segmento institucional, isso não nos afeta de uma maneira tão relevante. No varejo, não sentimos grande diferença. Continuamos abrindo entre 30 e 40 cadastros por dia e o fluxo de pessoa física continuou igual.

E quais são os planos para 2010?
Nós estamos nesse trabalho de tornar a Spinelli uma full broker, ou seja, atender todos os segmentos do mercado. A ideia é continuar fazendo isso, continuar investindo fortemente no varejo e é claro que aí entra investimento em tecnologia, em melhoria do serviços e novas ferramentas.

Vamos seguir nessa linha, junto com a criação da mesa de derivativos, da adequação ao mercado internacional, e olhar os rumos que o mercado estará tomando. Somos conservadores e investimos procurando o retorno que estes investimentos nos concedem. Mas ser corretora é o nosso negócio, nós não queremos ser uma casa de investimentos.