terça-feira, 6 de abril de 2010

Corretora rebaixa Usiminas e eleva Gerdau, frente a novas perspectivas para siderurgia

Por: Equipe InfoMoney
06/04/10 - 13h12
InfoMoney


SÃO PAULO - De olho em suas novas perspectivas para o setor siderúrgico, a Itaú Corretora optou pelo rebaixamento da recomendação às ações de Usiminas (USIM5), recomendando marketperform (desempenho em linha com o mercado) e introduzindo um novo preço-alvo ao final de 2010, de R$ 71,00.


Por outro lado, a instituição elevou a recomendação para as ações da Gerdau (GGBR4), que passaram a outperform (desempenho acima da média do mercado), com um novo preço-alvo para o final deste ano, de R$ 37,00.


Com os novos valores projetados, os upsides (potenciais teóricos de valorização) de Usiminas e Gerdau passam a ser de, respectivamente, 12,59% e 21,63%, em relação ao fechamento do pregão da última segunda-feira (5).


Usiminas: forte valorização rebaixa ações
Quanto à Usiminas, segundo os analistas Marcos Assumpção e Alexandre Miguel, que assinam o relatório da Itaú Corretora, o corte na recomendação deve-se em grande parte à forte alta observada nos papéis recentemente, com valorização de cerca de 34% desde o dia 26 de janeiro.


Soma-se a isso o fato de que o potencial IPO da unidade de mineração da Usiminas, a J Mendes, já está precificado em seus papéis. "A capitalização de mercado da empresa cresceu em US$ 4,3 bilhões desde que ela anunciou a sua intenção de realizar um IPO ou vender uma fatia de 20% da J Mendes", informa a corretora, acrescentando que, como avalia os ativos de mineração em US$ 2,1 bilhões, "pode-se dizer que as ações da Usiminas apreciaram em um adicional de US$ 2,2 bilhões".
O “valuation menos atraente” da Usiminas também justifica a redução da recomendação. A projeção de um múltiplo EV/Ebitda (relação entre valor da companhia e geração operacional de caixa) de 6,1 vezes para 2011, supera a média histórica da companhia, entre 4 e 5 vezes.


Ademais, Assumpção e Miguel vislumbram riscos na iminente retomada de seus planos de expansão, que pretende elevar a produção em 2,5 milhões de toneladas.


Gerdau: "valuation atrativo"
Por outro lado, o otimismo em relação à Gerdau deriva de seu “valuation atrativo”, com o múltiplo EV/Ebitda projetado para o próximo ano em 6,3 vezes, abaixo da média histórica de 6,7 vezes. 

Ademais, a perspectiva de uma elevação tanto na demanda doméstica por aço, quanto nos preços internacionais do produto também foram fatores visto com bons olhos pelos analistas. A isso soma-se a projeção de elevação das margens da Gerdau, em decorrência de um maior volume de sua unidade norte-americana.


Por fim, os dois enxergam que os papéis GGBR4 tiveram desempenho bem abaixo dos ativos de CSN (CSNA3) e de Usiminas, “oferecendo um bom ponto de entrada relativo”.


Grande beneficiada 
No tocante aos programas governamentais de infraestrutura, a preferência recai mais uma vez na Gerdau. "Sua posição dominante (grande rede de distribuição e conhecimento do mercado), a possibilidade de aumentar a utilização da capacidade instalada, atualmente em 75% no Brasil, com pouco ou nenhum investimento, e a capacidade de redirecionar os seus volumes de exportação para o mercado interno”, são a justificativa dos analistas pela escolha.


Pregão em linha com projeções
O pregão desta terça-feira (6) mostra-se em linha com as projeções do banco: por volta das 12h30 (horário de Brasília), os papéis da Usiminas exibiam contração de 1,27%, enquanto que as ações da Gerdau apontavam alta de 2,33%.