São Paulo, 24 - A trajetória de expansão do endividamento da Petrobras vista em 2009 é resultado do aumento dos investimentos da companhia, afirmou em teleconferência para analistas e investidores que está sendo realizada neste momento o presidente da empresa, José Sergio Gabrielli. Apesar disso, tranquilizou, esse movimento não deve ser encarado com preocupação. "Teremos o crescimento da dívida, mas a orientação que temos é de manter isso (endividamento) em um patamar adequado", afirmou Gabrielli.
Em contraste à expansão do endividamento, o executivo destacou a melhoria do perfil dos vencimentos. A participação das dívidas com prazo de até cinco anos, por exemplo, caiu de 60% em 2007 para 27% no final do ano passado. O prazo médio dos vencimentos, por sua vez, oscilou de 4,21 anos em 2008 para 7,46 anos em 2009.
Gabrielli destacou que a relação entre dívida líquida e Ebitda da Petrobras deve ficar abaixo de 2,5 vezes, patamar que será respeitado mesmo diante do aumento do montante a ser investido no plano previsto para 2010 a 2014, que somará US$ 200 bilhões a US$ 220 bilhões. Para tanto, destacou o executivo, será fundamental a operação de capitalização da companhia.
A estatal traçou duas simulações que garantem a manutenção da taxa de alavancagem abaixo dessas 2,5 vezes citadas. A primeira simulação considera o preço Brent do petróleo em US$ 64, um aporte de US$ 15 bilhões via exercício dos minoritários na capitalização e plano de investimentos de US$ 200 bilhões entre 2010 e 2014. Nesse cenário, a relação entre dívida líquida e Ebitda ficará em 2,2 vezes e o nível de alavancagem líquida ficaria em 32%.
O segundo cenário, que prevê aporte de US$ 25 bilhões na participação dos minoritários na capitalização, investimentos de US$ 220 bilhões e Brent médio a US$ 77 o barril, a relação entre dívida líquida e Ebitda será de 1,6 vez e a alavancagem líquida em 27%.
O executivo destacou que as simulações consideram somente uma projeção do aporte a ser feito pelos minoritários, uma vez que qualquer definição nesse sentido só será possível após a definição de preços relativos à cessão onerosa de barris de petróleo a
União à Petrobras.
(André Magnabosco)
Fonte: AE Broadcast