quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Novidades da Embraer na área de defesa estão sendo supervalorizadas, diz Citi

Por: Julia Ramos M. Leite
29/09/10 - 19h31
InfoMoney


SÃO PAULO – Setembro vem se mostrando bastante positivo para a Embraer (EMBR3). Desde o início do mês, a empresa anunciou diversas novidades sobre o seu programa de defesa, incluindo declarações de intenção e parcerias de desenvolvimento com os governos de Portugal, Chile, Colômbia e República Tcheca, entre outros.

Na esteira do noticiário, as ações acumulavam, até terça-feira (28), alta de 11,02% no período - acima da alta de 6,27% do Ibovespa no mês, e mais de um terço do avanço de cerca de 27% das ações da empresa no ano.

Ao mesmo tempo em que fez esses anúncios, a empresa comunicou que seu conselho de administração aprovou uma mudança no estatuto da companhia. O texto, que atualmente coloca o objetivo legal como "projetar, construir e comercializar aeronaves e materiais aeroespaciais e respectivos acessórios, componentes e equipamentos", deve ser alterado para "projetar, construir e comercializar equipamentos, materiais, sistemas, softwares, acessórios e componentes para as indústrias de defesa, de segurança e de energia", o que implicaria um aumento das possibilidades de atuação.

Mas há algum motivo para tantas novidades envolvendo o setor de defesa serem anunciadas de uma vez só?

Coincidência, política e estratégiaNa visão do analista do Citigroup, Stephen Trent, é mais provável que não. Para ele, a mudança de estatuto está mais fortemente relacionada à necessidade de atualizá-lo, o que não era feito já há algum tempo.

Assim, a proximidade dessa notícia com os anúncios do programa militar KC 390 seriam apenas uma coincidência. Entretanto, o analista não descarta que o Governo possa estar fazendo algum tipo de promoção política pré-eleitoral ao promover o KC 390. “Parece que a questão política está tendo um papel significativo nesse sentido”, diz Trent.

O analista também não vê os fatores como uma mudança em termos de estratégia da empresa. “O que pode sugerir alguma leve mudança de estratégia da companhia é o que eles poderiam fazer em termos de geração de energia”, explicou o analista à InfoMoney. “Não acho que eles vão começar a perfurar poços de petróleo, é claro, mas talvez sua expertise em motores e propulsão possa ser usada em uma fazenda eólica, por exemplo, que é algo mais semelhante a uma hélice”.

Expansão da defesaSegundo Trent, alguns dos principais pares internacionais da brasileira têm atividades muito maiores nesse segmento, em especial as companhias russas, norte-americanas e do oeste europeu. Cabe lembrar que, no último ano, o negócio de defesa representou apenas 9% da receita da Embraer, frente a 62% do setor comercial.

“Temos visto, nas empresas globais, um aumento de atividade nos programas de defesa – nem tanto em termos de transporte, mas sim de sistemas de mísseis, veículos aéreos não tripulados, etc”, explica o analista do Citi. A Embraer, diz ele, poderia estar vendo uma oportunidade nesse negócio em expansão.

Foco erradoEntretanto, Trent se mostra bastante receoso, apontando que o foco do mercado não está onde deveria estar. “Antes que esse negócio gere algum tipo de receita, há custos de desenvolvimento e design envolvidos, se não para a própria Embraer, para o Governo e seus parceiros”, argumenta.

A incerteza acerca dessas receitas futuras também preocupa o analista. O primeiro ponto de Trent é que os anúncios que tanto animaram o mercado são apenas intenções de compra, não contratos com pedidos confirmados. Ele exemplifica com um programa semelhante na Europa, que já recebeu pedidos para 180 aeronaves e, ainda assim, deve dar prejuízo.

“E mesmo que algumas dessas intenções se transformem em contratos, não terão impacto algum nas receitas por seis ou sete anos. Eu não acho muito provável que as pessoas que estão comprando as ações agora fiquem com elas por oito anos esperando que esse programa gere receitas”, explica.

No caso do avião brasileiro, o analista aponta ainda que o preço deve ser mais baixo do que os semelhantes internacionais, o que elevaria o número de aeronaves necessário. “Qual é o break-even para o KC 390?”, questiona. “Ninguém parece ligar para o fato de que pode demorar cinco anos para o início da produção dessa aeronave, e talvez mais dois até que ela comece a gerar receitas”.

Outros problemasAlém disso, enquanto o foco da empresa se volta para a área de defesa, quais serão os efeitos sobre seu principal negócio, a aviação comercial? “Parece que o jato comercial deve sofrer uma forte pressão competitiva (...) O ERJ 195 parece relativamente não competitivo em relação aos programas semelhantes”, avalia Trent. Assim, mesmo que as receitas com defesa aumentem, é necessário ter atenção ao que acontece com as receitas comerciais – que, para Trent, podem trilhar o caminho oposto.

Ainda na aviação comercial, o analista do Citi levanta a questão da consolidação das empresas aéreas no mundo, e o impacto disso nos números da Embraer. “Gostaria de saber mais sobre os depósitos em garantia, colocados em US$ 1,6 bilhão ao final de 2009”, afirma.

Outro ponto ressaltado por Trent é o movimento cambial – que deve seguir pressionando as margens da empresa e pode elevar o break even do KC 390, já que o preço da aeronave deve ser em dólares, mas alguns custos serão na moeda local.

Rali próximo do fim?
Entretanto, o analista diz que todas as questões parecem estar sendo ignoradas pelo mercado, que tem impulsionado a ação para um rali no curto prazo.

“Os investidores parecem estar dispostos a pagar um prêmio pelas ações da Embraer em relação a outras empresas do setor, incluindo empresas de transporte brasileiras, ignorando os riscos”, explica. “A Embraer segue sendo negociada com prêmio sobre empresas com bases de clientes e produtos muito mais diversificadas e muito maiores do que ela, mesmo com o enfraquecimento do dólar”.

Apesar de não se aventurar a tentar adivinhar o caminho que as ações trilharão a seguir, Trent afirma que uma realização de lucros após as eleições é possível.“Acho difícil acreditar que esses níveis sejam sustentáveis”, conclui o analista.

Fechamento de Mercado

Fechamento no mundo


Em uma sessão bastante volátil, as principais bolsas europeias encerraram o dia em queda. Apesar do bom indicador de sentimento das empresas nos 16 países que utilizam o euro superar as expectativas dos analistas, temores em relação à dívida soberana de países como a Irlanda e a Espanha ainda assustam os investidores.

O dia foi de cautela para os mercados em Wall Street. Em uma sessão com uma agenda fraca, os investidores se viram preocupados com a possibilidade do Fed anunciar novas medidas de estímulo econômico nos Estados Unidos. Além disso, a expectativa com os importantes dados econômicos a serem divulgados no país amanhã trouxe instabilidade aos negócios.

Ações do setor financeiro estavam entre as quedas após o Departamento do Tesouro do país anunciar que vai começar a vender ações que havia comprado do Citigroup, na crise financeira de 2008, no mercado.


Fechamento no Brasil


Em uma sessão bastante volátil, assim como nos mercados internacionais, a Bovespa conseguiu encerrar o dia no zero a zero, aos 69228,24 pontos, graças ao forte desempenho das ações da Petrobras.

As ações da estatal petrolífera fecharam o pregão em forte alta, com as preferenciais subindo 3%, com um robusto volume de investidores estrangeiros na compra. O ajuste de posições com a nova carteira do índice MSCI, que passa a vigorar a partir de amanhã, explica em parte o movimento de hoje.

Ações do setor bancário também tiveram um bom desempenho na esteira no ajuste do novo índice MSCI.

Gradual lista onze recomendações em carteira para a semana

Por: Tainara Machado
29/09/10 - 16h09
InfoMoney

SÃO PAULO - A Gradual Investimentos listou 11 ações em seu portfólio recomendado para o período de 29 de setembro a 6 de outubro, promovendo apenas uma alteração em relação à carteira da semana anterior. Os papéis da BM&F Bovespa (BVMF3) abriram espaço para a entrada da AES Tietê.

Para as ações da BM&F Bovespa, o noticiário deve continuar positivo, com a conclusão da capitalização da Petrobras (PETR3, PETR4), a listagem de novos BDRs a partir de outubro e a perspectiva de novos IPOs (oferta pública inicial de ações). No entanto, com a valorização recente, o papel tem pouco potencial de upside para os próximos 12 meses em relação ao preço-alvo de R$ 15,00, e por isso a Gradual prefere aguardar novo momento, mais atrativo, para reposicionamento no ativo. 

Em relação a AES Tietê, o principal motivo para inclusão da ação no portfólio, de acordo com a corretora, é a relação atrativa entre o preço da ação e o retorno com dividendos, conhecido como dividend yield. Além disso, é uma opção defensiva para uma eventual turbulência no mercado acionário no curto prazo, avalia a Gradual. 

Embora a corretora veja cenário favorável nos próximos meses para a bolsa, os riscos de turbulência nesse período mais próximo derivam, principalmente, das preocupações concentradas no ambiente externo, com o quadro fiscal dos países periféricos da Zona do Euro e o ritmo de recuperação da economia norte-americana.

Por outro lado, a Gradual está otimista com a China, que tem importância para o desempenho econômico do País, dado o forte ritmo de compra de commodities pelos chineses. Para o cenário interno, os indicadores também são favoráveis ao mercado doméstico, e "tudo leva a crer que o comércio terá as melhores vendas de Natal dos últimos anos no Brasil". 

Desempenho
Nos últimos sete dias, a carteira recomendada da Gradual marcou desempenho positivo de 1,72%, abaixo do avanço de 2,23% registrado pelo Ibovespa. No ano, o portfólio mostra avanço de 5,69%, contra alta de 0,93% do benchmark. 

Confira a carteira recomendada da Gradual entre os dias 29 de setembro e 6 de outubro:
EmpresaCódigoPreço-alvo*Upside**  Peso  
Vale VALE5 R$ 60,50 31,8% 20%
Copasa CSMG3 R$ 31,00 20,3% 10%
EzTec EZTC3 R$ 14,00 18,6% 10%
Brookfield BISA3 R$ 10,50 14,8% 10%
Marcopolo POMO4 R$ 7,10 27% 10%
Pão de Açúcar PCAR5 R$ 74,00 28,9% 5%
Banco do Brasil BBAS3 R$ 37,10 19,7% 10%
Gerdau Met GOAU4 R$ 42,50 51,78% 10%
Tractebel TBLE3 R$ 27,50 9% 5%
AES Tiête GETI3 R$ 22,80 24,3% 5%
Ferbasa FESA4 R$ 17,70 38,3% 5%
* Para 12 meses
**Potencial de valorização em relação no fechamento de 29 de setembro

Souza Barros divulga carteira recomendada focada em dividendos para o final do ano

Por: Equipe InfoMoney
29/09/10 - 14h39
InfoMoney

SÃO PAULO - A corretora Souza Barros divulgou nesta quarta-feira (29) sua carteira recomendada focada em dividendos para o período de outubro a dezembro.

"O intuito desta carteira é para investimento de longo prazo, voltada especialmente para investidores com foco em recebimento de bons recebimentos de dividendos", explica a corretora.

Empresa  Código    Preço-alvo   Upside** 
AES Tietê GETI3 R$ 23,00 25,34%
BR Malls BRML3 R$ 31,89 126,65%
Eletropaulo ELPL6 R$ 46,00 49,50%
Localiza RENT3 R$ 28,00 3,74%
Telesp TLPP4 R$ 46,50 12,73%

Santander estabelece preço-alvo de R$ 42,90 para Energias do Brasil

Por: Equipe InfoMoney
29/09/10 - 12h42
InfoMoney


SÃO PAULO - O banco Santander estabeleceu o preço-alvo para as ações da Energias do Brasil (ENBR3) em 2011. A estimativa é de R$ 42,90 por papel, um upside de 19,65% em relação ao fechamento do pregão de terça-feira (28), o que levou a recomendação de "compra" a ser mantida.

"Nós atualizamos nosso modelo para consolidar nossas estimativas para Pecém", dizem os analistas Márcio Prado e Maria Carolina Carneiro, ressaltando que o projeto deve estar completamente operacional até 2012. Para 2010, a previsão de Ebitda (geração operacional de caixa) passou de US$ 861 milhões para US$ 764 milhões. Já em 2011, a antiga previsão de Ebitda de  US$ 761 milhões cresceu para US$ 844 milhões.

A Energias do Brasil é uma empresa singular dentro do universo de energia e saneamento brasileiro, segundo o Santander. Isto por ser uma empresa privada com políticas prudentes de investimento, valuation atrativo, crescimento contratado em geração, políticas de dividendos "decentes" e exposição decrescente aos negócios de distribuição.

No entanto, seus riscos incluem a terceira revisão de ciclos de tarifa, a possibilidade de uma fraca atividade industrial e atrasos em projetos de capex (capital de investimento).

Performance e projeções
Com as novas estimativas, os múltiplos da companhia ficam em linha com a média do setor. Entretanto, os analistas acreditam que esse valuation é injustificado, dado que as ações da companhia merecem um prêmio devido às perspectivas de crescimento e à natureza privada da companhia.

A dupla de analistas também coloca no relatório suas projeções revisadas para os resultados do banco, com uma estimativa de lucro por ação de R$ 3,21 neste ano. Ademais, para o período de 2010 a 2012, o dividend yield anual projetado pelo Santander é de, respectivamente, 5%, 6% e 7%.

Corretoras avaliam positivamente parceria entre Redecard e CUP

Por: Equipe InfoMoney
29/09/10 - 09h10
InfoMoney


SÃO PAULO - Ágora e Ativa avaliaram parcerias anunciadas na última terça-feira (28) entre Itaú Unibanco (ITUB3, ITUB4) e Redecard (RDCD3) com a China UnionPay (CUP), destacando que o acordo para é marginalmente positivo para a operadora de cartões.

Para o Itaú Unibanco, os analistas da Ágora avaliam que o acordo foi positivo, mantendo a recomendação de compra para as ações. Já para a Ativa, a avaliação do Itaú Unibanco é neutra, uma vez que os ganhos de receita com tal acordo são irrelevantes dado o valor de mercado da empresa.

Em contrapartida, a Redecard deverá se beneficiar principalmente pelo potencial de expansão da exposição internacional da marca, avaliam os analistas da Ativa.

O acordo
A parceria mencionada permitirá que os cartões de crédito da bandeira chinesa UnionPay possam ser utilizados aqui no Brasil, além da possibilidade de saques em caixas eletrônicos do Itaú.

A UnionPay é uma bandeira de cartões de crédito e débito chinesa com 2,2 bilhões de cartões em circulação. Dados de 2009 mostram que 50 milhões de chineses viajaram para o exterior e o Brasil vem se tornando um país cada vez mais o destino desses turistas.

BofA lista 5 razões para acreditar que ação da Hypermarcas seguirá em alta

Por: Thiago C. S. Salomão
29/09/10 - 08h05
InfoMoney


SÃO PAULO - De uns tempos pra cá, as ações da Hypermarcas (HYPE3) passaram de um impressionante rali para um movimento de estabilidade: após subirem 200% em 2009 e acumularem de mais alta de 25% nos primeiros 5 meses de 2010, os papéis da companhia passaram a ser negociados dentro das bandas de R$ 22 e R$ 23,50, permanecendo nessa zona desde julho até o começo de setembro.

Contudo, esses ativos têm ganhado força nesse mês: a poucos dias de outubro, a ação HYPE3 acumula alta de 10% em setembro, tendo fechado a última terça-feira (28) em R$ 25,45. Vale mencionar ainda que o papel completou neste último pregão seu quinto dia seguido de valorização.

Diante disso, surge a dúvida na cabeça dos investidores: as ações da Hypermarcas finalmente vão voltar a registrar os sólidos ganhos vistos desde 2009 até meados de maio, ou esse movimento recente é apenas um "fogo de palha" e a tendência é de que o preço dos papéis permaneça dentro dessa banda? Para o Bank of America Merrill Lynch, os ativos deverão voltar a subir e, na falta de um motivo para justificar esse otimismo, a equipe do banco apresenta 5 razões para acreditar nessa retomada.

1. Valuations atraentes: nos últimos meses, a performance de Hypermarcas na bolsa brasileira tem ficado bem atrás de seus principais pares emergentes, o que acabou tornando as ações da companhia "baratas" em relação a outras varejistas. "HYPE3 é atualmente negociada com um desconto estimado de 20% sobre o múltiplo P/L (preço da ação/lucro estimado por ação) em relação aos seus pares asiáticos", afirmam os analistas Robert Ford, Melissa Byun e Marcelo Santos, que assinam o relatório do banco.

2. Custos com publicidade em normalidade: durante o segundo trimestre do ano, os gastos com publicidade e promoções aumentaram consideravelmente na comparação com o mesmo período do ano passado, sobretudo pelos fortes investimentos para promover as marcas Monange e  Neo-Química. "Projetamos uma normalização nos gastos com marketing no segundo semestre de 2010", diz o trio de analistas.

3. Crescimento entre os "teens": para a equipe do BofA, as vendas "mesmas lojas" das marcas focadas em adolescentes devem relatar evolução durante o terceiro trimestre do ano, mesmo com uma redução nas despesas de marketing. Além disso, o cenário atual da economia brasileira, que conta com baixas taxas de desemprego e bons níveis de renda, contribui para o momentum nos próximos trimestres.

4. Inovação: "a Hypermarcas parece pronta para lançar mais de 400 novos produtos nos próximos 12 meses, contra 300 produtos lançados em relação ao ano passado", afirmam Ford, Byun e Santos, que apostam em uma significativa captação desses novos produtos no mercado brasileiro - especialmente na linha farmacêutica e de cuidados pessoais.

5. Retomada das Fusões & Aquisições: por último, mas não menos importante, a equipe do Bank of America aponta para uma provável retomada dos processos de fusões e aquisições, marca registrada da Hypermarcas, que expandiu drasticamente seu portfólio em 2009 através de compra de outras empresas. "Acreditamos que o processo de consolidação deverá ganhar forças no final do ano, à medida que compradores e vendedores procuram garantir transações, tendo em vista os ágios com benefícios fiscais", afirmam.