sábado, 16 de julho de 2011

BRF: BofA eleva preço-alvo, mas upside limitado mantém sugestão neutra

14 de julho de 2011 • 15h21Por: Tatiane Monteiro Bortolozi
SÃO PAULO - Para os analistas do Bank of America Merrill Lynch, aceitar o acordo proposto pelo Cade (Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econômico) para a fusão entre a Perdigão e Sadia foi a melhor saída para a Brasil Foods (BRFS3). Passadas as incertezas acerca de uma disputa litigiosa, o banco elevou o preço-alvo das ações de R$ 29 para R$ 33. 
A recomendação permanece neutra. "Observamos um limitado potencial de upside de 16% para nosso novo preço-alvo, seguindo a valorização de 10% vista na véspera, não sendo suficiente para justificar a sugestão de compra", explicam em relatório os analistas Fernando Ferreira e Isabella Simonato.
Margens serão reduzidas em 2012
A geração operacional de caixa da Brasil Foods tende a recuar temporariamente após a fusão, por três principais motivos, diz o BofA. Em primeiro lugar, o mix de vendas priorizará exportações e matérias primas à marcas de alimentos embazalados. A empresa também perde algumas sinergias administrativas, enquanto prepara-se para aumentar de tamanho. Por fim, serão perdidas sinergias de produção, já que uma das condições do acordo é a venda de partes de sua estrutura produtiva e de algumas marcas.
A boa notícia é que o recuo não deve ser tão significativo. Nas projeções do banco norte-americano, a margem Ebitda em 2012 pode chegar a 12,4%, contra os 14,4% anteriormente previstos. A empresa deve recuperar parte de seu market share com a marca Sadia.
Sólidas oportunidades no longo prazo
Apesar da marca Perdigão ser bloqueada em nove categorias nos próximos três a cinco anos, a Brasil Foods foi capaz de manter a sustentação de seus negócios, que são as marcas Sadia e Perdigão. "E continuamos a ver sólidas oportunidades no longo prazo para a Brasil Foods entregar sinergias, expansão de margens e crescimento, tanto no Brasil como fora do Brasil, onde a Brasil Foods deve continuar a dominar o negócio mundial de aves", concluem Ferreira e Simonato.