sexta-feira, 29 de abril de 2011

Cenário interno derruba Ibovespa; Dow Jones acumula alta de 2,4%

Agência Enfoque










Cenário Econômico Semanal - 25 a 29/Abril/2011
Cenário interno derruba Ibovespa; Dow Jones acumula alta de 2,4%




A última semana de abril foi marcada por rumos bastante discrepantes entre as bolsas de valores dos Estados Unidos e do Brasil. Por lá, os mercados acumularam importantes ganhos, enquanto aqui as perdas foram consideráveis.

As bolas americanas viveram dias de otimismo, com o Federal Reserve afirmando que irá manter as taxas de juros baixas por um período prolongado. Por aqui, as dificuldades do governo de conter a inflação e o temor por medidas duras por parte da equipe econômica, causaram uma saída sensível de capital estrangeiro.





Cenário Externo


A semana começou com o indicador de vendas de casas novas nos, em março, que apresentaram alta de 11,1% para uma taxa anual de 300 mil, informou o Departamento de Comércio do país. O mercado estimava resultado de 280 mil para o período. Os números de fevereiro foram revistos para cima, de 250 mil para 270 mil. Com isso, os preços médios das casas subiram para US$ 213,8 mil.

Na terça-feira, o destaque ficou para o índice que mede a atividade manufatureira na região de Richmond, que apresentou queda para 10 pontos em abril, ante 20 ponto registrados no mês anterior. Os dados foram divulgados pelo escritório regional do Federal Reserve.

Já a confiança do consumidor americano registrou alta em abril, após uma grande queda no mês anterior. O índice atingiu 65,4 pontos, contra resultado revisado de 63,8. O mercado estimava 65 pontos. De acordo com a Conference Board, embora a confiança ainda esteja baixa, o avanço é considerado um sinal de recuperação econômica.

Na quarta-feira, o Departamento de Comércio do país informou que os pedidos de bens duráveis em março subiram 2,5%, contra alta de 0,7% registrados em fevereiro. Este foi o terceiro mês consecutivo de alta no indicador.
Pouco mais tarde, o Federal Reserve anunciou a manutenção da taxa de juros entre 0% e 0,25% ao ano. Além disso, a autoridade monetária confirmou que irá manter o programa de compra de títulos até o final do segundo trimestre.
Durante a entrevista coletiva, Ben Bernanke informou que não há previsão para a mudança na política de juros, que deve permanecer baixa durante um período prolongado. Ele sugeriu que uma ideia mais clara poderá ser definida depois de duas reuniões do Fomc.

Ele explicou também que o dólar fraco é reflexo da fuga de capitais que teve como origem a crise econômica. Bernanke prevê também um crescimento mais lento da economia no primeiro trimestre, na casa de 2%.

A quinta-feira foi mais um dia de agenda bastnte cheia, que trouxe indicadores com resultados pouco animadores. O principal destaque foi o crescimento do PIB dos EUA, que avançou apenas 1,8% nos primeiros três meses do ano.
Já os pedidos de auxílio-desemprego apresentaram na última semana um avanço de 25 mil solicitações, para um total de 429 mil, o maior nível em três meses. Os números são do Departamento de Trabalho do país. Os dados do período anterior foram revistos de 403 mil para 404 mil. O resultado ficou acima dos 390 mil esperados pelo mercado.

Além disso, o índice nacional de atividade, calculado pelo Federal Reserve de Chicago, registrou em março variação positiva para 0,26 pontos, contra resultado negativo de 0,04 pontos em fevereiro. Na média dos últimos três meses, a alta do indicador foi de 0,11 pontos para 0,20 pontos.

Finalmente, na sexta-feira, destaque para os gastos dos consumidores no país aumentaram em 0,6% em março, após avanço de 0,9% em fevereiro. Já os ganhos pessoais subiram 0,5%, contra 0,5% do mês anterior. As informações são do Departamento de Comércio.
Já o índice de custo de empregos subiu 0,6% no trimestre encerrado em março deste ano, informou o Departamento de Trabalho dos EUA nesta sexta-feira. Além disso, os salários avançaram 0,4%, e o custo com benefícios registraram alta de 1,1%.
Pouco mais tarde, foi divulgado o índice dos gerentes de compras de Chicago, o Chigaco PMI, que apontou para uma redução na atividade de negócios na região para 67,6 pontos, de 70,6 em março. O mercado estimava que o indicador registrasse 68 pontos. Os dados são do Institute of Supply Management.
Universidade de Michigan informou que a Confiança do Consumidor fechou o mês de abril com 69,8 pontos. O valor ficou pouco acima da prévia do meio do mês e da estimativa do mercado, que eram ambas de 69,6 pontos.

Com isso, o Dow Jones acumulou na semana alta de 2,4% aos 12.808,4 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 1,9% aos 1.363,43 pontos.





Confira os gráficos de longo prazo:










Cenário Interno


Em tendência contrária aos EUA, o mercado brasileiro acumulou perdas. A saída de capital das bolsas tem crescido devido as medidas adotadas pelo governo. Além disso, a crescente inflação já preocupa.

Logo no início da semana, os economistas ouvidos pelo Banco Central para a elaboração do boletim Focus elevaram a projeção do IPCA. Agora, a expectativa da inflação oficial para o final do ano é de 6,34%, contra 6,29% da semana passada. Para o fim de 2012, a aposta é de 5%.

Na terça, o Índice Nacional de Custo da Construção - M (INCC-M) registrou, em abril, taxa de variação de 0,75%, acima do resultado do mês anterior, de 0,44%. Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas, divulgado na quarta-feira, reduziu-se em 1,6% entre março e abril de 2011, ao passar de 120,1 para 118,2 pontos. Com isso, o índice atingiu em abril o menor nível desde maio do ano passado (116,8).

Já a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) informou nesta quarta-feira que seu Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,65% na terceira quadrissemana de abril, após avanço na pesquisa anterior de 0,61%. O indicador mede a inflação no município de São Paulo. No mesmo período do mês passado, a alta foi de 0,37%. Na quinta, o destaque ficou para Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M),que variou 0,45%, em abril. Em março, o índice variou 0,62%.
Por fim, na sexta-feira, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas reduziu-se em 1,1% entre março e abril de 2011, ao passar de 112,4 para 111,2 pontos, considerando-se dados com ajuste sazonal.  Após a quarta queda consecutiva, o ICI acumula perda de 3,3 pontos em 2011, atingindo o menor nível desde novembro de 2009 (109,6 pontos).

Com isso, o Ibovespa somou perdas na semana de 1,4% e encerrou com 66.139 pontos.





Confira o gráfico de longo prazo, além das maiores altas, baixas e as ações mais negociadas da semana:





Ibovespa



As maiores altas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
CIELO
CIEL3
14,71
7,77%
AMBEV
AMBV4
50,12
4,20%
BRASKEM
BRKM5
22,90
3,34%
TAM S/A
TAMM4
32,30
3,23%
COSAN
CSAN3
24,20
3,07%





As maiores baixas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
USIMINAS
USIM3
25,80
-10,73%
LLX LOG
LLXL3
4,55
-9,00%
OGX PETROLEO
OGXP3
16,62
-7,67%
USIMINAS
USIM5
16,15
-7,18%
PORTX
PRTX3
3,46
-6,49%





Mais negociadas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VOLUME
SEGMENTO
VALE
VALE5
R$ 46,07
2.288.605.632,00
Minerais Metálicos
OGX PETROLEO
OGXP3
R$ 16,89
2.071.376.512,00
Exploração e/ou Refino
PETROBRAS
PETR4
R$ 25,60
1.696.503.360,00
Exploração e/ou Refino
ITAUUNIBANCO
ITUB4
R$ 37,10
1.144.315.120,00
Bancos
VALE
VALE3
R$ 51,79
728.883.152,00
Minerais Metálicos





Dólar:


Apesar da tendência de baixa e da saída de capital estrangeiro do mercado acionário brasileiro, o mercado cambial fechou a semana com leve valorização. No decorrer dos dias, a divisa chegou a valer R$ 1,5950, mas acabou tendo alta de apenas 0,1% a R$ 1,5730.


Confira o gráfico de longo prazo:


Dólar





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