quarta-feira, 30 de março de 2011

JP Morgan reduz recomendação para os ADRs de Vivo e Telesp

Por: Thiago Salomão
29/03/11 - 19h00
InfoMoney



SÃO PAULO - Repercutindo a relação de troca entre as ações da Vivo (VIVO4) e da Telesp (TLPP4) proposta pela Telefónica, o JP Morgan reduziu a recomendação dos ADRs (American Depositary Receipts) de ambas as companhias, que passou de "overweight" (desempenho acima da média do setor dentro de 6 a 12 meses) para neutro.


Os preços-alvos estimados para esses ativos, no entanto, sofreram revisões diferenciadas. Para o ADR da Vivo, o target previsto ao final de 2011 passou de US$ 35 para US$ 38, indicando um downside de 2,4% frente a cotação de fechamento desta terça-feira (29). Já para o ADR da Telesp, houve redução de US$ 4, indo para US$ 24,50, o que indica um potencial de valorização de 3,8% em relação ao último fechamento.


Relação de troca decepciona
Segundo Andre Baggio e Marcelo Santos, equipe que assina o relatório, a relação de troca de uma ação da Vivo para cada 1,55 ação da Telesp foi de certa forma decepcionante, já que, embora ambas as companhias ofereçam rendimentos similares no FCD (Fluxo de Caixa Descontado), a Vivo possui perspectivas muito melhores do que a Telesp, o que justificaria uma quantidade maior de ativos da Telesp para cada ação da operadora de telefonia móvel.



Para a dupla do JP, a Vivo tem apresentado um histórico impressionante de operações, com o crescimento dos serviços da empresamostrando uma aceleração de 5,9% em 2009 para 9,9% em 2010, enquanto o Ebitda (geração operacional de caixa) aumentou em 12% e margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) cresceu 2 pontos percentuais na mesma base de comparação.


Já a Telesp relatou uma queda de 8% no Ebitda, enquanto a margem Ebitda caiu 3 p.p. "Atribuímos essa queda à migração do telefone fixo para o móvel, aliada ao crescimento da competição na oferta de banda larga", avaliam Baggio e Santos.


Maior capex também limita otimismo
Além disso, a dupla do banco norte-americano destaca o capex (investimentos em bens de capital) anunciado recentemente pela Telefónica para o período entre 2011 e 2014, cujo montante é de R$ 24 bilhões, número 20% maior do que os dois analistas projetavam. Nada otimistas com o valor bem acima do esperado, o FCF calculado por Baggio e Santos sofreu um impacto substancial.