Por: Paulo Roberto Esteves de Barros Souza
30/07/10 - 17h41
InfoMoney
30/07/10 - 17h41
InfoMoney
Bem, tal idéia é equivocada. A ação na verdade representa uma fração do capital social de uma empresa, ou seja, ação é um “pedaço” de uma companhia aberta. Tome, por exemplo, uma siderúrgica: sua ação será uma parcela das instalações industriais, escritórios, depósitos, estoques, equipamentos, capital humano, know how, marcas e patentes, participação de mercado, etc.
Portanto, podemos entender o investimento em ações como uma excelente forma de participação do desenvolvimento econômico do país e como importante alternativa de diversificação da poupança individual com foco na acumulação de capital no longo prazo.
"Muitos ainda veem a bolsa quase como um cassino; tal ideia é equivocada" |
Consciente da natural volatilidade das bolsas frente a outras alternativas de investimento, o aplicador deve ter em mente que não deve alocar valores que poderá necessitar no curto prazo em ações. Em prazos curtos de tempo, as bolsas são muito suscetíveis ao noticiário macroeconômico e aos próprios movimentos de fluxos de recursos. Já quando se investe em ações no longo prazo, o tempo trabalha a favor para que os fundamentos das empresas se concretizem e consequentemente ocorra a valorização das ações.
Ilustrando o raciocínio, nos últimos 30 anos o PIB brasileiro cresceu a uma taxa média anual de 2,7% e o Ibovespa apresentou uma rentabilidade média anual de 34,3% em termos reais. Ou seja, não só a bolsa espelha o natural crescimento econômico do país, como tem o poder de amplificar a sua valorização ao longo do tempo.
A questão do tempo, talvez até por um fator cultural, deve ser reforçada aqui no Brasil. Enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, se vive em uma economia relativamente estável há muito tempo, o investidor daquele país está acostumado ao planejamento financeiro de longo prazo. Já no Brasil, vivemos um mundo de “ciranda” financeira e de hiperinflação por um bom período e de certa forma, uma economia estável ainda é um “mundo” novo para a gente.
Ou seja, enquanto nos Estados Unidos, os casais há décadas estão acostumados a montar uma carteira de ações para um filho recém-nascido, antevendo os gastos da universidade para dali a quase duas décadas, só recentemente os brasileiros passaram a incorporar efetivamente o mercado acionário como uma alternativa plausível de poupança visando uma meta no longo prazo (faculdade do filho, complementação da aposentadoria, compra de um imóvel).