sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pão de Açúcar tem preço-alvo e recomendação reduzidos pelo JP Morgan

Por: Juliana Pall Farias
30/07/10 - 16h38
InfoMoney


SÃO PAULO - O fraco desempenho no segundo trimestre e a sinalização negativa trazida pelo adiamento da conclusão da associação com a Casas Bahia levaram o JP Morgan a revisar para baixo suas projeções para o Pão de Açúcar (PCAR5). A recomendação para as ações, que antes era overweight (expectativa de que nos próximos seis a doze meses a ação performe acima da média das ações dentro do universo de cobertura), passa para neutra. E o preço-alvo para o final de 2011, que era de R$ 81, foi cortado para R$ 64.

No mesmo sentido, os ADRs tiveram a recomendação reduzida de overweight para neutra e o preço-alvo caiu de US$ 85 para US$ 68. "Nós não adicionaríamos as ações do Pão de Açúcar [ao portfólio] neste momento dada a falta de visibilidade, e nós acreditamos que a ação vai andar de lado até o final do terceiro trimestre", dizem em relatório os analistas Andrea Teixeira, João Mamede e Felipe Oliveira.

Com a queda de 20% no lucro por ação entre abril e junho deste ano, as projeções para este parâmetro no acumulado de 2010 e 2011 foram ainda reduzidas em 28% e 25%, respectivamente.

Casas Bahia
E não só o resultado do segundo trimestre é destacado como fator negativo. O JP Morgan vê com maus olhos a postergação da conclusão da associação com a Casas Bahia, uma vez que "levanta questões sobre a qualidade da carteira de crédito (com potencial baixas contábeis no futuro) e sobre o nível geral de lucratividade à frente".

Ainda que o acordo entre Pão de Açúcar e Casas Bahia traga boas perspectivas num horizonte de longo prazo, o banco reduziu de R$ 3 bilhões para R$ 2,5 bilhões a sinergia esperada deste negócio, destacando que o montante ainda supera o guidance das empresas, de R$ 2 bilhões.

Desconto frente aos pares
A equipe de analistas diz ainda que os investidores exigirão um prêmio para investir nas ações do Pão de Açúcar, dado que outras large caps do setor varejista, entre elas Lojas Renner (LREN3) - top pick do banco - e Natura (NATU3) , trouxeram surpresas positivas em seus balanços.

Assim, o desconto de 11% que as ações PCAR5 apresentam atualmente em relação a seus pares na América Latina é tido como justificado pelo JP Morgan.