Por: Julia Ramos M. Leite
18/11/10 - 16h05
InfoMoney
18/11/10 - 16h05
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SÃO PAULO – O Goldman Sachs divulgou nesta quinta-feira (18) seu primeiro relatório bimestral sobre os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China). Além de perspectivas bastante positivas para o bloco, o banco ainda traz uma carteira com 14 top picks para os países, incluindo quatro brasileiras.
A atividade nos países do grupo segue robusta, levando a um avanço dos lucros corporativos – o que, por sua vez, mantém os valuations contidos, mesmo com o rali nos quatro mercados. Com isso, o crescimento ainda não está precificado em alguns setores, diz o banco – as principais apostas são o setor financeiro na China, Rússia e Brasil e o mercado imobiliário no Brasil, Rússia e Índia.
O Brasil e as commodities
Ações brasileiras ligadas a commodities também têm boas perspectivas, já que têm tido desempenho abaixo da média das ações orientadas para o mercado doméstico. Além disso, o banco ressalta que as empresas de consumo e varejo do País já estão sendo negociadas a valuations esticados.
A expectativa de boa demanda tanto no Brasil quanto entre os BRICs e emergentes também dá suporte à recomendação de papéis ligados a commodities no País. Vale dizer que a estimativa do banco é que a economia brasileira cresça 7,5% em 2010 e 4,8% em 2011.
Ibovespa em 88 mil pontos
Já a projeção para o Ibovespa é de que o índice atinja 88 mil pontos até a metade do próximo ano.
“Fora consumo e varejo, esperamos que os demais setores ligados à economia doméstica tenham um rali até a metade de 2011, considerando que o governo tenha uma posição fiscal relativamente dura”, explica o banco, recomendando exposição a bancos e imobiliárias, e posições underweight em setores como energia.
Sem bolhasO Goldman também refuta o perigo de bolhas nos emergentes, ressaltando que apesar do potencial de supervalorização, poucos setores estão sendo negociados perto das máximas de quatro anos em termos de P/L (preço/lucro). O setor imobiliário é um deles, e por isso não figura com tanto destaque na lista de top picks.
As brasileirasA lista de 14 top picks do banco foi escolhida entre 166 ações com recomendação de compra, e traz papéis com upside de mais de 20% e alta liquidez. Quatro brasileiras entraram na carteira: Petrobras (PETR3, PETR4), Itaú Unibanco (ITUB4), Suzano e PDG. No caso das duas primeiras, a recomendação é para os ADRs (American Depositary Receipts).
Para o Goldman Sachs, a recente despencada dos papéis da Petrobras é exagerada, e pode indicar uma recuperação dos papéis no final deste ano ou início de 2011. Entre os possíveis drivers, o banco aponta a maior familiaridade do novo governo com os mercados, dissipando temores sobre a diretoria da empresa e ministérios.
Entre os pontos relacionados a operações da estatal, o cumprimento de um aumento de volume de produção doméstica de petróleo em 2011, novidades positivas sobre perfurações e uma melhor explicação sobre os projetos das refinarias também poderiam dar impulso aos ativos. Uma queda no preço do petróleo e volatilidade cambial são alguns dos riscos para a petrolífera.
Ainda entre as commodities, a Suzano foi colocado como top pick por ter uma exposição maior ao negócio de papel e ser negociada com desconto em relação à Fibria (FIBR3). O perfil risco/retorno também é mais balanceado do que a concorrente. Entre os riscos estão uma valorização do real, queda na demanda e nos preços de papel e celulose.
No caso do banco, o Goldman destaca que o Itaú Unibanco é o maior banco privado do País, e deve se beneficiar da expansão de crédito e bancarização. Além disso, as sinergias de custos resultantes da fusão com o Unibanco deve dar fôlego à rentabilidade em 2011. Por outro lado, uma recuperação mais lenta, regulamentação, competição e volatilidade nos mercados financeiros internacionais são os principais riscos.
Já a recomendação para a empresa do setor imobiliário é baseada em seu porte e eficiência. O banco também dá foco à aquisição da Agre, que deve se traduzir em ganhos de ROE (Return on Equity) e margens. Além disso, os papéis ainda são negociados com desconto frente aos pares do setor, como Cyrela e MRV, aponta o Goldman. Entre os riscos para a PDG estão uma integração mais lenta das operações com a Agre e limitações de execução.
O Brasil e as commodities
Já a projeção para o Ibovespa é de que o índice atinja 88 mil pontos até a metade do próximo ano.
“Fora consumo e varejo, esperamos que os demais setores ligados à economia doméstica tenham um rali até a metade de 2011, considerando que o governo tenha uma posição fiscal relativamente dura”, explica o banco, recomendando exposição a bancos e imobiliárias, e posições underweight em setores como energia.
Sem bolhasO Goldman também refuta o perigo de bolhas nos emergentes, ressaltando que apesar do potencial de supervalorização, poucos setores estão sendo negociados perto das máximas de quatro anos em termos de P/L (preço/lucro). O setor imobiliário é um deles, e por isso não figura com tanto destaque na lista de top picks.
As brasileirasA lista de 14 top picks do banco foi escolhida entre 166 ações com recomendação de compra, e traz papéis com upside de mais de 20% e alta liquidez. Quatro brasileiras entraram na carteira: Petrobras (PETR3, PETR4), Itaú Unibanco (ITUB4), Suzano e PDG. No caso das duas primeiras, a recomendação é para os ADRs (American Depositary Receipts).
Empresa | Ação | Preço-alvo* | Upside |
---|---|---|---|
Petrobras | PBR (ADR) | US$ 41,00** | 39% |
Suzano | SUZB5 | R$ 19,70 | 29% |
PDG Realty | PDGR3 | R$ 13,00 | 26% |
Itaú Unibanco | ITUB (ADR) | US$ 29,00 | 22% |
*Preço alvo de 12 meses **Preço alvo de 6 meses |
Entre os pontos relacionados a operações da estatal, o cumprimento de um aumento de volume de produção doméstica de petróleo em 2011, novidades positivas sobre perfurações e uma melhor explicação sobre os projetos das refinarias também poderiam dar impulso aos ativos. Uma queda no preço do petróleo e volatilidade cambial são alguns dos riscos para a petrolífera.
Ainda entre as commodities, a Suzano foi colocado como top pick por ter uma exposição maior ao negócio de papel e ser negociada com desconto em relação à Fibria (FIBR3). O perfil risco/retorno também é mais balanceado do que a concorrente. Entre os riscos estão uma valorização do real, queda na demanda e nos preços de papel e celulose.
No caso do banco, o Goldman destaca que o Itaú Unibanco é o maior banco privado do País, e deve se beneficiar da expansão de crédito e bancarização. Além disso, as sinergias de custos resultantes da fusão com o Unibanco deve dar fôlego à rentabilidade em 2011. Por outro lado, uma recuperação mais lenta, regulamentação, competição e volatilidade nos mercados financeiros internacionais são os principais riscos.
Já a recomendação para a empresa do setor imobiliário é baseada em seu porte e eficiência. O banco também dá foco à aquisição da Agre, que deve se traduzir em ganhos de ROE (Return on Equity) e margens. Além disso, os papéis ainda são negociados com desconto frente aos pares do setor, como Cyrela e MRV, aponta o Goldman. Entre os riscos para a PDG estão uma integração mais lenta das operações com a Agre e limitações de execução.