quinta-feira, 25 de novembro de 2010

BofA mantém preferência por bancos brasileiros e refuta críticas ao setor

Por: Equipe InfoMoney
25/11/10 - 12h19
InfoMoney


SÃO PAULO – Ao analisar os resultados do terceiro trimestre deste ano, os analistas do Bank of America Merrill Lynch mantiveram a preferência por bancos brasileiros, recomendando a compra de Itaú Unibanco (ITUB4) - o top pick na América Latina -, Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS4). Já o Santander Brasil (SANB11) recebe recomendação neutra.


Para o BofA Merrill Lynch, os números do último trimestre evidenciaram uma melhora na qualidade dos ativos, trazendo uma perspectiva positiva para os bancos e uma leve alta nas projeções dos analistas para os ganhos por ação. "Os grandes bancos têm fundamentos sólidos e mantém a história de convergência dos valuations". 


“No entanto, alguns investidores argumentam que os bancos são negociados com um prêmio quanto à sua média histórica, que os riscos regulatórios podem atrapalhar as projeções de ganhos e que o setor não possui catalisadores”, continuaram os analistas Jorg Friedmann, Jose Barria e Renato Schuetz em relatório.


Argumentos a favor Refutando estas teses, os analistas indicam que, quanto ao primeiro item, os valuations dos bancos brasileiros podem parecer exagerados se observado um período longo de tempo, normalmente pré-2004. “Nós lembramos para aqueles que insistem em olhar para um longo período que 2002 foi um ponto de inflexão no risco do País”, destacam.


Olhando-se para um período de cinco anos, os bancos não parecem particularmente caros, apontam. "Os valuations não estão baratos, mas também não são um impedimento", escrevem


Já aos riscos de regulação no setor parecem pequenos aos bancos maiores. “A mudança mais iminente na regulação para os bancos brasileiros é relativa à maior transparência quanto às taxas no cartão de crédito”, dizem em relatório. Segundo os analistas, esta alteração não seria o suficiente para afetar os ganhos por ação, uma vez que elas representam apenas 9% da receita dos bancos.


Por fim, apesar de não haver catalisadores para o setor, o relatório aponta que o setor bancário é defensivo contra a inflação, em um momento em que o Brasil está, na visão do BofA Merrill Lynch, suscetível a pressões inflacionárias. “Os bancos brasileiros superaram o índice em quatro dos cinco últimos apertos monetários”, destacam.


Otimismo, mas cautelaApesar disso, os analistas ressaltam que há pontos negativos no caminho. O cenário externo oferece riscos devido a correlação dos bancos brasileiros com as finanças globais. Além disso, há também riscos ligados à alocação de portfólio. "Um clichê, mas melhor seguro do que arrependido", escrevem, recomendando aos investidores que monitorem com cuidado o setor.