segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Abertura de Mercado


Invertendo a tendência acompanhada em praticamente todo pregão, o Ibovespa encerrou a sessão de sexta-feira (19) em ligeira alta de 0,16%, a 70.897 pontos. O volume financeiro ficou em R$ 5,04 bilhões. Na semana, a variação do índice foi positiva em 0,75%.


O clima volátil nos negócios refletiu o anúncio do governo chinês, que elevou a taxa de depósitos compulsórios em 0,50 ponto percentual, em razão de preocupações sobre o ritmo de inflação anual, já próximo ao pico máximo dos últimos 25 meses. Os temores sobre a Irlanda também tiveram influência: após reunião na véspera para discutir um possível empréstimo ao país, o foco desta sessão foi a dúvida com relação à estrutura do pacote de ajuda, em termos de tamanho e formato.


Por aqui, o assunto equipe econômica de Dilma Rousseff vem ganhando destaque nos últimos dias. Henrique Meirelles confirmou nesta sexta-feira que recebeu o convite de Dilma para permanecer à frente do Banco Central. A reunião para discutir o assunto ocorrerá na próxima semana.


Destaques da Bolsa
Na ponta positiva do Ibovespa, os papéis da JBS se recuperaram da forte queda vista na última terça-feira, quando os ativos sofreram desvalorização próxima de 5,5%, e foram destaque de alta do índice.



Agenda
Em dia sem muitas referências econômicas, o mercado se atentou para os dados do Caged. O documento mostrou que o País teve um novo recorde de abertura de empregos, ao marcar 2,4 milhões de vagas entre janeiro e outubro.



Ainda por aqui, mostrando nova aceleração no ritmo de aumento dos preços, o IGP-M apontou inflação de 1,20% na segunda prévia de novembro, taxa 0,31 ponto percentual maior do que a apurada no mesmo período do mês anterior, segundo dados divulgados pela FGV.


Discursos
O vice-presidente do comitê de negócios estrangeiros do Congresso Nacional do Povo, Zha Peixin, reiterou o compromisso do governo chinês em anunciar mudanças em sua política cambial. 
Importantes economias do globo têm pressionado o país para que houvesse uma maior flexibilização na taxa cambial, que permanece artificialmente desvalorizada para aumentar a competitividade de suas exportações.


Sobre essa questão, o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, se exaltou em discurso realizado em Frankfurt ao falar sobre a política cambial chinesa, condenando as medidas utilizadas pela China para manter o yuan fraco. O chairman do Fed também se preocupou em defender o segundo programa de flexibilização monetária anunciado pelo governo norte-americano, o qual injetará cerca de US$ 600 bilhões nos próximos 11 meses na economia local.


Dólar
Em sessão instável, o dólar comercial fechou esta sexta-feira com leve alta de 0,17%, sendo cotado na venda a R$ 1,719. Inflação e política cambial chinesa, dúvidas sobre o plano de ajuda irlandês e discurso de Bernanke ganharam destaque no noticiário internacional. Por aqui, nova intervenção do BaCen, dados do mercado de trabalho e formação da equipe econômica de Dilma foram avaliados de perto pelo mercado.



O Banco Central do Brasil realizou mais um leilão de compra de dólares no mercado cambial à vista. A única operação desta sexta-feira ocorreu entre as 15h18 e as 15h23 (horário de Brasília), com uma taxa de corte aceita em R$ 1,7205.


Renda Fixa
Os principais contratos de juros futuros encerraram a sessão desta sexta-feira em alta. O contrato de maior liquidez, com vencimento em janeiro de 2011, fechou com taxa de 10,68%, variação positiva de 0,02 ponto percentual em relação ao fechamento anterior.



No mercado de títulos da dívida externa, o título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou em queda de 0,03%, 138,45% do valor de face. Já o risco-País teve variação negativa de um ponto-base em relação ao fechamento anterior, marcando 175 pontos-base.


Bolsas em alta nesta segunda-feira
Com um dos focos de tensão amenizado pelo pedido irlandês de ajuda financeira, mas ainda longe de uma solução final, os mercados de ações internacionais voltam a operar no campo positivo nesta segunda-feira (19), ampliando expectativas de uma abertura favorável no Brasil.



Assim, os principais índices acionários europeus marcam leve avanço, recuperando-se parcialmente de uma semana das perdas na semana anterior, assim como os contratos futuros sobre os índices de referência nos Estados Unidos.


O começo do fim... ou o fim do começo?
No último domingo (21), o primeiro-ministro da Irlanda, Brian Cowen, afirmou que espera chegar a um acordo com a União Europeia e com o FMI (Fundo Monetário Internacional) nas próximas semanas, que incluirá metas para reequilíbrio fiscal e reestruturação do sistema financeiro. Entretanto, o ministro de Finanças, Brian Lenihan, apontou que o pacote não deverá ser superior a € 100 bilhões.


Ainda que favorável, a recepção ao anúncio é marcada pela cautela. "A reação do mercado deve ser positiva (...). É muito cedo, contudo, para dizer que a crise acabou", apontaram os analistas Frank Oland Hansen e Jens Peter Sorensen, do Danske Bank.


Assim, "a semana que se inicia deve continuar a mostrar a necessidade de um forte monitoramento da situação europeia, de novos dados econômicos americanos e de índices inflacionários na China e no Brasil", apontou a equipe da corretora Ágora em relatório.


Também na Ásia os investidores foram animados pelas notícias sobre a Irlanda, impulsionando as ações de companhias cujas receitas são geradas no exterior e, por tabela, o índice Nikkei. Na China, contudo, os negócios foram pressionados pelas medidas do PBoC (People's Bank of China) elevando a exigência de reservas para bancos.


Brasil não é a Irlanda
Internamente, os investidores avaliam o relatório Focus, produzido pelo Banco Central, que revelou elevação da mediana das projeções de analistas sobre a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo), em meio a especulações sobre a permanência de Henrique Meirelles à frente da presidência do Banco Central.



Espera-se que a equipe econômica do próximo governo seja anunciada nesta semana, pela equipe de transição da presidente eleita Dilma Rousseff.


"Sabemos que nosso crescimento atual, bem acima de 7%, não é sustentável. Esperamos que o sonho desenvolvimentista não nos leve a imitar a Irlanda", destacou a equipe da Rosenberg Consultores Associados, em relatório.


  AGENDA
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Brasil - Relatório Focus
22/11/2010 08:30
Semanal
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Brasil - Balança Comercial
22/11/2010 11:00
Semanal
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Fontes: Banco Central do Brasil, European Central Bank, Federal Reserve,Briefing.com, FIESP, IBGE, FIPE, FGV, DIEESE, ANFAVER,CNI, INDEC, EUROSTAT.
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