sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Cenário Econômico Semanal – 30/Agosto a 03/Setembro

Agência Enfoque




Cenário Econômico Semanal


Em semana marcada pela divulgação de importantes resultados da economia global, os principais índices financeiros do Brasil e dos EUA fecharam o período em alta acumulada, refletindo a divulgação de resultados positivos.





Cenário Externo


Nos Estados Unidos, o destaque da semana ficou por conta dos dados de mercado de trabalho do país, divulgados ao longo dos últimos dias.
Entre eles, o setor privado americano registrou em agosto o fechamento de 10 mil postos de trabalho, de acordo com o levantamento da ADP divulgado na manhã desta quarta-feira.
O resultado antecipou a divulgação dos dados oficiais do mercado de trabalho do país, a divulgados na sexta-feira pelo governo norte-americano.
De acordo com o Departamento de trabalho dos EUA, porém, o cenário foi mais positivo do que o esperado, já que foram fechadas 54 mil vagas de trabalho em agosto, contra 90 mil demissões esperadas. Mesmo assim, o resultado elevou a taxa de desemprego para 9,6%, contra 9,5% do mês passado. Excluindo os cargos no governo, foram geradas 67 mim postos de trabalho, contra projeção de 30 mil.
Os ganhos médios por hora tiveram alta de três centavos, ou 0,2% para US$ 19,08. O mercado estimava alta de 0,1%. Na comparação anual, o avanço chega a 1,7%. Já as horas trabalhadas ficaram inalteradas em 34,2 horas.
Apesar do corte nas vagas de trabalho no mês anterior, os novos pedidos de auxílio desemprego recuaram em seis mil na semana passada, e atingiram 472 mil, segundo informações do próprio Departamento de Trabalho. A média móvel das últimas quatro semanas, por sua vez, recuou em 2,5 mil, para 485 mil. Já as revalidações do benefício cederam em 23 mil, para 4,46 milhões.
Já a produtividade nos negócios nos Estados Unidos caiu 1,8% na revisão dos dados do segundo trimestre do ano, mostrando um cenário pior do que mostrado anteriormente pelo Departamento de Trabalho, já que a pesquisa anterior apontava queda de 0,9%. O resultado confirma a primeira queda em cinco trimestres.
Com isso, os custos unitários com o trabalho aumentaram no segundo trimestre em 1,1%, contra estimativa de 0,2%.
Outro indicador importante, os gastos dos consumidores norte-americanos em julho ultrapassaram o crescimento da renda, o que levou ao declínio da taxa de poupança nos Estados Unidos. Os números foram informados na segunda-feira pelo Departamento de Comércio do país.
No período, as despesas subiram 0,4%, enquanto a renda pessoal avançou 0,2%. Os economistas esperavam que as receitas subissem 0,3%, enquanto os gastos 0,3%.
Resultados do setor imobiliário também estiveram presentes nesta semana. Os preços de imóveis residenciais nas 20 maiores cidades norte-americanas cresceram 1% no mês de junho, de acordo com levantamento do índice Case Shiller realizado pela Santandard & Poor's. Segundo o órgão, os preços ficaram 4,2% mais altos na comparação anual. A alta foi verificada em 17 das 20 regiões metropolitanas pesquisadas em junho.
Já os gastos com construções recuaram 1% em julho, em relação ao mês anterior, informou nesta quarta-feira o Departamento de Comércio do país. Na comparação anual, houve queda de 10,7%.
Por sua vez, a National Association of Relators informou que as vendas de casas pendentes tiveram alta de 5,2%. Na comparação anual, a queda foi de 19.1%.
Do setor industrial, o índice que mede a atividade na região de Chicago, o Chicago PMI, registrou em agosto queda para 56,7%, contra 62,3% de julho. No entanto, a queda do mês já era esperada pelo mercado, que apostava em 56% para o período.
Já os pedidos às fábricas do país registraram em julho alta de 0,1%, após queda de 1,2% em junho, informou na quinta-feira o Departamento de Comércio do país. O resultado veio abaixo do esperado pelo mercado, que apostava em alta 0,3%.
Além disso, o índice que mede a atividade econômica no setor manufatureiro em agosto, o ISM Manufacturing, registrou um avanço fora do esperado para o período. De acordo com os dados divulgados na quinta-feira, o indicador registrou 56,3 pontos, contra 55,5 pontos em agosto.
Investidores conheceram ainda que o índice do setor de serviços dos EUA reduziu-se em agosto, para 51,5 pontos, contra 54,3 pontos de julho. De acordo com o Insituto Supply Management, apesar da queda, o resultado ainda é positivo, considerando que veio acima dos 50 pontos.
Outro destaque da semana foi a Ata do Fomc. Diversos delegados que fazem parte do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc) acreditam que o Fed deve considerar novas medidas para dar estímulo à economia do país, caso ela siga enfraquecida. As informações constam na ata da última reunião do Fomc.
No encontro, os membros concordaram coma necessidade de um maior apoio à economia, após um debate contraditório. Eles concordaram em reinvestir os lucros dos títulos lastreados em hipotecas. Alguns membros argumentaram que esse reinvesti mento causaria pouco impacto na economia.
Depois de receberem o resultado da confiança do consumidor medida pela Universidade de Michigan, nesta semana foi a vez do Conference Board apressentar sua pesquisa. De acordo com o órgão,  o índice registrou em agosto alta em relação ao mês anterior, ao saltar de 50,4 pontos para 53,5 pontos. A entidade informou ainda que apesar do avanço os consumidores seguem "apreensivos".
Assim, o Dow Jones terminou a semana com alta de 2,9%, aos 10447 pontos, ao paso que o S&P teve +3,7%, aos 1104 pontos.





Veja gráficos abaixo:










Cenário Interno


No Brasil, a semana começou com a divulgação do Relatório Focus, que pela segunda semana consecutiva, mostrou que os economistas ouvidos pelo Banco Central reduziram a previsão do IPCA, a inflação oficial. De acordo com a projeção, o indicador deverá fechar o ano em 5,07%, contra 5,10% estimado no período anterior. Para 2011, o IPCA deverá ficar em 4,87%.
Outro dado importante da inflação no país, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) variou 0,77%, em agosto. Em julho, o índice variou 0,15%. O IGP-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Já o IPC-S de 31 de agosto de 2010 apresentou variação de -0,08%, taxa 0,09 ponto percentual (p.p.) acima da registrada na última divulgação. Com este resultado, o IPC-S acumula alta de 3,34%, no ano e 4,07%, nos últimos 12 meses.
Outro destaque da agenda doméstica foi a Decisão do Copom sobre a taxa Selic, que foi mantida em 10,75% ao ano, conforme o esperado.
Já a produção industrial avançou 0,4% em julho frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais, após três meses consecutivos de queda. Em relação a igual mês de 2009 houve expansão de 8,7%, completando nove meses seguidos de taxas positivas. O acumulado nos sete primeiros meses do ano (15,0%) ficou abaixo do registrado no primeiro semestre (16,2%). O acumulado nos últimos 12 meses (8,3%), acentuou o ritmo de crescimento frente a junho (6,5%), permanecendo com a trajetória ascendente iniciada em outubro de 2009, informou nesta terça-feira o IBGE.
No Brasil, o mercado local reage à manutenção da taxa Selic em 10,75% ao ano, anunciada na noite de ontem pelo Copom.
Além disso, o IBGE constatou que sete das 14 regiões pesquisadas tiveram aumento da produção industrial em julho. A maior expansão foi registrada em Goiás (10,3%), que praticamente recuperou a perda de 10,7% observada no mês anterior. Bahia (3,6%), Rio Grande do Sul (3,3%), região Nordeste (1,7%), Rio de Janeiro (1,1%) e São Paulo (0,5%) completaram o conjunto de locais que cresceram acima da média nacional (0,4%). Minas Gerais (0,1%) e Espírito Santo (-0,2%) praticamente repetiram o patamar de junho último. Os resultados negativos no período foram assinalados por: Pará (-0,7%), Pernambuco (-1,2%), Amazonas (-1,3%), Ceará (-1,5%), Paraná e Santa Catarina (ambos com recuo de 2,9%).
Por sua vez, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas reduziu-se em 0,6% entre julho e agosto de 2010, ao passar de 113,6 para 112,9 pontos, considerando-se dados com ajuste sazonal.
Hoje, o mercado conheceu que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,2% no segundo trimestre deste ano, em relação aos três meses anteriores. No período, o valor corrente do PIB chegou a R$ 900,7 bilhões. No primeiro trimestre, o crescimento havia sido de 2,7%. A informação foi divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desta forma, a Bovespa terminou o período com alta acumulada de 1,7%, aos 66679 pontos.





Veja gráfico diário abaixo, seguido de tabela com as maiores altas e baixas do período, bem como relação dos ativos mais negociados:





Ibovespa



As maiores altas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
PETROBRAS
PETR3
32,71
9,22%
PETROBRAS
PETR4
28,80
8,43%
EMBRAER
EMBR3
11,45
6,31%
FIBRIA
FIBR3
29,48
6,20%
TAM S/A
TAMM4
36,39
5,75%





As maiores baixas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VARIAÇÃO
DURATEX
DTEX3
17,13
-5,52%
OGX PETROLEO
OGXP3
19,30
-5,48%
CESP
CESP6
24,63
-5,09%
ELETROBRAS
ELET6
25,15
-4,19%
BRASKEM
BRKM5
15,14
-3,93%





Mais negociadas da semana


ATIVO
CÓDIGO
ÚLTIMO
VOLUME
SEGMENTO
VALE
VALE5
R$ 42,72
2.340.344.416,00
Minerais metálicos
PETROBRAS
PETR4
R$ 28,80
2.236.123.872,00
Exploração e/ou refino
ITAUUNIBANCO
ITUB4
R$ 37,85
1.233.286.880,00
Bancos
OGX PETROLEO
OGXP3
R$ 19,30
1.224.975.152,00
Exploração e/ou refino
BRADESCO
BBDC4
R$ 30,54
737.004.832,00
Bancos





Dólar:


O dólar comercial fechou em baixa na tarde desta sexta-feira, dia de instabilidade na Bovespa e alta acentuada dos índices cotados em Wall Street.
Nesta sessão, a moeda norte-americana confirmou movimento de baixa iniciado nesta semana, quando voltou ao menor valor em 4 meses, de R$ 1,7180.
Hoje, a divisa terminou com leve desvalorização, cotada a R$ 1,7310. Na semana, a moeda acumula perdas de 1,6%.


Confira o gráfico:


Dólar





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